A 6ª Feira da Avicultura e Suinocultura Capixaba (FAVESU) superou as expectativas e destacou a força dos setores avícola e suinícola capixaba. Esse é o balanço final da organização da feira, que foi realizada em conjunto pela AVES (Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo) e a ASES (Associação de Suinocultores do Espírito Santo), nos dias 08 e 09 de junho, no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, na cidade de Venda Nova do Imigrante-ES.
- Contando com mais de 2 mil participações nos dois dias, a feira ofereceu ao público mais de 20 horas de palestras técnicas, além de atrações como o Espaço Gourmet, Espaço Científico e 69 empresas expositoras distribuídas em 38 estandes.
Durante o ciclo de palestras voltadas para os setores avícola e suinícola, os dois auditórios do evento receberam a participação de mais de mil produtores, técnicos, estudantes e representantes de organizações ligadas aos dois setores e também de representantes do cenário político capixaba, além de apoiadores e expositores do evento.
Público diversificado
Segundo dados levantados pela organização da feira, a 6ª FAVESU contou com a participação de pessoas de vários municípios capixabas, além das regiões da Zona da Mata Mineira, do Norte Fluminense e de Estados das Regiões Centro-Oeste e Nordeste, essa última com visitantes provenientes da Bahia, Ceará e Pernambuco.
O evento também recebeu mais de 300 de produtores e representantes de indústrias locais. No Espaço Gourmet, mais de 150 pessoas acompanharam a iniciativa que ocorreu em três momentos e promoveu a preparação de nove receitas que destacaram as potencialidades das carnes de frango, suíno e dos ovos.
Abertura
A cerimônia de abertura contou com a participação de diversas personalidades e figuras centrais dos setores avícola e suinícola capixaba, além de lideranças do mercado e da política estadual.
Abrindo a sequência de falas, o diretor executivo da AVES e ASES e também coordenador institucional da FAVESU, Nélio Hand, destacou a importância da FAVESU para os setores locais e no contexto regional, e enfatizou o desafio de realizar um evento dessa magnitude em meio aos acontecimentos dos últimos meses. Ele também frisou que todos saem fortalecidos e contribuindo com a avicultura e suinocultura.
A cerimônia também contou com os pronunciamentos dos presidentes da AVES e ASES, Oderli Schneider e Marco Aurélio Mosquini, respectivamente, do presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes; do secretário estadual de Agricultura, Mário Louzada; da representante do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Christina Haddad Souza Vieira; do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (FAES), Júlio Rocha; do deputado estadual Adilson Espindula.
Reconhecimento
Durante a cerimônia de abertura, foram prestadas homenagens a três importantes personalidades que atuam ou atuaram em prol dos dois setores no Espírito Santo.
Foram elas:
- José Mosquini: Produtor e grande atuante junto a suinocultura capixaba.
- Argêo João Uliana: Um dos principais expoentes da avicultura da cidade de Santa Maria de Jetibá e do Espírito Santo, além de ter atuado na presidência da AVES e ser um dos sócios fundadores da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi).
- Pedro Venturini: Grande incentivador, zootecnista e apaixonado pela avicultura.
Avaliações da avicultura e suinocultura nacional
Em mais uma edição da Reunião Conjuntural, a 6ª FAVESU abriu espaço para três importantes lideranças do setor de proteína animal apresentarem os números e as perspectivas da avicultura, suinocultura e o mercado de grãos nacional.
Participaram do encontro:
- o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin;
- o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes;
- e o Superintende da Superintendência de Gestão da Oferta – Sugof/Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, Allan Silveira dos Santos.
De forma remota, Ricardo Santin falou sobre as exportações brasileiras e destacou as influências que o mercado vem sofrendo. “Quando nós verificamos o perfil de onde está se vendendo a carne de frango, observamos a China como o maior importador de carne de frango do Brasil, seguindo pelos Emirados Árabes Unidos, que ultrapassaram a Arábia Saudita. Nós tivemos um aumento de volume de 9%, uma tendência que deve se confirmar durante todo o ano. A ABPA ainda não reviu suas projeções, mas elas serão maiores do que estava sendo previsto para esse ano”, contou Santin.
