Em 2020, a produção de carne de frango na UE (União Europeia) e Reino Unido deverá crescer 1,1%, ante o crescimento de 1,6% apresentando em 2019. Concomitantemente, o consumo doméstico da proteína de frango na região deverá ser maior que o crescimento total da população em 2020.
A informações fazem parte do relatório divulgado nesta quarta-feira (11/2) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América). O documento reúne dados dos escritórios do FAS (Foreign Agricultural Service) dos 27 estados membros da UE e do Reino Unido, cujos números ainda estão mantidos no grupo.
Segundo o relatório, o crescimento de 1,6% na produção em 2019 foi impulsionado pelo aumento do consumo interno da UE e pelo volume de exportações maior que o inicialmente previsto. No ano passado, apenas a produção da Polônia, que agora é o principal país produtor de carne de frango na UE, apresentou um crescimento de 4%.
No entanto, até o dia 12 de fevereiro último, o referido país apresentou 18 surtos confirmados de Influenza Aviária Altamente Patógena em aves de produção (principalmente fazendas de perus) e um caso em aves selvagens. Com isso, o FAS de Varsóvia estima que o crescimento da produção polonesa de frango desacelerará para 1,5% em 2020, menos da metade do crescimento apresentado em 2019 (4%).
As autoridades húngaras também confirmaram um surto primário da cepa H5N8 da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em uma fazenda de perus e uma fazenda de patos, em 12 de janeiro de 2020. Já o crescimento mais lento da produção nos países da Europa Ocidental em 2020 é reputado aos preços mais altos dos alimentos, regulamentações ambientais mais rigorosas (como na Holanda), altos custos de mão-de-obra (como na França), e à falta de investimentos em instalações de produção atualizadas (como na Alemanha).
Consumo
O consumo doméstico de carne de frango na UE e Reino Unido deve aumentar mais que o crescimento total da população em 2020, segundo o relatório do USDA. Esse aumento do consumo interno se deve à migração do consumo de outras proteínas para a carne de frango, devido às dificuldades econômicas enfrentadas por alguns países da região, bem como a mudanças nas próprias preferências dos consumidores.
Importações
As importações de carne de frango pela UE e Reino Unido devem aumentar 2% em 2020. Enquanto as importações da Tailândia e da Ucrânia devem permanecer fortes, espera-se que as importações do Brasil recuperem parte do mercado.
Apenas no último mês de fevereiro, segundo dados divulgados pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a União Europeia incrementou suas compras de carne de frango do Brasil em 14%, com total de 40,2 mil toneladas importadas.
Segundo o relatório do USDA, ainda não se sabe se o surto de Coronavírus – COV-19 – na China terá impacto na importação da proteína avícola chinesa (estimadas em 25000 MT em 2019) pela região. Já as expectativas para as exportações de carne de frango pela UE e Reino Unido é de estagnação, considerando o bloqueio de compras por diversos países devido à Influenza Aviária.
Outra informação trazida pelo relatório é de que a África do Sul está se preparando para aumentar os direitos NMF sobre as importações de frango com e sem osso, de 37% e 12% respectivamente, para até 82%, a pedido da indústria avícola da África do Sul. Porém, os exportadores da UE serão isentos devido ao Acordo de Parceria Econômica da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (UE-SADC).
O crescimento das exportações de carne de frango da UE e Reino Unido para Cuba (27.000 MT em 2019 – 400% maior que em 2018) deve continuar, embora em um ritmo mais lento. Já as exportações francesas tradicionais de frango inteiro congelado para a Arábia Saudita caíram 18% em 2019, por impossibilidade de competir com as exportações brasileiras, tendência que deverá permanecer em 2020, segundo o relatório.