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Brasileiros pedem taxa menor para vender frango ao Marrocos

Escrito por: Renata Leite - Zootecnista e Analista Técnico na aviNews Brasil
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Brasileiros pedem taxa menor para vender frango ao Marrocos

Representantes do setor empresarial brasileiro foram para Marrocos acompanhar a missão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA), pediram no país a redução das tarifas para exportar carne de frango. O grupo se reuniu com entidade do setor de carnes na sexta-feria (13) em Rabat, a capital do país.

Apesar do Brasil ser o maior exportador de carne de frango do mundo, os marroquinos não importam o produto nacional. A tarifa de importação para o Marrocos comprar frango inteiro e de cortes congelados dos brasileiros é de 100%. Para processados de frango a taxa é de 40%.

O diretor comercial da Seara Alimentos em Dubai, Eduardo Garcia, propôs a redução para as tarifas do frango e ajuda aos marroquinos no desenvolvimento dos bovinos. A Seara faz parte do grupo empresarial brasileiro JBS. Garcia falou sobre o assunto na Federação Interprofissional de Carnes Vermelhas (Fiviar), onde os brasileiros foram recebidos pelo conselheiro Said Tazi, a diretora Khadija Chajai, e o presidente da Câmara de Agricultura da região de Casablanca e Settat, Abdelfattah Ammar.

O executivo da Seara fez aos marroquinos uma breve apresentação sobre a empresa. Ele contou que a JBS é a maior produtora de carne bovina e de frango no mundo. Em bovinos, são abatidas mais de 100 mil cabeças por dia entre operações no Brasil e Estados Unidos. “A gente atende o mercado local no Brasil e nos Estados Unidos, mas como a produção é muito grande, a exportação é algo crucial para a gente, a gente exporta grande parte da nossa produção”, disse Garcia.

A JBS tem 253 mil funcionários. “Para nós, o Marrocos é um mercado pequeno para o bovino porque vocês têm a produção local e a gente entende essa situação. Já em contrapartida, na área do frango tem aí um potencial que a gente podia estar trabalhando em conjunto para entender o que podemos fazer juntos para ter um pouco mais de acesso”, disse Garcia.

Da reunião também participaram representantes da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, da Embaixada do Brasil no Marrocos e da empresa certificadora Cdial Halal.

Egito

A delegação passou também por Jordânia e Egito. Assim como no Marrocos, nos dois países o setor de carnes foi uma das temáticas das reuniões. O diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luis Rua, conta que houve muitas conversas com interlocutores na Jordânia e no Egito, onde ele acompanhou a missão. “São mercados históricos para os quais a gente exporta há muito tempo e a gente quer continuar exportando nossa proteína animal, nossa carne de frango, ajudando na segurança alimentar na região”, disse Rua.

Segundo o diretor, o Brasil vende cerca de 72 mil toneladas de carne de frango ao ano para a Jordânia e 35 mil toneladas ao Egito. Com os egípcios, houve conversas pela liberação das licenças de importação para cortes de frango brasileiros, já que, segundo Rua, o Brasil exporta basicamente frango inteiro ao país. “A gente tem empresas no Brasil que poderiam fornecer esse alimento para o Egito”, disse Rua.

Halal

O grupo empresarial teve outras reuniões na quinta-feira em Rabat, uma delas com o diretor da Federação Nacional Agroalimentar (Fenagri), Hamid Fellouni, e com os executivos da empresa de proteína animal Koutoubia Holding, Mohamed Amine Bouchouf e Ahmed Daoudi. No encontro, o diretor de operações da Cdial Halal, Ahmad Saifi, fez breve explanação do tamanho do Brasil na produção halal. O país é liderança neste setor e o maior exportador de frango halal do mundo.

Representantes da delegação também tiveram reunião na Agência Marroquina de Desenvolvimento de Exportações e Investimento (AMDIE), onde Saifi e a diretora de Relações Institucionais da Câmara Árabe, Fernanda Baltazar, conversaram sobre possibilidades de cooperação entre o Marrocos e o Brasil e os benefícios de um acordo de livre comércio entre o país árabe e o Mercosul, que está em tratativas.

Fertilizantes

A missão da qual as empresas participaram foi liderada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, que teve reuniões com autoridades e com empresários nos países. O principal objetivo da viagem foi garantir o fornecimento de fertilizantes ao Brasil. Jordânia, Egito e Marrocos são produtores na área.

Fonte: ANBA

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