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Bronquite Infecciosa gera grande impacto na Avicultura Industrial

Escrito por: Priscila Beck
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Bronquite Infecciosa CevacIBras Ceva Saude Animal

As perdas provocadas na avicultura pela Bronquite Infecciosa são muito maiores do que se imagina. Queda na qualidade do pinto de um dia, aumento da mortalidade no transporte até o frigorífico e aumento das condenações no frigorífico por colibacilose são alguns dos problemas que o setor avícola não costuma relacionar à Bronquite Infecciosa.

Essa é a conclusão a que chegou o grupo de pesquisadores da Ceva Saúde Animal, após um ano de acompanhamento dos resultados da vacina Cevac IBras. Lançada em março de 2017, a Cevac IBras foi a primeira vacina viva contra a Bronquite Infecciosa variante brasileira BR.

Depois da Influenza Aviária, o algoz da avicultura mundial é a Bronquite Infecciosa, segundo o “World Livestock Disease Atlas”. O Atlas foi publicado em 2011 pelo Banco Mundial e o Fórum Internacional para Doenças Animais Transmissíveis e Segurança Alimentar (TAFS), em parceria com a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

“World Livestock Disease Atlas”

Segundo o médico veterinário Jorge Luis Chacón, Mestre e Doutor em Patologia pela FMVZ/USP e, atualmente, gerente de serviços veterinários em avicultura na Ceva Brasil, esse cenário da Bronquite Infecciosa é motivado, entre outras coisas, por duas razões.

Jorge Luis Chacón, Mestre e Doutor em Patologia pela FMVZ/USP e gerente de serviços veterinários em avicultura na Ceva Brasil.

“É complicado controlar o vírus variante da Bronquite”, explica Chacón. “E, além disso, muitas vezes o produtor não consegue detectar o vírus e nem quantificar todos os prejuízos que essa doença está provocando”, completa.

Segundo ele, muitas vezes, o produtor só manifesta preocupação com a Bronquite Infecciosa quando surge algum problema de mortalidade elevada, conversão alimentar, necessidade de medicar ou aumento significativo de condenação por aerosaculite.

“Fazendo esses acompanhamentos de lotes adequadamente e inadequadamente protegidos e desafiados ,, identificamos que existem outros parâmetros que são afetados pelo vírus da Bronquite Infecciosa”, observa o gerente de serviços veterinários da Ceva. “Quando nós quantificamos todas essas perdas, chegamos à conclusão que a doença tem um alcance muito maior do que as pessoas imaginam”, completa.

Chacón explica que as perdas se dão nas produções de matrizes, frangos de corte e na avicultura de postura.

Segundo o gerente de Marketing da Ceva Saúde Animal, Tharley Carvalho, um trabalho desenvolvido pelo pesquisador Assayag em uma das maiores empresas avícolas do Brasil, apresentado na Alemanha, demonstrou que a Bronquite Infecciosa leva à perda de 5,6 pintos por matriz alojada. “Para cada mil aves, a perda pode ser de 16 toneladas de carne por cada mil matrizes infectadas por Bronquite Infecciosa variante”, explica Tharley.

As perdas no transporte ao abatedouro também são um parâmetro que dificilmente é associado à Bronquite Infecciosa. “O animal com febre tem alterações sistêmicas muito importantes, como descompensação renal e uma série de outras alterações fisiológicas que fazem com que ele morra durante esse processo de transporte”, explica o gerente de Marketing.

Segundo ele, empresas que acrescentaram a vacina viva com a cepa variante BR ao programa vacinal de seus lotes apresentaram redução entre 29% e 67% da mortalidade no transporte ao abatedouro.

Tharley Carvalho é gerente de Marketing da Ceva Saúde Animal,

“Em um caso na região Nordeste, a empresa deixou de perder 22 frangos por caminhão, o que representa 62 kg a mais de carne para processar por caminhão”, argumenta Tharley. “Para uma realidade de 100 mil frangos/dia, é quase 1,3 tonelada a mais de carne por dia”, completa.

A redução de condenações no frigorífico por colibacilose é outro ponto destacado nesse trabalho desenvolvido pela Ceva Saúde Animal. “Em uma empresa do Mato Grosso do Sul (MS) o índice de condenações por colibacilose no abatedouro caiu de 1,88 para 0,3 e numa empresa do Nordeste, caiu de 2,37 para 0,49”, explica o gerente de marketing.

