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Brasil investiga caso de asas de frango positivadas para Covid-19 na China

Escrito por: Priscila Beck
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O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e entidades representativas da indústria avícola brasileira estão investigando o caso de amostras de asa de frango brasileira congelada positivadas para a COVID-19 na China. Em nota, tanto o Mapa, como ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) e ACAV (Associação Catarinense de Avicultura), ressaltam o posicionamento de autoridades internacionais de saúde de que não há evidências científicas de que a carne seja transmissora do vírus.

Segundo informações do site da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não há nenhuma evidência a respeito da transmissão do novo coronavírus via alimentos. A Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos (European Food Safety Authority – EFSA), quando avaliou esse risco em outras epidemias causadas por vírus da mesma família, concluiu que não houve transmissão por alimentos.

À CNN, a OMS informou que é “altamente improvável que as pessoas contraiam o Covid-19 via alimentos ou embalagens de alimentos”. De acordo com o CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos), o risco de infecção pelo vírus em produtos alimentícios, embalagens de alimentos ou sacolas é “considerado muito baixo”.

Ambas as organizações apontam que o coronavírus se espalha principalmente de pessoa para pessoa, através de gotículas respiratórias quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala. “Não há evidências até o momento de vírus que causam doenças respiratórias sendo transmitidos por alimentos ou embalagens de alimentos”, disse a OMS.

David Hui Shu-cheong, especialista em medicina respiratória da Universidade Chinesa de Hong Kong, disse à CNN que os produtos alimentícios importados com resultado positivo na China quase certamente foram contaminados durante a embalagem. Ele acrescenta ainda que isso não significa, necessariamente, que sejam infecciosos, já que os testes de ácido nucléico podem detectar o RNA de vírus mortos.

Restos do vírus já causaram resultados falso-positivos em pacientes que se recuperaram do coronavírus, como na Coreia do Sul, segundo explicou o especialista.

China

Na manhã desta quinta-feira (13/8), uma nota foi publicada no site do município de Shenzhen, com informações da autoridade sanitária local sobre uma suposta detecção de ácido nucleico do novo coronavírus na superfície de uma amostra de asa de frango congelada, oriunda de um lote importado do Brasil. Segundo a nota, outras amostras do mesmo lote foram coletadas, analisadas e os resultados foram negativos.

Segundo a ABPA, ainda não está claro em que momento houve a eventual contaminação e se ocorreu durante o processo de transporte de exportação. A ABPA, inclusive, ressalta que a amostra foi colhida na embalagem do produto e não diretamente na asa de frango, considerando que a divulgação do município chinês refere-se à superfície da asa de frango.

Em nota, o Mapa informa que até o momento não foi notificado oficialmente pelas autoridades chinesas sobre a ocorrência. O Ministério destaca ainda que na noite de ontem, após notícia veiculada na imprensa chinesa, consultou a GACC (Administração-Geral de Aduanas da China), buscando as informações oficiais que esclareçam as circunstâncias da suposta contaminação.

A ACAV destaca em nota que o Brasil é um país de excelência na produção de proteína animal no mundo, seja pelo aspecto de sanidade, ou pela segurança dos processos produtivos, auditados reiteradamente por mais de 150 países para os quais o produto é exportado. A questão é reiterada pela ABPA, que destaca que todas as medidas para proteção dos trabalhadores e a garantia da inocuidade dos produtos foram adotadas e aprimoradas ao longo dos últimos meses, desde o início da pandemia global.

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