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A importância dos ossos da galinha nos ciclos produtivos longos

Escrito por: Juan David Sorza
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A importância da medição dos ossos reside em permitir avaliar: o desenvolvimento estrutural durante as primeiras 13 semanas de vida; o desenvolvimento funcional entre as 14 e 24 semanas; controle do crescimento do osso. Saiba mais nesse artigo!

O aparelho reprodutivo da galinha é um sistema com quatro componentes:

Hipotálamo: Encarregado de dirigir as operações hormonais, tem como auxiliar a adenohipófse

Ovário: Motor inicial da formação do ovo – já que ali se desenvolvem os folículos que serão as gemas – requer o fornecimento constante de ácidos graxos a partir do fígado.

Oviduto e Osso Medular:  Onde forma-se a casca e, portanto, requer um grande colaborador: o osso medular. E é tão específico porque, se às células do útero encarregadas de mineralizar a casca, chegarem minerais do osso cortical, a ave estará perdendo a luta no jogo da remodelação óssea: os osteoblastos contra os osteoclastos.

Folículos

É importante planejar criteriosamente:

As atividades que devemos realizar

Práticas de manejo e de nutrição para garantir o desenvolvimento, o crescimento e a manutenção dos ossos na galinha; principalmente se pretendemos obter mais de 380 ovos, ou chegar às cem semanas em um ciclo produtivo sem troca de penas ou muda induzida.

Van Sickle, há mais de 30 anos, descreveu os aspectos importantes a considerar desde o primeiro dia de idade até a retirada da galinha adulta:

Crescimento: taxas relativas com outros órgãos e absoluta em relação aos componentes do osso.

Desenvolvimento dos componentes estruturais e funcionais do osso: relacionado ao crescimento endocondral e intramembranoso

Controle do crescimento do osso.

As duas primeiras atividades dessa proposta não são simples de executar em uma granja comercial, já que estão relacionadas aos centros de pesquisa.

No entanto, o que se pode fazer é construir uma curva padrão de crescimento e desenvolvimento do osso para avaliar o comportamento ósseo das aves. Esta é uma variável adicional às utilizadas geralmente, como peso corporal, consumo etc.

Importância da medição dos ossos

A importância da medição dos ossos reside em permitir avaliar:

O desenvolvimento estrutural durante as primeiras 13 semanas de vida

O desenvolvimento funcional entre as 14 e 24 semanas

A manutenção óssea até o final do ciclo

Medição mais simples

A medição mais simples é a do comprimento do osso

Medição mais precisa

A mais precisa é a medição da área do osso: medular e cortical, mas requer o sacrifício de aves.

Na Tabela 1 detalha-se o efeito de três medições no fêmur e sua correlação com duas variáveis no ovo, na produção e no peso corporal.

Adaptado de Riczu y col. ** altamente significativo

Área cortical – Efeito

A área cortical tem efeito significativo e inverso sobre:

Gravidade específica
Peso do ovo
Produção

Mais área significa consequências negativas nessas três variáveis.

Área medular

A área medular apresenta relação direta e altamente significativa sobre a gravidade específica e o peso do ovo.

Quanto maior a área, maior o espaço para a fixação de cálcio no osso medular e, a partir daí, a ave o mobilizará para mineralizar a casca.

Para conseguir esse efeito positivo sobre as variáveis do ovo, realiza-se esse trabalho durante a terceira etapa de crescimento e desenvolvimento da ave: semanas 14 a 24.

Temos aqui uma atividade importante a ser implementada durante as 13 primeiras semanas de vida, nas quais se desenvolve o osso cortical.

Como é de esperar, favorece diretamente – mas não de forma significativa – o peso corporal; conceito fundamental para a etapa de crescimento, já que se refere à relação entre o desenvolvimento esquelético e o ganho de peso corporal.

Este é um principio básico em biologia do crescimento: os animais para ganhar peso devem, primeiro, desenvolver o esqueleto para suportar a massa do organismo

Tabela 2. Características do desenvolvimento, crescimento e manutenção dos ossos da galinha

A Tabela 2 enumera diferentes conceitos sobre as três etapas de desenvolvimento dos ossos; isso envolve objetivos, durante cada uma delas, relacionados ao crescimento e desenvolvimento ósseo.

