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Brasil precisa reduzir alojamento de frangos em 5%

Escrito por: Priscila Beck
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Mario Lanznaster Aurora Alimentos alojamento de frangos no Brasil

A indústria avícola brasileira está trabalhando para reduzir o alojamento de aves no país em 5%, passando dos atuais 527 milhões de frangos, para 500 milhões. A informação foi divulgada no último dia 11/4 pelo presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos, Mario Lanznaster.

O empresário falou sobre tendências do mercado mundial de grãos e as perspectivas brasileiras, durante o XIX Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA). Segundo ele, a redução do número de aves alojadas no Brasil atende à necessidade de ajuste na produção após o cancelamento das exportações da carne brasileira à União Europeia.

Lanznaster informou que a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) realizou uma reunião com indústrias avícolas associadas à entidade no último dia 9/4. Na ocasião, foram apresentados dados relativos ao número de aves alojadas e a situação do mercado.

“Houve algumas reduções em exportações para algumas regiões, o preço do frango está lá em baixo e se a indústria não tomar providências vai quebrar”, disse Lanznaster à aviNews Brasil. “Hoje, o consumidor brasileiro compra 1 kg de coxa e sobrecoxa de frango a um preço mais barato que um litro de água”, completou.

O empresário explicou que antes mesmo de a ABPA alertar as indústrias sobre a situação do mercado, a Aurora Alimentos já havia anunciado que os trabalhadores da unidade de Aberlardo Luz (SC) entrariam em férias de 30 dias a partir de 1º de junho. Na mesma linha vem atuando a BRF, diretamente afetada pela suspensão do envio de carne de frango para a União Europeia desde 16/3.

Os funcionários da unidade produtiva da BRF de Rio Verde (GO) entraram em férias coletivas de 30 dias no início dessa semana (14/4) e a partir de 21/4 será a vez dos trabalhadores da unidade de Carambeí (PR).  Outros 3 mil trabalhadores da unidade de Capinzal (SC) também entram em férias a partir de 7 de maio, enquanto no início de março, a prática foi aplicada a cerca de mil funcionários na unidade de Mineiros (GO).

Lanzaster declarou ao aviNews Brasil que se o mercado não melhorar, a medida de férias coletivas deverá ser aplicada a outras unidades da Aurora Alimentos. “Não há necessidade de demitir ninguém, mas temos que cuidar muito bem, enxugar gastos para não ter que demitir”, explicou.

Grãos

Sobre a situação do mercado interno brasileiro de milho e soja, que são os principais insumos utilizados na produção de ração, Lanznaster explicou que o produtor avícola integrado não deverá ter grandes preocupações. “Os produtores vinculados às agroindústrias, não precisam se preocupar porque a integradora vai aguentar”, afirmou.

O alerta do empresário é dirigido aos produtores independentes. “Esses terão que se preocupar em ter disponibilidade de recursos para comprar o milho em época oportuna, evitando as épocas em que o milho fica muito caro”, destacou.

Lanznaster também comentou sobre a Rota do Milho, que vem sendo discutida como alternativa para abastecimento do estado de Santa Catarina com o grão vindo do Paraguai e Argentina. Segundo ele, ainda faltam algumas iniciativas na área de infraestrutura e ajustes comerciais com a Argentina.

“Temos que reduzir o trajeto para trazer o milho mais barato para Santa Catarina e a nossa expectativa é de que essas questões possam já estar resolvidas na próxima safra”, concluiu Lanznaster.

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