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Boas práticas na vacinação spray no incubatório

Escrito por: Érica de Faria Melo - Coordenadora técnica de avicultura Boehringer Ingelheim Saúde Animal , Geise Linzmeier - Coordenadora Técnica Aves na Boehringer Ingelheim
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Boas práticas na vacinação spray no incubatório

O principal objetivo de um programa de imunização na produção avícola é reduzir o nível de infecções com sintomatologia e mortalidade, o que como consequência resultará em melhores performances produtivas. 

Para aves de reprodução o programa de imunização também tem o objetivo de evitar a transmissão vertical de patógenos e promover a transferência de anticorpos maternos para a progênie, fornecendo a imunidade passiva tão importante nos primeiros dias de vida dos pintinhos. 

Alguns tipos de vacinas, como no caso das vacinas contra Salmonella, podem proteger o lote, mas também possuir impacto na saúde humana ao reduzir a contaminação das carcaças e assim diminuir a exposição do homem a agentes envolvidos nas infecções alimentares

Boas práticas na vacinação spray no incubatório

A vacinação consegue assim atuar em diversas vertentes dentro da cadeia de produção avícola, e por isso, torna-se tão importante conhecer sobre a dinâmica da doença contra a qual um lote será vacinado assim como a forma de aplicação e preparo da vacina além dos tipos de vacinas e cepas disponíveis.

As vacinas consistem em suspensão de microrganismos ou frações destes em um diluente que, quando administradas a um indivíduo ou grupo de indivíduos, induzem uma resposta imunológica. As vacinas são aplicadas por diversas vias, mas aquelas realizadas no incubatório podem ser administradas via ovo, subcutânea ou spray. 

 As vacinas são desenvolvidas a partir de diferentes tecnologias e sua classificação irá depender da forma que o agente ou parte dele se apresenta. Elas podem ser classificadas em vacinas modificadas ou atenuadas (agente vivo), vacinas inativadas ou recombinantes. 

Boas práticas na vacinação spray no incubatório

Aves que estão em condições de estresse ou imunossupressão respondem insatisfatoriamente a administração de vacinas devido a alterações fisiológicas presentes no organismo, e portanto, a vacina pode ter sua eficácia comprometida. Além disso, a vacinação não pode ser uma estratégia utilizada para corrigir falhas dos procedimentos de biosseguridade ou desinfecção, pois a vacina de forma geral não impede a infecção, mas prepara o organismo a combater os agentes invasores.

São inúmeras as vantagens em realizar a vacinação das aves no incubatório, pois nesse ambiente é possível ter maior controle de parâmetros fundamentais para o adequado preparo e manipulação das vacinas, como: qualidade da água, armazenamento de vacinas e maior disponibilidade de mão-de-obra. Também a aplicação antecipada e mais uniforme da vacina e consequentemente o desenvolvimento de uma resposta imune precoce e eficaz, reduzindo ou eliminando a realização de vacinas a campo constitui outro ponto favorável para a aplicação das vacinas no incubatório.

  

A vacinação por via spray é usada principalmente para aplicação de vacinas vivas contra agentes envolvidos em doenças respiratórias (Vírus da Bronquite Infecciosa das Galinhas – IBV e Vírus da Doença de Newcastle – NDV) e vacina de coccidiose.

Este método de vacinação tem como objetivo primordial induzir uma proteção a nível local, o que é extremamente importante, pois a principal via de entrada destes patógenos ocorre através das mucosas dos tratos respiratório ou gastrointestinal. Devido ao hábito que os pintinhos possuem de limpar as penas com os bicos, há uma otimização da absorção da vacina aplicada por esta via. 

Figura 1. Vacinação via spray em pintos de 1 dia.

 

Alguns pontos em relação ao preparo da vacina e sua aplicação podem interferir diretamente na eficiência da vacinação e por isso serão abordados a seguir:

Para vacinas que são aplicadas via spray, a água serve como meio de transporte do vírus vivo, e por isso, ela deve ser de ótima qualidade, destilada, livre de contaminação e cloro ou qualquer outro resíduo de desinfetante. O pH deve estar compreendido entre 6,5 a 7,5 e a dureza em até no máximo 500 mg/L Ca+2Mg+2.

Análises rotineiras da qualidade físico-química e microbiológica da água utilizada no processo de vacinação podem ser feitas como forma de assegurar se estes requisitos estão sendo atendidos. A correta manutenção dos equipamentos que produzem a água destilada como a limpeza e troca dos filtros regular, devem ser realizadas criteriosamente de acordo com as recomendações do fabricante. 

A água utilizada deve estar em temperatura ambiente (24 a 26°C), pois água fria pode submeter os pintinhos a uma condição de estresse por frio, já que eles não são capazes de controlar sua temperatura corporal nos primeiros dias de vida.

O tamanho da gota é muito importante neste método de vacinação e precisa ser controlado assim como o volume de água utilizado. O tamanho da gota utilizada na vacinação spray no incubatório ideal é de 100 a 200 µm. Gotículas menores podem se mover com as correntes de ar e não atingir os pintinhos, além de atingirem a porção do trato respiratório inferior e causar maior reação após a vacinação. Já o volume de água mudará em função do tipo de vacina e equipamento utilizado, além das condições ambientais.  

Outros itens como: a pressão do ar, o padrão de pulverização do bico, o volume de vacina fornecido por bico, a velocidade da esteira e altura da caixa de pintinho devem ser monitorados diariamente e seguir as recomendações do fabricante do equipamento. Métodos automatizados para vacinação spray nos incubatórios incluem tanto o uso de um gabinete, que é acionado cada vez que uma caixa de pintos é colocada, como uma vacinadora montada acima da linha do transportador das caixas de pintos.

Para a garantia de adequada imunização é importante seguir a recomendação do fabricante da vacina em relação ao número de dose por caixa, avaliar a eficiência do processo de vacinação e acompanhar o desempenho dos lotes a campo. Um bom programa vacinal deve vir acompanhado de monitorias de rotina.

Referências bibliográficas sob consulta com autores.

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