Teve início neste domingo (8/6) e segue até a próxima sexta-feira (13/6) o exercício teórico e prático sobre procedimentos de despovoamento em granjas comerciais de postura, no município de Bastos (SP). A ação foi oficialmente notificada à OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) e está sendo conduzida pelo MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária), em parceria com os Serviços Veterinários Oficiais do Estado de São Paulo (CDA-SP) e com apoio do setor privado.
Com abrangência nacional, o objetivo do exercício é testar a capacidade de resposta do Brasil diante de uma emergência zoossanitária, com foco em procedimentos de eliminação de aves, descarte de carcaças, limpeza e desinfecção de instalações e equipamentos. A iniciativa faz parte das diretrizes previstas no Plano Nacional de Contingência para IAAP (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade), e foi comunicada à OMSA pelo Dr. Marcelo Mota, diretor do Departamento de Saúde Animal do MAPA e delegado brasileiro junto à organização.
Durante coletiva à imprensa na Conbrasul Ovos 2025, realizada no início de junho em Gramado (RS), o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Ricardo Santin, já havia antecipado a realização do exercício em Bastos. Na ocasião, ele destacou que a simulação reforçaria a prontidão do Brasil em emergências sanitárias e serviria como treinamento prático para todos os elos da cadeia.
“A ideia é aplicar os protocolos de forma controlada e didática. Essa ação vai reforçar a confiança do mercado externo e preparar o país para eventuais emergências sanitárias”, afirmou Santin.
A realização do simulacro de despovoamento ocorre em um momento estratégico para o setor avícola brasileiro, após a confirmação de um foco isolado de IAAP em uma granja de reprodutoras no município de Montenegro (RS), em maio. O episódio foi rapidamente controlado e elogiado internacionalmente pela resposta coordenada entre os serviços oficiais e o setor produtivo.
De acordo com a OMSA, o exercício está sendo conduzido com abrangência nacional, envolvendo granjas comerciais de postura, em um ambiente realista e sob supervisão técnica, permitindo avaliar a execução de ações críticas em caso de necessidade futura.
A simulação também dialoga com a estratégia brasileira de defesa da regionalização como base para a gestão de crises sanitárias — pauta defendida pelo ministro Carlos Fávaro junto à diretoria da OMSA no início do mês.