A produção da carne de frango no Brasil é a que mais deverá crescer nos próximos dez anos, alcançando uma taxa de crescimento de 33,4% (2,8% ao ano), ou seja, passando de 13.440 mil toneladas em 2017, para 17.930 mil toneladas em 2027. A previsão faz parte do estudo de projeção da produção agropecuária brasileira para a próxima década, divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Mapa).
A taxa de crescimento da produção prevista para o período 2016/17 a 2026/27 para a carne suína é de 28,6% (2,5% ao ano) e a da carne bovina é de 20,5% (2,1% ao ano). A previsão do estudo, é de um aumento de 20,3% na produção total de carnes, passando das 28,5 milhões de toneladas projetadas em 2016/17, para 34,3 milhões de toneladas de carne de frango, bovina e suína para o final da próxima década.
“As projeções de carnes para o Brasil mostram que esse setor deve apresentar intenso crescimento nos próximos anos e a expectativa é que a produção de carne no Brasil continue seu rápido crescimento na próxima década (OECD-FAO, 2015)”, aponta o estudo. Ainda segundo essas instituições, os preços ao produtor devem crescer fortemente durante os próximos dez anos, especialmente para carne de porco e carne bovina, enquanto os preços do frango devem crescer a taxas mais modestas (OECD–FAO, p. 78, item 144).
Consumo 29,5% maior
O consumo de carne de frango projetado para 2026/27 é de 11,9 milhões de toneladas; supondo a população total projetada pelo IBGE em 219,0 milhões de pessoas, tem-se ao final das projeções um consumo de 54,3 kg/hab/ano.
Exportações
Quanto às exportações, as projeções indicam elevadas taxas de crescimento para os três tipos de carnes analisados, mantendo-se o Brasil como maior exportador de carne de frango (seguido pelos Estados Unidos e União Européia) e tornando-se também o primeiro em exportação de carne bovina. A taxa anual de crescimento das exportações prevista para carne de frango é de 3,3%, e para a carne suína, 3,5%.
O crescimento das exportações de carne bovina deve situar-se numa média anual de 3,0%. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, 2017) classifica o Brasil em 2026 como primeiro exportador de carne bovina, sendo a Austrália o segundo, seguida pela Índia e Estados Unidos.
As exportações de carnes ao final do período das projeções devem chegar a quase 10,0 milhões de toneladas, representando um aumento de 37,5 %. Desse montante, 1,6 milhão de toneladas, ou seja 61,5% deve ser de carne de frango.
O restante do acréscimo na quantidade exportada fica distribuído entre carne bovina, 24,0% e carne suína, 14,0%. Para a carne de frango, os principais destinos são Arábia Saudita, Japão, China, Emirados Árabes Unidos, Hong Kong.
Mercado interno
Nas carnes, também haverá forte pressão do mercado interno. Do aumento previsto na produção de carne de frango, 66,2% da produção de 2025/27 serão destinados ao mercado interno; da carne bovina produzida, 76,2% deverão ir ao mercado interno, e na carne suína 80,3%. D
“Deste modo, embora o Brasil seja, em geral, um grande exportador para vários desses produtos, o consumo interno será predominante no destino da produção”, explica o estudo.
Safra de Grãos
A safra de grãos do Brasil deverá chegar a 288,2 milhões de toneladas nos próximos 10 anos, representando um um incremento de 21,5% (51 milhões de t) em relação à atual safra (2016/2017), que é de 237,2 milhões. Milho e soja continuarão puxando a expansão dos grãos até 2026/27.
A previsão de crescimento da área plantada de todas as lavouras (grãos e culturas permanentes) é de 13,5%, saindo de 74 milhões de hectares para 84 milhões de hectares. Já área de grãos deve aumentar 17,3% neste período, passando de 60 milhões de hectares para 71 milhões de hectares.
De acordo com o coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, José Garcia Gasques, o crescimento da produção agrícola no Brasil continuará sendo impulsionado pela produtividade no campo, pelo aumento do consumo do mercado interno e pela expansão das exportações.
Em 2026/27, 40% da produção de soja serão destinados ao mercado interno, diante de 55,5% da produção de milho. Os estados da Bahia e Tocantins devem liderar o crescimento da produção de milho nos próximos anos. Entre os grandes produtores, Mato Grosso deve continuar liderando a expansão da produção de milho e soja no país, com aumentos previstos de 41,4% e 34,1%, respectivamente. O acréscimo da produção de milho deve ocorrer especialmente pela expansão da segunda safra.
A soja deve apresentar forte expansão em estados do Norte, especialmente no Pará e em Rondônia. “Contribuem para isso a atração que a cultura apresenta e a abertura de novos modais de transporte nos próximos anos”, projeta o coordenador-geral de Estudos e Análises.
Confira aqui o estudo.