O cenário atual de surtos de Influenza Aviária (IA) em vários países demonstra cada vez mais a relevância das medidas de biosseguridade para as cadeias produtivas de aves. O Brasil é um dos poucos países do mundo que nunca registrou nenhum caso de IA, sendo essa uma doença exótica (nunca registrada) no país. Também não registramos casos confirmados da Doença de Newcastle desde 2006, quando notificou a presença em aves de subsistência.
O QUE É BIOSSEGURIDADE
Temos aprendido cada vez mais a importância do isolamento e do distanciamento para a prevenção de doenças. Nos procedimentos de biosseguridade das granjas não é diferente.
A adoção de medidas de biosseguridade busca evitar a entrada e a propagação de doenças no plantel, dando melhores condições para se preservar a saúde dos animais e, consequentemente, a segurança dos alimentos e até mesmo o bem-estar dos trabalhadores. Neste sentido, ressalta-se a importância do conceito de Saúde Única, que considera a interdependência da saúde humana e a saúde animal e suas vinculações com a saúde dos ecossistemas onde estes se situam. |
Dada à posição do Brasil no mercado mundial, a biosseguridade, além de um fator de competitividade, é um compromisso com a segurança alimentar – no sentido de garantir acesso aos alimentos a todos os povos – colocando o país em condições de ofertar seus produtos para os mais diversos mercados.
O Brasil é considerado um celeiro de alimentos para o mundo. Nossa responsabilidade vai além das nossas fronteiras. Elas vão de nossas granjas para a mesa de milhões de consumidores em mais de 150 países.
Em geral, as medidas de biosseguridade em granjas requerem envolvimento de todos os elos da cadeia, e pode ser dividida didaticamente em biosseguridade interna e externa às granjas.
A biosseguridade externa evita que doenças inexistentes nos rebanhos entrem nas granjas, enquanto a interna evita que as enfermidades existentes nas granjas se disseminem pelo plantel. |
As medidas de biosseguridade resumidamente consistem em:
Uma parte importante a ser sempre considerada com mais atenção, é o trânsito de pessoas, e para dar suporte técnico e base aos procedimentos internos de cada empresa, a ABPA disponibiliza material com relação ao tema:
PROTOCOLOS DE BIOSSEGURIDADE DA ABPA
Os manuais são amplamente divulgados pela ABPA e seus associados para diversos fins, como em missões internacionais das quais, através do MAPA, as autoridades dos países importadores têm acesso ao documento no prelúdio das visitas in loco. Os manuais trazem informações relativas ao trânsito de pessoas, informações gerais de biosseguridade, bem como um modelo de ficha para controle de visitantes.
BRASIL – PLANO DE VIGILÂNCIA
Está em revisão, tramitando para publicação, o Plano de Vigilância de Influenza Aviária e Doença de Newcastle sob responsabilidade da Coordenação Geral de Planejamento e Avaliação Zoosanitária (CGPZ/CGSA/MAPA) que terá como objetivos principais:
Essa ação de vigilância deverá abordar de forma mais representativa e viável possível às populações de aves, considerando o direcionamento de esforços e recursos na priorização daquelas categorias que apresentem maior risco de ocorrência das doenças-alvo.
O plano deverá ser financiado pelos diversos entes interessados nas informações que subsidiarão ações mais rápidas em emergências, banco de dados importantes para o setor e robustez às certificações de comércio internacional.
ABPA – GEPIA
Pensando na importância da prevenção e do engajamento dos diferentes atores da cadeia, a ABPA instituiu o Grupo Especial de Prevenção da Influenza Aviária (GEPIA) que trata da gestão de prevenção e crise e segue trabalhando incessantemente nas campanhas para prevenção e na rápida resposta em caso de ocorrência. |
Foram realizados:
Cabe ressaltar que a manutenção do status sanitário é responsabilidade de todos. A notificação de caso suspeito de Influenza Aviária e Doença de Newcastle é obrigatória e deve receber atendimento do Serviço Veterinário Oficial para descartar ou confirmar a ocorrência.
A Instrução Normativa No 50 de 23 de setembro de 2013, lista estas e outras doenças passíveis da aplicação de medidas de defesa sanitária animal e deve ser ponto de atenção constante de todos os envolvidos nos processos produtivos.
Trabalhar incessantemente nas medidas de biosseguridade é ajudar o Brasil a manter os plantéis saudáveis, as pessoas alimentadas e os sistemas produtivos rentáveis.