Brasil mostrou ao mundo que biosseguridade é sua maior arma contra crises sanitárias
Brasil mostrou ao mundo que biosseguridade é sua maior arma contra crises sanitárias. A afirmação foi feita por Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), durante entrevista concedida no estúdio agriPlay, iniciativa do grupo AgriNews Brasil em parceria com a AVIMIG, durante o evento Avicultor Mais, em Belo Horizonte.
Para Santin, a principal lição do recente episódio de Influenza Aviária em granja comercial no Rio Grande do Sul é clara: a biosseguridade brasileira funciona — e funciona rápido. Enquanto países como os Estados Unidos e a Polônia perderam milhões de aves, o Brasil controlou o foco em tempo recorde, com perda mínima de plantel e sem impacto relevante nas exportações.
“Não foi sorte. Foi preparo. Investimento contínuo em monitoramento, protocolos e articulação entre setor privado e instituições públicas”, afirmou.
O caso gaúcho é um exemplo disso: um sistema digital de controle sanitário desenvolvido há anos pela ASGAV, com apoio da Universidade Federal de Santa Maria e investimento superior a R$ 1 milhão, permitiu mapeamento em tempo real e reação em menos de 24 horas. “Esse modelo precisa se tornar padrão em todos os estados”, defendeu Santin.
Minas Gerais, anfitriã do evento, também foi citada como exemplo positivo: com apoio da ABPA e da AVIMIG, o estado criou recentemente seu fundo de defesa sanitária, preparando-se para agir com agilidade diante de possíveis surtos.
Além do tema sanitário, Santin abordou na entrevista os desafios de médio e longo prazo da avicultura brasileira:
- – Ampliação da infraestrutura logística (portos e ferrovias);
- – Investimentos em energias renováveis e produção limpa;
- – Adesão a práticas ESG de forma estruturada;
- – Fortalecimento da imagem internacional e da previsibilidade produtiva.
O presidente da ABPA destacou também a força da integração entre avicultura e piscicultura, presente no Avicultor Mais, como um reflexo de maturidade setorial.
“A união dos setores, a troca de tecnologia e a cultura de prevenção são fundamentais para garantir competitividade e estabilidade”, disse.
Por fim, ao ser questionado sobre o protagonismo brasileiro como maior exportador de carne de frango do mundo, Santin foi direto: “Não é apenas volume. É liderança com responsabilidade. O Brasil tem terra, água, grãos e, acima de tudo, um povo vocacionado para alimentar o mundo com seriedade”.
Com biosseguridade como base, o Brasil não só preserva sua produção, reforça sua posição como referência mundial em segurança alimentar.
Assista a entrevista completa no canal agriNews Play Brasil: