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Peletização: 6 passos para uma peletização eficiente e redução de perdas

Escrito por: Ednilson Fávaro - Gerente de Produtos da Cinergis Nutrição e Saúde Animal
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Cinergis peletização

Todos nós já ouvimos, várias vezes e de diferentes pessoas, ou recebemos um material que afirmava que 70% dos custos de produção de proteína animal são gerados pela ração.

Portanto, um bom pellet pode oferecer um grande diferencial no custo da produção de proteína animal e seus impactos são conhecidos mundialmente.

Apesar de algumas vertentes atualmente tentarem buscar comprovar que rações fareladas podem trazer os mesmos benefícios, o que podemos afirmar até o momento é que a melhor condição se dá para rações extrusadas, posteriormente peletizadas e, por fim, em rações fareladas.

 

6 passos para uma peletização eficiente e redução de perdas

Como base recente, podemos utilizar a tese de Doutorado da Dra. Andréia Massuquetto (2018), apresentada junto à Universidade Federal do Paraná.

Em sua tese, a Dra. Andréia chegou a números consistentes que elucidam o comportamento de diferentes formas físicas para a mesma dieta em frangos de corte.

Algumas de suas conclusões foram:

A importância da forma física da dieta para frangos de corte é indiscutível, ficando evidente neste trabalho os benefícios da peletização sobre o desempenho zootécnico.

As aves alimentadas com dietas peletizadas fornecidas à vontade apresentaram aumento de 11% no consumo de ração e redução de 6% na conversão alimentar, resultando em ganho de peso 17% superior aos alimentados com dieta farelada.

As aves que receberam a dieta farelada não conseguiram regular o consumo mesmo com a grande diferença de energia entre os tratamentos. Os frangos podem ter atingido o limite máximo de ingestão devido a maior dificuldade no processo de apreensão do alimento e da baixa produção de saliva.

A qualidade física dos pellets pode ser melhorada por meio da redução da quantidade de gordura adicionada no misturador. A adição de 1,75% no misturador e a aplicação do restante do óleo por meio de aspersão pós-peletização resultou em pellets com mais de 90% de PDI.

O fornecimento de pellets íntegros resultou em aumento de 10% no consumo de ração, melhorando o ganho de peso em 12% e reduzindo 2% a conversão alimentar.

A peletização da dieta proporcionou liberação de 177 kcal/kg no ganho de peso e 36 kcal/kg na conversão alimentar. Os resultados obtidos neste estudo podem servir como base pelos nutricionistas no momento de estipular quantidade de energia que pode ser poupada com o processamento térmico e reduzir custos de formulação.

O trabalho, extremamente bem escrito e rico em detalhes, corrobora com Mckinney and Teeter (2004).

Tabela 1. Efeitos interativos da adição de gordura e qualidade do pellet no ganho calórico da dieta (EMn/kg)*.
*EMn: Energia metabolizável corrigida para nitrogênio **energia atribuível à inclusão de gordura menos a energia perdida devido à degradação do pellet
Fonte: adaptado de Mckinney and Teeter (2004).

Desta forma, dizer que fazer um bom pellet é o desejo de todos, independente do segmento, seria “chover no molhado”. Mas, então, se este é o desejo de todos, porque apenas alguns conseguem?

O QUE É PRECISO FAZER PARA ATINGIR O SONHO DO PELLET IDEAL? POR QUE FAZER UM BOM PELLET É “UMA ARTE”?

Tentarei aqui fazer um resumo de alguns pontos que fazem parte da nossa rotina de trabalho há alguns anos, mais exatamente desde a década de 90. Já se passaram 30 anos desde que ouvi a frase que se repete constantemente: precisamos melhorar a qualidade do pellet.

Passo

Todas as etapas do processo têm importância para a qualidade do pellet. Portanto, olhar apenas para a peletizadora e buscar resultado ali pode proporcionar melhora, mas não vai nos levar ao pellet ideal. Para pensar no pellet, é preciso pensar:

na qualidade da matéria-prima,

na sua armazenagem e conservação correta,

na dosagem,

moagem,

mistura,

peletização,

resfriamento,

fórmulas,

tipos de componentes da máquina e qual atenderá a sua fórmula,

tipo de peletizadora,

caldeira,

qualidade e volume de vapor e vários outros fatores.

