Icono del sitio aviNews, la revista global de avicultura

Balanço positivo da Expo Avícola en conjunto con Porcinos 2018

PDF
Argentina: Balance positivo de Exposición Avícola en conjunto con Porcinos 2018

A 10ª edição da Expo Avícola en conjunto con Porcinos e o 12o Seminário Internacional de Ciências Avícolas aconteceu entre 8 e 10 de maio de 2018, no complexo Costa Salguero de Buenos Aires, Argentina. Para os organizadores, essa é a única exposição especializada do setor de ovos, carne de aves e suína da Argentina, que merece um balanço positivo para o evento, superando as expectativas, após o difícil momento que vem atravessando a avicultura do país.

A equipe da aviNews América Latina esteve presente com grande sucesso, tanto na 10ª edição da Expo Avícola en conjunto con Porcinos, como no 12o Seminário Internacional de Ciências Avícolas. A seguir, você confere um resumo desse importante acontecimento na América do Sul.

A cerimônia de abertura do evento foi presidida pelo presidente da Câmara Argentina de Produtores Avícolas, Javier Prida; o CEO da MBG&Events, Gabriel Pascual; Presidentes honorários da CAPIA ,Dr. Héctor Motta e Jorge Nazar; o vice-presidente da CAPIA, Miguel Peirano; e o presidente do Centro de Empresas Processadoras Avícolas (CEPA), Roberto Domenech. Por parte do governo nacional, compareceu o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca do Ministério da Agroindústria, Guillermo Bernaudo.

O primeiro orador foi Gabriel Pascual, CEO de MBG & Events, que manifestou que “Desde 1998, hoje inauguramos a 10ª edição Avícola en Conjunto con Porcinos. Nesse ano tão importante para o setor e a sociedade, o evento se apresenta como a única expressão nessa área, onde se divulga em detalhes a situação presente e futura da avicultura. Com essa iniciativa conseguimos algo único, que é ter todos os elos da cadeia produtiva em um só lugar. Ele também destacou a presença, no recinto, da Alemanha, Brasil, Chile, China, EUA, Espanha, Holanda, Itália, Eslovênia e Uruguai. Destacou ainda que na feira se encontraram os últimos avanços em matéria de tecnologia, inovações, com mais de 100 empresas expondo produtos de altíssima qualidade.

Por sua vez, o presidente da Câmara Argentina de Produtores Avícolas, Javier Prida, agradeceu em primeiro lugar a confiança dos expositores que vêm passando por dois anos duros e difíceis para o setor; agradecendo por tornarem o evento possível.

Presidente da Câmara Argentina de Produtores Avícolas, Javier Prida.

“Não vou cansar de repetir que a “Exposición Avícola en conjunto con Porcinos” é fruto da ideia, projeto e perseverança de Héctor Motta”, enfatizou ele aos palestrantes e ao Governo Nacional, representado pelo secretário de agricultura, Guillermo Bernaudo. Os palestrantes de 8 países ajudaram a formar o Seminário de Ciências Avícolas, que garantiu a sala lotada, permanentemente, pelos participantes do evento.

Javier Prida também descreveu o cenário atual do setor avícola argentino. “Estamos em uma situação complexa no setor, já que as notícias para os insumos não são as melhores, com a subida do dólar, que joga bastante contra já que nossos produtos. Nas melhores épocas, 93% da produção de ovos é destinada ao mercado interno e 7% ao externo  e, atualmente, 97% é produzido para o mercado interno e 3% ao externo. Claro que essa conjuntura do dólar nos obstaculiza”. No entanto, acrescentou que “podemos ser inteligentes, vamos trabalhar juntos, somos um setor dinâmico, temos empresas de primeiro nível e podemos superar essa situação e abrir-nos ao mercado exportador”.

O presidente da CAPIA realçou que “Essa Feira é de primeiro nível, as empresas têm assegurado o orçamento para participar nessa e sem medo de me equivocar, posso lhes assegurar que a Expo Avícola en conjunto con Porcinos, depois do Congresso Latino-americano de Avicultura, está entre as duas maiores feiras da América Latina”.

Para a próxima Exposición Avícola en conjunto con Porcinos, programada para ocorrer de 12 a 14 de maio de 2020, Javier Prida espera organizar uma grande e completa feira, onde as empresas continuem apostando na Argentina. O evento pretende fazer com que a inovação e a tecnologia estejam ao alcance de todos.

Concluindo a cerimônia de inauguração, o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca do Ministério da Agroindústria, Guillermo Bernaudo, felicitou a todos os protagonistas que, apesar da realidade do momento pelo qual atravessa a atividade avícola, continua desenvolvendo a feira e mostrando vontade de trabalhar.

Secretário da Agricultura, Pecuária e Pesca do Ministério da Agroindústria, Guillermo Bernaudo.

