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Artrite e suas causas multifatoriais em frangos de corte – Parte 1

Escrito por: Cláudia Balzan - Docente do curso de medicina veterinária - UNOESC , Eduarda da Silva - Universidade do Oeste de Santa Catarina
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Artrite e suas causas multifatoriais em frangos de corte – Parte 1

A produção de frangos de corte no Brasil em 2022 foi de 14,5 milhões de toneladas, com exportações de 397,7 mil toneladas em fevereiro de 2024. O setor avícola brasileiro lidera mundialmente, tendo a China como maior compradora (ABPA, 2024). A indústria avícola enfrenta desafios ambientais e nutricionais, que favorecem patologias. Manejo inadequado pode gerar problemas como refugagem e desuniformidade de lotes (Paz, 2008).

Entre os principais problemas sanitários no abate, destacam-se artrites e tenossinovites, que impactam o bem-estar e a produtividade, refletindo em um desafio sanitário e econômico (Silva e Vieira, 2010; Reck, 2011). Fatores como manejo inadequado, genética e nutrição podem desencadear a doença, reforçando a importância de elucidar suas causas (Costa, Santana e Coelho, 2016).

A articulação tibiotársica tem sido significativamente afetada com a evolução genética das linhagens comerciais de aves. O rápido crescimento do frango de corte proporciona um sobrepeso sobre a estrutura óssea que se encontra em formação, ocasionando enfermidades locomotoras significativas para a produção. Essa condição causa dor, desconforto, diminuição de ingestão de água e alimento, e por conseguinte, traz consigo aumento de refugagem e mortalidade, esses pontos acarretam diretamente a falta o bem-estar desses animais, que atualmente é primordial para o mercado interno e externo (Colet, 2013).

O crescimento muscular dos frangos é maior que o crescimento da tíbia, aumentando o peso sobre os ossos dos membros pélvicos. Os músculos peitorais estão relacionados diretamente com o ganho de peso, assim, o centro de gravidade da ave que deve ser sobre as pernas, desloca-se para a frente, afetando a biomecânica corporal, ou seja, alterando a postura sobre os pés (Huang et al., 2019).

Entretanto, o rápido crescimento destes animais não é o único motivo para o aparecimento de patologias do sistema locomotor. Essas enfermidades podem ser reduzidas com um manejo adequado no início dos lotes associado a uma nutrição equilibrada e necessária para o desenvolvimento corpóreo (Applegate; Lilburn, 2002).

Além disso, linhagem, sexo, qualidade de cama, faixa etária e densidade animal, afetam diretamente o aparelho locomotor. Não obstante, pode acarretar em doenças bacterianas e virais oportunistas, ou como principal fonte de artrite (Alves, 2013).

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