Segundo Jorge Chacón, o trabalhou levou os pesquisadores a concluírem que a colibacilose acaba sendo um problema secundário. “Quem abre as portas para a colibacilose é a Bronquite Infecciosa”, explica.

Tharley somou a redução de perdas por condenações por colibacilose no frigorífico do MS, à redução de condenações parciais por aerosaculite (0,45 para 0,20) e condenações totais por aerosaculite (0,3 para 0). “Numa realidade de 100 mil aves/dia, isso representou 1,3 mil toneladas de carne – R$3,4 milhões – que se deixou de perder em um ano”, argumenta.

Na avicultura de postura, segundo Chacón, normalmente a Bronquite Infecciosa causa doença respiratória por volta da 6a e 8ª semana, sendo necessário medicar. Tharley apresenta os casos de duas empresas, uma no Ceará e outra no MS que zeraram seus gastos com antibióticos relacionados a doenças respiratórias.

“No Ceará, o que se deixa de gastar com medicamento para tratar doenças respiratórias representa uma economia de R$94 mil/mês e R$1,1 milhão/ano, enquanto no MS a economia pode chegar a R$123 mil/mês e R$1,5 milhão/ano”, explica.

“Quando lançamos a vacina, não imaginávamos que os benefícios chegariam a toda essa parte de transporte ao abatedouro”, justifica Fernando de Mori, presidente da Ceva Saúde Animal. “Só começamos a ver isso tudo, a partir do momento em que os clientes nos reportaram essas situações”, completa.

A Bronquite Infecciosa no Brasil

 

Segundo Jorge Luis Chacón, a Bronquite Infecciosa foi detectada pela primeira vez no Brasil em 1957, como uma infecção de sintomatologia branda e baixa mortalidade.

Em 1977 a doença começou a ser reconhecida como de importância sanitária para a avicultura nacional, em 1979 o Ministério da Agricultura aprovou e licenciou a importação e a produção local de vacina viva sorotipo Massachusetts e em 1980 foram introduzidas no país vacinas inativadas contendo a mesma amostra.

Em 1992 tiveram início discussões sobre possíveis falhas vacinais. Segundo Chacón, são mais de 200 vírus variantes diferentes circulando em todos os continentes e não há como se produzir cepas para controlar todos os vírus que estão circulando no mundo.

Em 2004 foi sequenciado e identificado molecularmente o primeiro vírus detectado no Brasil, que estava circulando desde a década de 50 e foi chamado vírus BR. Segundo Chacón, os vírus brasileiros, independente da região onde eram encontrados, são muito semelhantes entre si, porém, diferentes da cepa vacinal utilizada na época.

Segundo ele, a orientação dos especialistas é para que seja utilizada uma cepa vacinal geneticamente semelhante, ao vírus que está circulando no campo.

Para ter uma proteção próxima a 100%, a cepa vacinal tem que ser homóloga ou semelhante ao vírus de campo que está desafiando nossas granjas”, explica Chacón. “Esse é o segredo da proteção para a Bronquite Infecciosa”, completa.

Um trabalho realizado na USP analisou os dados obtidos de amostras que foram enviadas ao Laboratório de Ornitopatologia da Faculdade de Medicina e Zootecnia para o diagnóstico da Bronquite Infecciosa das galinhas (BIG) no período de 2010 até 2015. As análises mostraram que do total de 454 amostras, 282 foram positivas para IBV (62.1 %) e, destas, 75,9% correspondia a variantes virais e o restante ao sorotipo Massachusetts.

No final de 2012 a Ceva conseguiu o registro da vacina inativada Maximune Pro, que contém uma cepa de bronquite BR e, no final de 2016, conseguiu o registro para o uso da vacina viva contendo a cepa BR, a Cevac IBras.

Fernando De Mori é presidente da Ceva Saúde Animal

“Obviamente, o Brasil sendo o segundo maior produtor de frango do mundo, necessitava dessa ferramenta e a Ceva investiu mais de cinco anos para desenvolver essa vacina”, explica Fernando De Mori.

E segundo o diretor da unidade de aves da Ceva, Giankleber Diniz, no primeiro mês de vendas da Cevac IBras, foram mais de 1 milhão de doses vendidas por dia, chegando a 670 milhões de doses comercializadas até o final do último mês de maio.

Giankleber Diniz é diretor da unidade de negócios avicultura da Ceva Saúde Animal

“Esperamos fechar esse ano-calendário de 2018 com mais de um bilhão de frangos vacinados”, explica Diniz.

 

 

 

 

 

 

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