Marcelo Lopes destacou os desafios que a cadeia suinícola teve que enfrentar nos últimos anos e as perspectivas para os próximos meses. Enquanto Allan Silveira apresentou suas perspectivas com relação ao mercado de grãos para os próximos meses. “O mercado de grãos passou por alguns desafios nos últimos anos e, em 2021, tivemos um problema sério de produtividade no Brasil, que é um importante mercado exportador. Tudo isso associado ao aumento nos preços das commodities e dos fertilizantes – somados aos altos custos de produção -, resultaram no cenário atual. A perspectiva é de um cenário de normalização, com uma boa oferta de milho do Brasil e um potencial de recuperação da soja para 2023”, contou Allan.
Participação do meio acadêmico
O Espaço Científico da 6ª FAVESU contou com uma grande participação de pesquisadores e estudantes de universidades e faculdades do Espírito Santo, da região Norte Fluminense e do Estado de Minas Gerais. Na edição deste ano, o espaço apresentou 14 estudos com temáticas voltadas para as áreas de Frango de Corte, Postura Comercial e Suinocultura.
Os pesquisadores vencedores nas três áreas puderam apresentar seus trabalhos e receberam uma premiação em dinheiro na quantia de R$ 1.000,00. Além disso, eles terão direito à publicação do seu trabalho no Jornal do Agronegócio (jornal de circulação nacional da AVES e ASES), e poderão ter seus estudos divulgados nas mídias da FAVESU e das associações.
Um dos responsáveis pela Coordenação Científica da 6ª FAVESU, o médico-veterinário Eustáquio Moacyr Agrizzi reafirmou o compromisso da iniciativa. “É uma grande oportunidade para esses profissionais, tanto estudantes como atuantes nas áreas de zootecnia e veterinária, já serem inseridos nos assuntos dos mercados avícola e suinícola. Esses trabalhos também promovem a união de universidades de diferentes Estados, o que mostra a importância que a FAVESU tem no cenário nacional”, disse o Eustáquio Moacyr Agrizzi.
Resiliência para os dois setores
O “Painel do Agronegócio – FAES, SENAR, SINDICATOS, AVES e ASES” apresentou mais uma edição da Palestra Magna, que teve o comando do palestrante e cofundador da plataforma AAA Inovação, Arthur Igreja.
Com realização da AVES e ASES em conjunto com o sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (FAES), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-ES) e os Sindicatos Rurais, o momento debateu sobre a temática: “Os impactos da crise mundial para o agronegócio. Desafios e oportunidades para a avicultura e suinocultura brasileira”.
O palestrante também destacou as perspectivas que os produtores podem ter com relação ao mundo do agronegócio nos próximos meses. “Os próximos meses tendem a ser de uma equalização, até porque todos nós fomos pegos de surpresa num cenário em que quando a economia parece que começa a ceder, nós temos uma situação de guerra que impacta diretamente os setores de cadeia produtiva. Cada crise cria setores que são vencedores e outros que são mais atacados. Com todo esse cenário já passado, eu acredito que os próximos meses serão melhores”, encerrou o cofundador da plataforma AAA Inovação.
Saldo positivo
Coordenador institucional da FAVESU, Nélio Hand fez um balanço da feira, que contou uma avaliação positiva dos expositores e do público que se fez presente nos dois dias.
“Recebemos um feedback muito importante, mostrando que a maioria dos expositores e do público presente classificaram o evento e sua organização como ótimo ou bom, o que mostra que estamos no caminho certo, sempre buscando melhorar mais a cada edição. Isso também foi muito positivo em todas as abordagens feitas durante os dois dias de evento, especialmente nas temáticas técnicas, que contaram com temas de grande relevância para a avicultura e suinocultura capixaba”, disse Nélio.
Nélio também destaca o que a organização já planeja para a 7ª FAVESU, que acontecerá em 2024. “A organização da FAVESU sempre tem como princípio trabalhar para que o evento seguinte seja sempre melhor do que aquele que foi realizado. Nós temos então essa tarefa para 2024, observar aquilo que não deu certo e replanejar para que possa sair da melhor maneira possível na próxima FAVESU. É isso que nos dá credibilidade frente a todos os parceiros, bem como da avicultura e suinocultura capixabas. Esse é um conceito de trabalho de AVES e ASES”, finaliza.