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Big Dutchman propõe novo modelo de negócio com resíduos da granja como fonte de energia, proteína e crédito de carbono

Escrito por: Priscila Beck
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resíduos

Durante sua participação no II Seminário Hy-Line White para América Latina, o Diretor de Soluções Ambientais Globais da Big Dutchman, Janjaap Van der Mark, chamou a atenção da plateia ao propor um novo olhar para os resíduos das granjas de postura.

Em vez de tratar esses resíduos apenas como problema sanitário, ou passivo ambiental, ele defendeu que sejam vistos como ativos estratégicos, capazes de gerar energia, proteína, água limpa e até créditos de carbono.

“Temos uma quantidade dupla de resíduos nas granjas e precisamos decidir o que fazer com isso. Podemos transformar isso em algo positivo. Não se trata apenas de reciclar, mas de realmente criar valor a partir do que antes era descartado”, afirmou Janjaap.

Segundo ele, a Big Dutchman tem trabalhado em soluções que permitam às granjas reaproveitar fezes e outros resíduos orgânicos por meio de processos controlados, seguros e eficientes. A proposta é evitar que o material contaminado volte ao ciclo produtivo e, ao mesmo tempo, gerar produtos com valor agregado, como adubo orgânico, biogás e ingredientes alternativos para ração animal.

“É preciso separar bem as áreas sujas das limpas, armazenar corretamente os resíduos e evitar a recontaminação. Isso exige investimento, mas também abre caminho para retorno financeiro. Hoje, grandes mercados estão dispostos a pagar por créditos de carbono. Podemos purificar o planeta e ainda sermos remunerados por isso”, destacou o especialista.

Ao apresentar exemplos de projetos implementados em outros países, Janjaap enfatizou que a adoção de tecnologias sustentáveis não deve ser encarada como um custo, mas como uma mudança de mentalidade. “Não queremos apenas fazer um sistema bonito. Queremos criar um modelo rentável, que funcione na prática, que gere lucro e, ao mesmo tempo, beneficie o meio ambiente.”

Ele mostrou modelos em 3D de sistemas completos que integram manejo de resíduos, geração de energia, reaproveitamento de água e cultivo de alimentos. Em um dos exemplos, o sistema foi projetado para atender mais de 100 mil pessoas com energia limpa.

“Há oportunidades de negócio enormes nesse campo. Se não fizermos nada, o problema continuará por mais 50 anos. Mas se fizermos certo, podemos transformar o setor e gerar valor real para toda a cadeia”, concluiu.

II Seminário Hy-Line White para América Latina ocorre pela primeira vez no Brasil, reunindo mais de 300 participantes do Brasil e América Latina, com foco técnico em genética, nutrição, manejo, sanidade e inteligência de mercado.

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