As salmoneloses (termo usado para denominar a infecção causada por bactérias do gênero Salmonella) estão entre as principais doenças das aves comerciais, sendo sua presença relacionada a significativas perdas econômicas e produtivas. Podem acometer aves de todas as idades, são causas comuns de epidemias e estão distribuídas mundialmente. Aves portadoras de salmonelas são as principais fontes de infecção, sendo transmitida de forma vertical e horizontal (Zaninelli et al, 2018). |
Salmoneloses aviárias são doenças agudas ou crônicas e, dentre os principais agentes etiológicos envolvidos nesta enfermidade, estão:
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) (gov.com.br/agricultura) regulamenta ações de controle e monitoramento de salmonelas em granjas avícolas comerciais de corte e de reprodução, assim como nos estabelecimentos de abate registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), além disso, o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) também estabelece os critérios mínimos de biosseguridade a serem adotados pelas granjas para registro no serviço veterinário oficial.
Pesquisadoras da Universidade de São Paulo (USP) sequenciaram o genoma da bactéria Salmonella e descobriram que a maioria das 90 amostras pesquisadas apresentou resistências a diferentes classes de antibióticos. O estudo, desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP), identificou 39 genes responsáveis por essa resistência (Seribelli, 2018).
Estes aspectos levam, portanto, o controle da salmonelose aviária para formas alternativas de prevenção e combate.
Os mananoligossacarídeos (MOS) são carboidratos complexos, conhecidos por sua capacidade de se ligar a patógenos, como Salmonella spp., Escherichia coli, Campylobacter, entre outras (Koc et al., 2010). Desta forma, atuam bloqueando a fixação e colonização do intestino por bactérias patogênicas gram-negativas com fímbrias do tipo 1 (Fig 1), o que contribui para o estabelecimento de uma microbiota benéfica, melhorando:
As fímbrias desempenham um papel crítico no processo inicial de colonização, pois facilitam a ligação entre o patógeno e tecidos específicos do hospedeiro. As fímbrias do tipo 1 estão associadas à maioria dos sorovares de Salmonella entérica, e desempenham papel fundamental no estabelecimento do processo infeccioso (Borowsky et al, 2009).
Porém, cabe ressaltar que nem todos os mananoligossacarídeos possuem a mesma intensidade de aglutinação, esta habilidade está altamente relacionada à sua atividade biológica.
Além disso, quanto maior a taxa e a intensidade da aglutinação, mais rápido o processo de aglutinação ocorre no organismo animal. Este fator impacta diretamente na diminuição da pressão de infecção e na mitigação dos efeitos negativos da presença da Salmonella spp. no intestino das aves.
Produzida sob rigorosas medidas de controle de qualidade, a BIOWALL® apresenta excelentes índices (100%) e intensidade de aglutinação (83%) das mais variadas cepas de Salmonella spp. encontradas a campo e que constituem gande desafio à cadeia produtiva avícola (Tabela 1).
O setor avícola busca, continuamente, um rigoroso padrão de qualidade que se reflita na escolha do produto pelo consumidor e na conquista de novos mercados no país e no exterior.
A salmonelose é uma das principais enfermidades bacterianas que afetam as aves comerciais e, potencialmente, a saúde pública. A prevenção e o controle sanitário deste desafio são condições fundamentais para manter e fomentar o desenvolvimento da avicultura brasileira no mercado interno e externo.
Referências bibliográficas disponíveis com a autora através do e-mail veronica.lisboa@yes.ind.br
PDF