A avicultura de postura no Brasil vem crescendo ano após ano e hoje representa o 6º maior produtor de ovos do planeta.
Dentre os desafios encontrados na atividade de produção de ovos, garantir as aves um bom status sanitário ainda é um dos principais gargalos. Inúmeras medidas podem ser tomadas para reduzir ou eliminar estes desafios.
Cuidados principalmente relacionados ao manejo, ambiência e medidas de biosseguridade estão entre as principais formas de se obter sucesso na produção, paralelamente, o fornecimento de aditivos que contribuam para o status imunológico das aves vem com o foco de auxiliar a garantir os bons resultados.
Aliado a esse cenário, o aumento das restrições quanto ao uso de antibióticos melhoradores de desempenho na avicultura de postura e a própria pressão do consumidor final nos faz buscar alternativas que contribuam para a saúde da ave.
Nesse sentido os fitonutrientes podem ser definidos como compostos vegetais bioativos que têm benefícios para a saúde quando consumido na dieta. Tais compostos vegetais incluem:
Flavanóides;
Carotenoides;
Componentes dos óleos essenciais, como cinamaldeído, carvacrol, timol entre outros (LEE et al., 2011).
Os óleos essenciais são produtos do metabolismo secundários das plantas, e ao trabalhar com esses compostos na sua forma natural existe uma dificuldade em ter uma concentração padrão dos ativos, visto que a produção na planta é susceptível a fatores como clima, fertilidade do solo, maturação, geografia entre outros.
Assim, uma alternativa é a utilização de ativos sintéticos idênticos aos naturais, através de blends de ativos que demonstrem sinergia quando combinados.
Os principais efeitos de destaque dos óleos essenciais são o efeito antimicrobiano, imunomodulador, anti-inflamatório e antioxidante (Abo Ghanima et al., 2020).
Devido sua característica lipofílica os óleos essenciais podem atravessar a membrana das bactérias causando a sua desestabilização, assim, ocorre o dano a membrana citoplasmática, vazamento de conteúdo citoplasmático, coagulação do citoplasma e depleção da forma motora de prótons (KARACA, 2011), além disso, ativos como o cinamaldeído tem efeito sobre a proteína FTsZ, envolvida na divisão celular bacteriana (ALBANO, 2016).
Ademais, os óleos essências podem atuar na função imunológica em aves melhorando a resposta humoral através do aumento da produção de imunoglobulinas, além de atuar na expressão gênica de citocinas pró inflamatórias reduzindo os danos causados pelos processos inflamatórios (Abd El-Hack e Alagawany (2015); Wang et al (2021)).
Outro efeito muito interessante relacionado a utilização dos óleos essenciais é o potencial antioxidante desses bioativos. Os radicais livres produzidos em grande quantidade em momentos de estresse, seja patológico ou até mesmo estresse térmico, são altamente reativos e podem causar danos celulares. Os óleos essenciais têm o efeito de neutralizar esses compostos através da doação de elétrons.
Ao utilizar três diferentes níveis do Bioessence (Blend de ativos da MCassabhttps://avinews.com/pt-br/ficha_empresa/m-cassab/) em galinhas com 30 semanas de idade, observou-se efeito benéfico sobre a modulação da flora no conteúdo cecal (Tabela 1) através da redução de bactérias patogênicas, e aumento da flora benéfica, o que se reflete na saúde e resposta das aves.
Tabela 1- Efeito do Bioessence sobre o conteúdo cecal de galinhas de 30 semanas suplementadas com diferentes níveis. Letras minúsculas na mesma coluna indicam diferença significativa p(<0,05), letras maiúsculas indicam diferença significativa (<0,01)
Em outro estudo realizado com aves de 30 semanas de idade, observou-se uma maior produção de imunoglobulinas nas aves suplementadas com o Bioessence, promovendo uma melhora da resposta imune (tabela 2) após 60 dias de fornecimento do produto.
Tabela 2- Efeito do Bioessence sobre índices imunológicos em aves suplementadas com diferentes níveis. Letras diferentes indicam diferença significativa diferenças (P <0,05).
Além dos efeitos supracitados em relação aos efeitos dos óleos essenciais, há um efeito positivo em índices zootécnicos, sobretudo em situação de desafio, como em estresse térmico, por exemplo.
Com base nessas premissas, avaliamos o Bioessence em uma granja comercial no verão, onde é muito comum picos de altas temperaturas na região onde a granja se localiza. As aves com 48 semanas de idade foram suplementadas com diferentes doses do produto, após o período de teste, foi possível observar seu efeito sobre conversão alimentar (gráfico 1) e taxa de postura (gráfico 2).
Além da melhoria sobre os índices zootécnicos, os ovos das aves foram classificados (Tabela 3) durante a utilização do produto e o Bioessence promoveu uma maior porcentagem de ovos extra em relação ao controle:
Tabela 3- Classificação dos ovos de acordo com o peso. Classificação de acordo com Portaria SDA nº 747- 06 de fevereiro de 2023 óleos essenciais em poedeiras
Ao utilizar tecnologias como o Bioessence, a melhoria no status imunológico e status antioxidante das aves refletem em uma melhor condição corporal, por consequência é possível observar o efeito benéfico do produto sobre conversão alimentar e taxa de postura, que trazem ganho econômico, aliado aos ganhos.
Quando há remuneração por peso de ovos também é possível observar outro ponto que contribui para que o produto seja um investimento com retorno certo.