Ele destacou alguns aspectos do momento que atravessa a avicultura argentina, lamentando que não são muito bons momentos. Pontualmente, disse que nesses dias houve tributações de preços para o ovo, o aumento dos preços dos insumos pela seca que afeta os cultivos chave para o frango e ovos. No entanto, está otimista e confia que o setor poderá seguir adiante. Para além da atividade, ressaltou a visão de crescimento do presidente Macri, que tem assegurado um plano econômico. Destacou também que o ovo e a indústria do frango são atividades que necessitam se abrir ao mercado externo, alinhando-se com as palavras de Javier Prida, já que o mercado interno encontra-se saturado. Por essa razão, segundo ele, está sendo realizado um trabalho conjunto entre a iniciativa privada e governamental para levar os produtos avícolas argentinos para o mundo.

 

Exposición Avícola en conjunto con Porcinos 2018 e presença da aviNews América Latina no evento da Argentina para a América do Sul.

 

 

Seminário Internacional de Ciências Avícolas
Conjuntamente à feira de exposições, aconteceu o décimo segundo Seminário Internacional de Ciências Avícolas. O evento contou com conferências sobre sanidade, nutrição, genética, manejo e meio ambiente.

As apresentações foram realizadas por palestrantes da Argentina, Inglaterra, Brasil, México, Espanha, EUA e Canadá. A seguir, destacaremos as mais concorridas pelos participantes do seminário.

Produção avícola sem antibióticos promotores de crescimento
A conferência sobre “A produção avícola sem antibióticos promotores de crescimento” foi apresentada pelo Dr. Borja Vilà, Doutor em Veterinária, Nutrição Animal da Universidad Autónoma de Barcelona, Espanha. Atualmente atua como Pesquisador Sênior no Instituto de Pesquisa e Tecnologia Agroalimentares (IRTA), Programa de Nutrição Animal.

Nessa apresentação foi exposta uma visão global da saúde mundial, tanto humana como em produção animal, para evitar as resistências. O debate propôs que, estabelecendo um controle mais estrito do uso terapêutico dos antibióticos e não como promotores de crescimento, a médio e longo prazo é possível controlar esse tipo de situação.

Além disso, sugeriu-se que as alternativas para conseguir isso não são únicas, já que deve-se considerar o aumento da biosseguridade, melhorar o manejo, bem-estar, adequação das rações e maior qualidade das matérias primas. Também existem alguns aditivos que estudos recentes vêm comprovando sua ação imunomoduladora nos animais, o que lhes permite estar em um nível de homeostase, sem chegar ao nível do estresse. Porém, especifica-se que é preciso estar alerta e, assim, poder obter uma resposta muito rápida a patógenos e manter os níveis de produção.

Em nível mundial, o uso de antimicrobianos pode aumentar em médio prazo pela maior demanda de consumo de proteína animal em países em desenvolvimento. Além disso, para finalizar, destacou-se que a experiência da Europa deveria servir para evitar erros em outras regiões em nível global.

 

Gorduras em dietas de aves: Controle de qualidade e valores nutricionais
A apresentação sobre “Gorduras em dietas de aves: Controle de qualidade e valores nutricionais”, foi realizada pela Dra. Ana Barroeta, Doutora da Universidad Autónoma de Barcelona (UAB), Espanha; professora da UAB; pesquisadora do SNIBA; membro do Comitê Científico da AECA – WPSA; e vice-presidente do Consejo Asesor del Instituto de Estudios del Huevo.

A palestra, em sua primeira parte, falou sobre os principais componentes e a importância do controle de qualidade: saber qual o perfil de ácidos graxos; qual o nível de oxidação das gorduras; saber se carregam antioxidantes e ação in vitro. Também foram analisadas as diferentes fontes de gorduras disponíveis. Em primeiro lugar estão as próprias matérias primas, lembrando que na Argentina as dietas são compostas por milho, todos os produtos derivados da soja e também farinhas de carne e ossos. No entanto, nas dietas europeias são necessários mais cereais brancos – trigo e cevada – já que são incorporadas gorduras, sendo as mais importantes, as de origem vegetal, fonte insaturada como o óleo de soja e girassol. No caso das fontes saturadas está o óleo de palma, ainda que também se encontre disponível o sebo ou a manteiga. Também deveria-se considerar alguns produtos gordurosos derivados da resinagem dos óleos para consumo humano e que poderiam ser reutilizados de forma interessante, sendo produtos mais econômicos na alimentação animal, aqui também se teriam os óleos ácidos e as lecitinas.

Na segunda parte da palestra, foram comentados os processos de digestão por absorção nas aves. A partir daí, se falou sobre os fatores que afetam a sua utilização por parte do animal. Tratou-se, de forma resumida, que em aves jovens é melhor incluir níveis baixos de gorduras e que elas sejam insaturadas, já que as saturadas não são bem digeridas, e gorduras de muito boa qualidade. Conforme o crescimento do animal, tanto o frango de corte como a galinha de postura, pode-se ir aumentado o nível de gordura acrescentada à ração, podendo usar gorduras saturadas e, melhor ainda, combinações de saturadas e insaturadas porque o animal já é capaz de digerir, podendo-se incluir alguns óleos ácidos e lecitinas.

