A importância da medição dos ossos reside em permitir avaliar: o desenvolvimento estrutural durante as primeiras 13 semanas de vida; o desenvolvimento funcional entre as 14 e 24 semanas; controle do crescimento do osso. Saiba mais nesse artigo!
O aparelho reprodutivo da galinha é um sistema com quatro componentes:
Ovário: Motor inicial da formação do ovo – já que ali se desenvolvem os folículos que serão as gemas – requer o fornecimento constante de ácidos graxos a partir do fígado.
Oviduto e Osso Medular: Onde forma-se a casca e, portanto, requer um grande colaborador: o osso medular. E é tão específico porque, se às células do útero encarregadas de mineralizar a casca, chegarem minerais do osso cortical, a ave estará perdendo a luta no jogo da remodelação óssea: os osteoblastos contra os osteoclastos.
Folículos
É importante planejar criteriosamente:
As duas primeiras atividades dessa proposta não são simples de executar em uma granja comercial, já que estão relacionadas aos centros de pesquisa.
No entanto, o que se pode fazer é construir uma curva padrão de crescimento e desenvolvimento do osso para avaliar o comportamento ósseo das aves. Esta é uma variável adicional às utilizadas geralmente, como peso corporal, consumo etc.
Importância da medição dos ossos
A importância da medição dos ossos reside em permitir avaliar:
Medição mais simples
A medição mais simples é a do comprimento do osso
Medição mais precisa
A mais precisa é a medição da área do osso: medular e cortical, mas requer o sacrifício de aves.
Na Tabela 1 detalha-se o efeito de três medições no fêmur e sua correlação com duas variáveis no ovo, na produção e no peso corporal.
Área cortical – Efeito
A área cortical tem efeito significativo e inverso sobre:
Mais área significa consequências negativas nessas três variáveis.
Área medular
A área medular apresenta relação direta e altamente significativa sobre a gravidade específica e o peso do ovo.
Para conseguir esse efeito positivo sobre as variáveis do ovo, realiza-se esse trabalho durante a terceira etapa de crescimento e desenvolvimento da ave: semanas 14 a 24.
Temos aqui uma atividade importante a ser implementada durante as 13 primeiras semanas de vida, nas quais se desenvolve o osso cortical.
Como é de esperar, favorece diretamente – mas não de forma significativa – o peso corporal; conceito fundamental para a etapa de crescimento, já que se refere à relação entre o desenvolvimento esquelético e o ganho de peso corporal.
A Tabela 2 enumera diferentes conceitos sobre as três etapas de desenvolvimento dos ossos; isso envolve objetivos, durante cada uma delas, relacionados ao crescimento e desenvolvimento ósseo.
Etapa 1 – Desenvolvimento cortical
Para o osso cortical e a estrutura de suporte da ave
Etapa 2 – Desenvolvimento medular
Para o osso medular e a construção da reserva de nutrientes (especialmente cálcio) para mineralização da casca.
Etapa 3 – Manutenção do osso
Procura-se adiar o aparecimento dos sintomas de deterioração óssea como enfraquecimento e ruptura de casca, prolapsos e fadiga de gaiola.
Com objetivos claros em cada uma dessas etapas, deve-se elaborar um plano de trabalho para conseguir que os ossos das aves de uma granja comercial suportem a formação das cascas
Plano de trabalho
O desafo é grande, porque o esqueleto da galinha atual é menor que o daquela que estava em galpões quando Van Sickle propôs os três aspectos que devemos considerar no desenvolvimento ósseo. Uma proposta inicial é voltar a medições de comprimento de osso e a construção da curva-padrão em cada granja.
O plano de trabalho apresenta muitas variações devido às diferentes formas de produzir ovos:
Genética – ovo branco ou vermelho
Alojamento na etapa de criação e de crescimento (piso ou gaiolão) e na etapa de produção (piso, gaiola tradicional, gaiola automática)
Implementação de programas de maturidade sexual forçada (escurecimento, pardeamento, black-out durante o crescimento)
Granulometria do alimento
Facilidades para suplementação de carbonato de cálcio em grit
Recria escurecida
Um exemplo para destacar a importância de cada uma as variações propostas está na etapa de crescimento com aviário escurecido.
É provável que os problemas ósseos tenham começado quando essa técnica de manejo foi emulada, abrangendo desde as reprodutoras pesadas, até as poedeiras comerciais Brown. Mas nada é unifatorial, ou univariável; apareceram situações como:
- Menos esqueleto nas aves
- Mais produtividade
- Melhor conversão
- Mudança climática, embora pareça arriscado
Nenhuma das três etapas de desenvolvimento do osso é mais importante que outra; se falharmos em uma delas, teremos mais trabalho técnico durante as outras duas
No caso de não atingir o desenvolvimento do osso cortical, pode-se observar nos ninhos sintomas como:
Aves pequenas
Aves com nível médio de
probabilidade de trato
gastrointestinal curto.
Não atingir objetivos na segunda etapa implica atraso no início da produção, prolapsos e fadigas de gaiola a partir da semana 25 (principalmente em aves de baixo peso) e o aparecimento de cascas fracas antes da semana 50 de idade.
A característica das atividades realizadas durante as etapas 1 e 2, é que estas são preventivas; e tudo o que fizermos na terceira etapa é feito com a ave produzindo ovos e a exigência dependerá do preventivo realizado e do nível produtivo do lote de aves.
Alguns aspectos que devemos considerar durante o crescimento, o desenvolvimento e a manutenção do osso são:
- Conteúdo de cálcio nos alimentos, de acordo com cada etapa fisiológica.
- Uso de carbonato de cálcio grosso (superior a 3 mm) no alimento, a partir da sexta semana de idade.
- Granulometria grossa do alimento a partir da mesma semana.
- Reforço com fontes de cálcio orgânico na fase de pré-postura e início da produção (segunda etapa).
- Bom senso no uso de fitases.
- Implementação de programa de luz: intensidade e duração para favorecer o desenvolvimento de hipotálamo.
- Proporção de carbonato grosso vs. pó nos alimentos da produção.
- Programa de suplementação de carbonato pedra (3 – 5 mm) na produção
A diferença entre os itens 2 e 7 está relacionada ao efeito do carbonato de cálcio grosso na ave; nas frangas, procura-se estimular o crescimento e desenvolvimento do trato gastrointestinal (não é função nutricional direta). Nas galinhas é fonte de cálcio com absorção noturna para a formação da casca.