 

Passo

Atenção para a qualidade das matérias-primas é fundamental, pois elas irão interferir em produtividade, qualidade física e nutricional.

Exemplo disso são os desafios enfrentados que têm se tornado frequentes nos finais de ano (dezembro/janeiro) e nas épocas de safra, limpezas de silos entre outros. Neste ponto temos que chamar atenção para o fato de que existem mais indicadores de qualidade que os usualmente medidos em fábricas.

Passo

Peletizar requer compreensão de como fazer.
Normalmente temos padrões preestabelecidos há muitos anos, seguimos estes padrões e queremos que o resultado seja diferente. Infelizmente isso não vai acontecer. Portanto é preciso buscar alternativas, utilizando a parte lógica de como se fazer um bom pellet. Pilares como:

formulação,

taxa de compressão,

tipo de furo de matriz,

resfriamento,

umidade correta,

penetração da umidade e da temperatura na massa,

capacidade de entalpia e troca térmica do vapor,

resfriamento correto,

ajustes de máquina,

operação correta,

equilíbrio entre produtividade e qualidade e

parâmetros de operação

 

Passo

Aderir a novas formas de se fazer as coisas, analisando e lançando mão de novas tecnologias que favoreçam os mecanismos que proporcionam o pellet ideal:

melhorando condicionamento,

ajustando níveis de umidade,

ajustando níveis de inclusão de gorduras e

melhorando a emulsão destas

 

Através de programas que possibilitem as ações de melhor distribuição de umidade e calor na massa, é possível melhorar não somente o pellet como eliminar desperdícios e prejuízos provocados pela quebra técnica e baixa produtividade.

Exemplificamos a seguir benefícios obtidos em produtividade, quebra técnica e energia elétrica em rações de aves lançando mão de um programa especializado que dispõe de pilares embasados em:

produto,

serviço constante,

capacitação e

tecnologias corretas de aplicação.

 

 

 

 

 

 

 

 

Tabela 2 e 3. Ganhos médios em diferentes clientes e dietas múltiplas de aves utilizando o Programa + Pellet.

Passo

Investir em capacitação e treinamento de pessoal no chão de fábrica. Afinal, no final das contas, a produção tem a função de garantir que todos os parâmetros, dosagens e limites sejam cumpridos – ou não.

Quem nunca presenciou um projeto que foi muito bem nos primeiros dias e depois não se manteve.

A falta de treinamento pode levar ao comodismo. Treinar, capacitar e investir em pessoas é parte fundamental em um processo que tem impacto tão relevante na cadeia de produção, portanto não há alternativa: temos que treinar as pessoas para que elas entendam o porquê estão fazendo algo.

Afinal, oferecendo conhecimento às pessoas, damos a elas a oportunidade de gerarem melhorias e se comprometerem sempre mais.

Passo

Estabeleça itens de controle e itens de verificação.
Oriente as pessoas e dê entendimento do que estes itens representam, como serão utilizados. Acompanhe os itens, gere capacidade de interpretação no quadro operacional e garanta que todos, ao perceber o desvio, saibam dos impactos, consequências e principalmente das perdas e ganhos gerados.

Busque o comprometimento, reconheça, valorize, crie coesão em torno dos objetivos.

Para você, que chegou até aqui e está dizendo: “sim, faz todo sentido, mas já tentei muitas vezes e não consegui resultados diferentes”, a Cinergis disponibiliza a você o Programa + Pellet, criado especialmente para que possamos apoiá-lo na busca por uma peletização eficiente.

O Programa + Pellet é composto por:

produto,

 

equipamento dosador e

 

software

Desenvolvido para monitorar o índice de umidade e sua dispersão na massa, de forma dinâmica e constante, o software garante o aperfeiçoamento da técnica de peletização,

além do acompanhamento e prestação de serviço de uma equipe técnica com anos de experiência.

Conheça mais sobre o programa em www.cinergis.com.br

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
McKINNEY, L. J.; TEETER, R. G. Predicting effective caloric value of nonnutritive factors:
I. pellet quality and II. prediction of consequential formulation dead zones. Poultry Science, Champaign, v.83, p.1165-1174, 2004.
MASSUQUETTO, A. Forma física, processamento do milho, programas alimentares e níveis de energia de dietas para frangos de corte. 2018. 137 f. Tese (Doutorado em Zootecnia) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2018.

 

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