Por fim, a Dra. Barroeta enfatizou que as gorduras presentes na ração têm um efeito muito importante sobre a qualidade do produto final. Por um lado, afetam o perfil de ácidos graxos que a carne e os ovos terão de maneira direta, mas acima de tudo, o nível de oxidação, já que, em maiores níveis de instauração, é maior a suscetibilidade à oxidação, podendo, então, reduzir a vida média do alimento que produzimos.

Por isso, destacou, teremos menos tempo de conservação e, além disso, podemos gerar produtos de aparência indesejável para o consumidor. Assim, também é muito importante a presença de antioxidantes de ação in vivo, para que atuem em pro do animal e, em alguns casos, também controlar o nível de ácidos graxos polinsaturados. Porque senão teremos carcaças muito fluidas, que em algumas ocasiões podem dar problemas de gorduras efetivamente líquidas e, portanto, seria necessário controlar os tempos de crescimento e finalização, entre sete e dez dias antes do abate.

A importância da qualidade da água de bebida na avicultura
“Qualidade da água de bebida em galinhas de postura” foi abordada pelo Dr. Jorge Venturino, da Universidad Nacional del Nordeste de Argentina, Médico Veterinário, especialista em Avicultura; Universidade Nacional de La Plata, Pós Graduado em Nutrição de Monogástricos, Nutrição Animal; e Presidente da Associação de Médicos Veterinários Especialistas em Avicultura de Entre Ríos, Argentina.

A água é um nutriente indispensável. Sem ela não poderíamos pensar em realizar a produção animal. Se partimos da base de que 55% de uma galinha e 56% do ovo é formado por água.
Partindo de uma situação atual e querendo começar a gestionar a água como o nutriente importante que é, a primeira coisa que se deve fazer é saber o que se tem em cada granja, o que geralmente não ocorre. Ou seja, mesmos os produtores não conhecem as características da água que suas aves bebem. Então, é preciso conhecer, em cada granja, as particularidades da água. Foi muito enfatizado durante a palestra que os resultados da água de propriedades próximas ou resultados regionais não servem, porque a variação da qualidade da água entre uma granja e outra é muito grande, ainda que estejam muito perto. A recomendação é para que cada granja realize sua própria análise da água, não só das características física e química, como também bacteriológicas – esse é o punto de partida.

Depois, deve-se analisar como essa água chega às aves. Muitas vezes há descuidos, ou pensa-se que, por ter boa qualidade de água, já está garantido o abastecimento. Porém, podem existir sistemas de bebedouros que não estão funcionando bem, sistemas de armazenamento que estão contaminados e que, um recurso que chega com boa qualidade à granja, seja contaminado ali, explicou. Portanto, é necessário um programa de gestão da água bastante extenso e muito completo, que vá desde conhecer as características da água, até saber quanto é consumido por cada ave.

Parece mentira, disse. Porém, um dado que não existe nas granjas, é sobre o consumo de água diário por galpão. É necessário que cada granja faça um controle da água por galpão e isso é tão importante como o registro diário de produção de ovos, do consumo de alimento e de mortandade.

Uma das comparações apresentada na palestra é a quantidade de água necessária para produzir um quilo de produto e isso no engloba apenas a água de bebida das espécies, como toda a água que compreende o ciclo produtivo das espécies. Trata-se da quantidade de água necessária para cada uma das matérias primas que essa espécie ingere, mais a água que ingere durante sua vida, mais a que é gasta no processamento. Aí, os pesquisadores ficaram surpresos ao ver que, de todas as espécies, o frango é o que gasta menos água (3.400 litros x quilograma) e a carne bovina é a que mais demanda água para produzir um quilo de produto (15.000 litros x quilograma).

No setor de postura, pode-se restringir o alimento e as galinhas podem suportar isso por 30 dias, perdendo sua gordura corporal (98%). No entanto, o que não conseguem suportar é um tempo prolongado de restrição de água, sendo a resposta imediata a diminuição, ou parada da produção de ovos (um ovo tem 56% de água) e muitas vezes são coisas que passam despercebidas como uma linha de nipples entupidos, um corte momentâneo de água, uma queda de energia que leva ao não funcionamento dos sistemas de água, e não se sabe onde está a falha produtiva.

Para concluir, destacou-se que se debe gestionar a água, assim como valorizá-la. A Argentina sendo um país privilegiado já que dispõe de grande quantidade de água, não dá o devido valor à água, razão pela qual um dia ainda pode chegar a faltar.

PDF
Salir de la versión móvil