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Biosseguridade na Indústria Avícola – requerimento para a produtividade e rentabilidade

Escrito por: Jorge Chacón - M.V. MSc. PhD Serviços Veterinários – Ceva Saúde Animal - Brasil
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biosseguridade na indústria avícola

Civilizações antigas já praticavam medidas de biosseguridade para evitar a transmissão de agentes infecciosos dentro de uma família, vilarejos e cidades. Por exemplo, na época medieval pacientes afetados pela Lepra eram separados do resto da população para evitar contágios. As pessoas afetadas seguiam regras para evitar novos casos (cuidados nas fontes de água para consumo; orientações para evitar a transmissão pelas correntes de ar…).

Na área veterinária, a biosseguridade inclui medidas para salvaguardar a vida e saúde dos animais, é um seguro para reduzir a possibilidade de introdução de um patógeno. Caso ele já esteja circulando na granja, o objetivo da biosseguridade é limitar a sua propagação dentro da granja ou área geográfica.

O plano de biosseguridade deve garantir que todas as operações e processos relacionados à avicultura sejam realizados com segurança, prevenindo o risco de adquirir e transmitir doenças infecciosas.

É importante estabelecer uma sólida rotina de biosseguridade na avicultura para evitar o surgimento e a propagação de agentes infecciosos que podem ter sérias consequências para a saúde e o bem-estar dos animais e das pessoas envolvidas no trabalho.

Infelizmente, os investimentos em biosseguridade são percebidos como despesas e não como recursos necessários para garantir a produtividade e rentabilidade das criações avícolas, as quais fornecem alimentos seguros e saudáveis. Além disso, experiências passadas e recentes demostraram como o ingresso de agentes infecciosos com consequências devastadoras em morbidade e mortalidade levam à falência de empresas avícolas.

Dimensões

A biosseguridade requer planificação (Concepção), investimentos (Estrutura) e compromisso (Operacional).

 

1. Concepção: a biosseguridade se inicia definindo a localização das instalações e os níveis de risco para a propriedade. Se faz necessário identificar e caracterizar as doenças endêmicas e exóticas na região:

Avaliar risco de introdução de infecções,

Quantificar o impacto de doenças endêmicas e exóticas,

Projetar as consequências financeiras da infecção,

Identificar e priorizar as possíveis rotas de introdução de patógenos.

2. Estrutural: refere-se à construção física, desenho da granja, e manutenção das instalações para evitar o ingresso de agentes/vetores de doenças, facilitando o cumprimento das práticas operacionais de biosseguridade.

3. Operacional: os procedimentos operacionais incluem as práticas de manejo e medidas de rotina que se realizam para prevenir as doenças, incluindo avaliações de risco e o cumprimento de procedimentos operacionais estândares (POP) – check-list. As práticas têm que estar focadas nas fontes de ingresso de patógenos (Gráfico 1).

Componentes do plano operacional de biosseguridade

O plano de biosseguridade requer um correto entendimento para uma correta implementação e execução das medidas de biosseguridade.

Investimentos e benefícios econômicos da biosseguridade

O plano de biosseguridade deve ser desenhado de acordo com os riscos e consequências econômicas dos surtos.

Exigências de acordo com o tipo de criação avícola e nível de risco: granjas que alojam

1) Custo relativo da sanidade: os custos de produção vêm aumentando no decorrer dos anos, principalmente os relacionados à alimentação. Os gráficos 2 e 3 mostram o menor “custo relativo” dos programas vacinais e desinfetantes na produção de frangos de corte nos últimos anos. Para a análise se usaram custos e preços de uma empresa do Paraná.

2) Prevenção profilática e payback: a vacinação é parte importante do programa de biosseguridade, pois, aumenta a resistência das aves à infecção e limita a circulação de patógenos, principalmente daqueles que criam aves portadoras assintomáticas.

A Tabela 2 mostra as perdas após desafio com o vírus da Laringotraqueíte infecciosa das aves (LTI) em uma granja de poedeiras.

O gráfico apresenta também o custo do programa vacinal preventivo (na ausência do patógeno), e o custo do programa vacinal de controle quando o agente já ingressou na propriedade. A análise mostra que as perdas ocasionadas por um surto de LTI em um lote equivale ao investimento em vacinar de forma preventiva 111 a 159 lotes de aves.

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