A eficiência do aviário começa na decisão técnica e termina no bem-estar das aves
Na avicultura de alta performance, não há mais espaço para achismos. Essa foi a principal mensagem deixada durante a conversa entre a jornalista Priscila Beck, a especialista Gabriela Pereira (Plasson) e a produtora Luciana Dalmagro (Fazenda Alta Conquista), no estúdio da agriNews Play Brasil, montado especialmente para o evento Avicultor Mais, em Belo Horizonte (MG).
O debate trouxe à tona um ponto essencial: eficiência em aviários exige muito mais do que equipamentos modernos. Ela começa com decisões técnicas bem fundamentadas e termina com aves saudáveis e produtivas, refletindo um sistema bem manejado e pessoas bem treinadas.
A tecnologia só entrega resultado quando bem utilizada
Segundo Gabriela, os equipamentos estão cada vez mais avançados, mas o verdadeiro diferencial está no conhecimento de quem os opera. “A tecnologia embarcada trabalha a favor do aviário. Mas para isso, o humano precisa estar bem treinado, entendendo o que está fazendo e por que está fazendo”, afirmou.
Luciana complementou:
“Não adianta colocar um sistema de ponta se a equipe não está preparada. A decisão técnica começa com capacitação. A tecnologia só faz sentido quando está a serviço do bem-estar animal, da produtividade e da sustentabilidade.”
Ambiência e bem-estar: ciência, não achismo
O controle ambiental foi apontado como peça-chave para o bem-estar animal. Gabriela destacou que a avaliação do bem-estar vai além de conceitos subjetivos:
“Uma ave exposta à luz solar intensa pode ser mais estressada do que uma em ambiente controlado. A gente precisa olhar para o que os dados e os indicadores técnicos estão mostrando.”
Luciana reforçou que bem-estar animal não é luxo, é estratégia de produção. “A ave saudável, bem ambientada e com baixa produção de cortisol entrega mais. Isso é ciência. E mais do que isso: é um diferencial competitivo da avicultura brasileira.”
O desafio: sair do achismo, sem perder a sensibilidade
Durante a entrevista, também foi discutida a importância de revisar decisões técnicas que, no papel, pareciam promissoras, mas não funcionaram na prática. Casos como o uso de equipamentos mal adaptados ou a superventilação diante de um problema de aquecimento foram apontados como exemplos de decisões mal calibradas e que exigem humildade para serem revistas.
“É preciso reconhecer onde está a dor real. Às vezes o problema não está onde a gente acha que está. E insistir em achismos pode piorar tudo”, disse Gabriela.
O futuro da avicultura passa por decisões mais inteligentes
Por fim, o trio destacou que Minas Gerais vem evoluindo rapidamente na modernização dos aviários, especialmente com relação a isolamento térmico e controle de ambiência. A nova geração de produtores também vê a tecnologia como aliada e não como obstáculo.
“Tomar decisões técnicas é um ato de humildade e sabedoria. E isso começa com uma pergunta simples: onde está pegando? A resposta certa pode mudar tudo”, finalizou Luciana.
Assista a entrevista completa no canal agriNews Play Brasil: