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A nutrição como aliada no controle da Salmonella

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A nutrição como aliada no controle da Salmonella

O Brasil é um dos maiores produtores e líder mundial na exportação de carne de frango. Para poder ocupar essa liderança, é necessário atender a algumas medidas de controle e prevenção de alguns agentes infecciosos como a Salmonella.

Atualmente, o modelo de fiscalização está passando por uma mudança: do controle total pelo governo para o sistema de autocontrole visando à modernização e aprimoramento dos mecanismos de monitoramento e controle sanitário.

Com o objetivo de desburocratizar, esse novo formato aumentam a participação e a responsabilidade dos entes regulados onde as próprias empresas monitoram, documentam e reportam seus processos e o serviço oficial.

A mudança gera maior responsabilidade às empresas, além de mais liberdade para seus processos. Do outro lado, exige rigor e comprometimento para garantir a segurança dos alimentos, proteger a saúde pública e o comércio exterior. 

A transmissão da Salmonella na avicultura ocorre tanto por via vertical da matriz para o pintinho, quanto pela via horizontal, com contaminação oro-fecal entre as aves.

Incubatórios mal higienizados, equipamentos, caixas, calçados, veículos e pessoas podem atuar como vetores, introduzindo a bactéria em ambientes que antes estavam livres da contaminação. Essa disseminação passiva é uma das principais falhas em biosseguridade, conhecida pelos profissionais do setor pela expressão “a salmonela entra de crachá”. Outros vetores incluem roedores, insetos e a fábrica de ração, que podem carregar a bactéria.

O cascudinho é um exemplo de inseto resistente e comum em camas de aviário, capaz de abrigar a bactéria entre lotes. Portanto, a cama de frango, que muitas vezes não é substituída a cada ciclo, representa outro risco. A fermentação e o tratamento inadequados favorecem a Salmonella, que sobrevive em locais de menor competição microbiana.O controle de Salmonella na avicultura é essencial para garantir a segurança alimentar, a saúde animal e evitar perdas econômicas.

Além das medidas sanitárias, a nutrição é uma ferramenta estratégica para esse controle; por meio dela, podemos utilizar aditivos que atuam diretamente sobre a bactéria e modulam a microbiota intestinal, reforçando a barreira contra patógenos e melhorando a resposta imune das aves.

A integração dessas soluções nutricionais reduz a colonização da Salmonella

É essencial compreender seu modo de ação e comportamento no organismo animal para realizar o controle e a prevenção. A bactéria pode estar presente ao longo de todo o trato gastrointestinal das aves, mas o principal local de colonização é o ceco, localizado na porção final do trato digestivo.

Por isso, aditivos nutricionais, como os ácidos orgânicos, destinados ao seu controle, devem garantir a estabilidade e quantidade do ativo em todo o trato gastrointestinal. 

Os ácidos orgânicos são eficazes na prevenção e controle, pois alguns ácidos orgânicos possuem ação antimicrobiana significativa. Quando em sua forma não dissociada, esses ácidos conseguem penetrar na célula bacteriana, onde se dissociam, liberando íons hidrogênio, o que acidifica o citoplasma e impede a realização de processos metabólicos essenciais.

Isso leva à inativação de enzimas, interrupção de vias metabólicas, e à morte celular por esgotamento energético, ou seja, a bactéria gasta energia tentando expulsar o excesso de íons, mas não consegue repor essa energia devido à disfunção metabólica induzida.

A Novus oferece em seu portfólio o AVIMATRIX®, o único ácido benzóico protegido do mercado, cuja eficácia se deve à potência do ativo e à tecnologia de microencapsulamento, que assegura a sua liberação gradual ao longo do trato gastrointestinal.

Essa liberação favorece o equilíbrio da microbiota intestinal, modulando-a e estimulando o crescimento de bactérias probióticas, contribuindo não só com a redução dos microrganismos enteropatogênicos, mas também com a integridade intestinal, promovendo a saúde e o desempenho zootécnico das aves.

Outro benefício é a melhor digestão, redução da inflamação e imunomodulação, que atuam na melhora significativa do desempenho zootécnico, favorecendo o ganho de peso e a conversão alimentar, além de promover maior saúde intestinal nas aves.

Esse modo de ação é importante porque o sucesso do produto depende da tecnologia de liberação. Quando utilizados na forma livre, raramente chegam na quantidade necessária ao intestino. Mesmo quando encapsulados de forma simples, sua liberação ocorre precocemente, no início do intestino, resultando em uma ação limitada e de pouca duração. 

Quando a infecção atinge níveis elevados, muitas vezes é necessário recorrer ao uso de antibióticos. No entanto, há um desafio crescente: a resistência bacteriana.

Muitas cepas de Salmonella atualmente são resistentes aos antibióticos mais comuns, exigindo doses elevadas ou a identificação de antimicrobianos ainda eficazes. Nesse contexto, os ácidos orgânicos permanecem como aliados no manejo sanitário, pois, contribuem significativamente para reduzir sua presença. Portanto, sua aplicação deve ser parte de uma estratégia integrada, com o objetivo de manter a Salmonella sob controle e proteger a saúde animal e humana.

O controle da Salmonella na avicultura é multifatorial e depende de uma abordagem integrada.

A biosseguridade deve ser vista como um sistema. Processos como limpeza e desinfecção, controle de vetores, manejo no incubatório, qualidade da ração e intervalos entre lotes são fundamentais.

Acima de tudo, o sucesso no controle depende do treinamento das pessoas que executam essas ações.

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