Etapa 1Desenvolvimento cortical

Para o osso cortical e a estrutura de suporte da ave

Etapa 2Desenvolvimento medular

Para o osso medular e a construção da reserva de nutrientes (especialmente cálcio) para mineralização da casca.

Etapa 3Manutenção do osso

Procura-se adiar o aparecimento dos sintomas de deterioração óssea como enfraquecimento e ruptura de casca, prolapsos e fadiga de gaiola.

Whitehead relatou que o osso aviar começa a enfraquecer a partir do momento em que se produzem 200 ovos, o que corresponde a 50-52 semanas de vida.

Com objetivos claros em cada uma dessas etapas, deve-se elaborar um plano de trabalho para conseguir que os ossos das aves de uma granja comercial suportem a formação das cascas

Plano de trabalho

O desafo é grande, porque o esqueleto da galinha atual é menor que o daquela que estava em galpões quando Van Sickle propôs os três aspectos que devemos considerar no desenvolvimento ósseo. Uma proposta inicial é voltar a medições de comprimento de osso e a construção da curva-padrão em cada granja.

O plano de trabalho apresenta muitas variações devido às diferentes formas de produzir ovos:

Genética ovo branco ou vermelho

Alojamento na etapa de criação e de crescimento (piso ou gaiolão) e na etapa de produção (piso, gaiola tradicional, gaiola automática)

Implementação de programas de maturidade sexual forçada (escurecimento, pardeamento, black-out durante o crescimento)

Granulometria do alimento

Facilidades para suplementação de carbonato de cálcio em grit

Recria escurecida

Um exemplo para destacar a importância de cada uma as variações propostas está na etapa de crescimento com aviário escurecido.

É provável que os problemas ósseos tenham começado quando essa técnica de manejo foi emulada, abrangendo desde as reprodutoras pesadas, até as poedeiras comerciais Brown. Mas nada é unifatorial, ou univariável; apareceram situações como:

Aquelas empresas avícolas que, ao começar com o escurecimento, tiveram fortes problemas de prolapso e fadiga de gaiola a partir da semana 25, aprenderam sobre a importância do desenvolvimento do osso medular, tema que naquele então não tinha transcendência.

Nenhuma das três etapas de desenvolvimento do osso é mais importante que outra; se falharmos em uma delas, teremos mais trabalho técnico durante as outras duas

No caso de não atingir o desenvolvimento do osso cortical, pode-se observar nos ninhos sintomas como:

Aves com baixo peso corporal
Aves pequenas
Aves com nível médio de
probabilidade de trato
gastrointestinal curto.

Não atingir objetivos na segunda etapa implica atraso no início da produção, prolapsos e fadigas de gaiola a partir da semana 25 (principalmente em aves de baixo peso) e o aparecimento de cascas fracas antes da semana 50 de idade.

A característica das atividades realizadas durante as etapas 1 e 2, é que estas são preventivas; e tudo o que fizermos na terceira etapa é feito com a ave produzindo ovos e a exigência dependerá do preventivo realizado e do nível produtivo do lote de aves.

Alguns aspectos que devemos considerar durante o crescimento, o desenvolvimento e a manutenção do osso são:

  1. Conteúdo de cálcio nos alimentos, de acordo com cada etapa fisiológica.
  2. Uso de carbonato de cálcio grosso (superior a 3 mm) no alimento, a partir da sexta semana de idade.
  3. Granulometria grossa do alimento a partir da mesma semana.
  4. Reforço com fontes de cálcio orgânico na fase de pré-postura e início da produção (segunda etapa).
  5. Bom senso no uso de fitases.
  6. Implementação de programa de luz: intensidade e duração para favorecer o desenvolvimento de hipotálamo.
  7. Proporção de carbonato grosso vs. pó nos alimentos da produção.
  8. Programa de suplementação de carbonato pedra (3 – 5 mm) na produção

A diferença entre os itens 2 e 7 está relacionada ao efeito do carbonato de cálcio grosso na ave; nas frangas, procura-se estimular o crescimento e desenvolvimento do trato gastrointestinal (não é função nutricional direta). Nas galinhas é fonte de cálcio com absorção noturna para a formação da casca.

 

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