Para que isso aconteça, uma boa nutrição para as poedeiras é fundamental, com níveis de nutrientes adequados para atender suas exigências e não comprometer o desempenho produtivo, incluindo os macros e microminerais considerados essenciais para o metabolismo animal, pois estes participam de diversos processos químicos no organismo, exercem funções importantes no desenvolvimento e na reprodução das aves, assim como na formação da casca do ovo.
O autor cita que além da barreira intestinal, a solubilidade das fontes de minerais também interfere na absorção dos nutrientes, fator que deve ser levado em consideração quando se utiliza estes ingredientes na alimentação das aves, uma vez que estes minerais podem estar na forma de:
ou
A baixa biodisponibilidade dos microminerais é a principal circunstância que justifica o crescente interesse em explorar fatores que aumentam a absorção, ou metabolismo dos mineiras no organismo animal, visto que níveis dietéticos normalmente utilizados podem ser encontrados além das necessidades reais, proporcionando excesso na excreção e causando poluição ambiental (KIEFER, 2005; SALDANHA, 2008).
MINERAIS ORGÂNICOS
Estes minerais são compostos formados por íons metálicos complexados às substâncias orgânicas ou sintéticas, ou seja, são minerais ligado a algum tipo de carreador, tais como aminoácidos e polissacarídeos, substâncias orgânicas que facilitam a absorção por transporte ativo ao longo do intestino delgado (KIEFER, 2005; BERTECHINI, 2014).
Comercialmente, existem vários tipos de minerais orgânicos, que se diferenciam entre si pelo tipo de ligante usado para formar o complexo. Segundo a classificação feita pela Association of American Feed Control Officials – AAFCO (1997), os minerais orgânicos são definidos da seguinte forma:
Complexo metal-aminoácido: resultante da ligação entre um sal metálico solúvel e um ou mais aminoácidos;
Complexo metal-aminoácido específico: resultante da ligação entre um sal metálico com um aminoácido específico (ex.: zinco-metionina, manganês-metionina);
Metal proteinado: resultante da ligação entre um sal solúvel e proteínas parcialmente hidrolisadas;
Complexo metal-polissacarídeo: resultante da ligação entre um sal solúvel e um polissacarídeo.
MODO DE AÇÃO
As fontes de minerais inorgânicas, quando chegam ao estômago, liberam íons metálicos após:
Até que atinjam órgãos e tecidos específicos, precisam estar complexados com uma molécula transportadora, que permita absorção através membrana das células.
Até mesmo ligam-se a compostos insolúveis, ou competem com sítios de absorção entre outros minerais, com interações antagônicas que inibem a absorção dos minerais, que acabam sendo excretados (HERRICK, 1993; KIEFER, 2005; SALDANHA, 2008; SILVA & PASCOAL, 2014).
Por outro lado, os minerais orgânicos são absorvidos através das vias de absorção das moléculas orgânicas às quais estão ligados, o que evita interações antagonistas com outros minerais, fato que melhora seu índice de absorção quando comparado aos minerais inorgânicos.
Os autores afirmam que o mecanismo de absorção do mineral melhora quando o agente ligante possui grande capacidade de ligar-se ao metal, ou seja, formando complexos solúveis que facilitam sua absorção pela mucosa intestinal.
Problemas na qualidade da casca dos ovos representam grandes perdas na cadeia produtiva.
Os minerais orgânicos – na maioria das vezes – possuem maior custo que as fontes inorgânicas, assim sendo considerados menos econômicos. Porém, essa afirmativa nem sempre é verdadeira, visto que a ave consegue aproveitar melhor essas fontes, sendo necessário estudar o percentual de inclusão desses ingredientes na dieta, uma vez que, devido à alta absorção, pode se tornar tóxico para as aves.
Dessa maneira, as fontes orgânicas podem ser fornecidas em quantidades inferiores e mesmo assim trazerem melhoria na produção.
AAFCO – ASSOCIATION OF AMERICAN FEED CONTROL OFFICIAL. Official Publication.Atlanta. 1997.
BERTECHINI, A. G. Exigências de Minerais para Aves. In: Sakomura, N. K.; SILVA, J. H. V. da; COSTA, F. G. P.; FERNANDES, J. B. K.; HAUSCHILD, L. Nutrição de Não-Ruminantes. Jaboticabal: FUNEP, 2014.
FIGUEIREDO JÚNIOR, J. P.; COSTA, F. G. P.; GIVISIEZ, P. E. N.; LIMA, M. R; SILVA, J. H. V. FIGUEIREDO-LIMA, D. F.; SARAIVA, E. P.; SANTANA, M. H. M. Substituição de minerais inorgânicos por orgânicos na alimentação de poedeiras semipesadas. Arquivos Brasileiros de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.65, p.513-518, 2013.
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KIEFER, C. MINERAIS QUELATADOS NA NUTRIÇÃO DE AVES E SUÍNOS. Revista Eletrônica Nutritime, v.2, p.206-225, 2005.
KRATZER, F.H., VOHRA, P. Chelates and chelation. In: KRATZER, F.H., VOHRA, P. Chelates in nutrition. Boca Raton, Florida: CRC Press, p.5-33. 1996.
SALDANHA, É. S. P. B. Efeitos de minerais orgânicos no desempenho, qualidade de ovos e qualidade óssea de poedeiras semi-pesadas no segundo ciclo de produção. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu, 2008.
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