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As aves são uma espécie muito suscetível ao estresse calórico. Esse é um tema que preocupa muito os avicultores pelas perdas econômicas que pode ocasionar.
O que é o estresse calórico?
Há dois momentos críticos relacionados à temperatura que afetam as aves. Em primeiro lugar, o tempo desde a eclosão do pintinho até que seja levado à granja de produção.
- As temperaturas ambientais ideais de produção nas primeiras 24 horas de vida são de 29-32 oC e vão diminuindo até chegar aos 18-21 oC.
- Outro momento muito crítico é precisamente o final do ciclo de vida, quando a ave está totalmente emplumada e tem um tamanho elevado, gerando, consequentemente, um calor considerável.
O estresse calórico se dá quando há uma combinação de dois efeitos, alta temperatura e alta umidade relativa.
Há grande variedade de combinações dos dois fatores, geralmente considerando-se que o estresse calórico aparece quando, a partir de 28ºC, a soma da Hr e da T é maior que 105 unidades.
Fonte: Boletim técnico Hy-Line
Uma das primeiras reações da ave nestas situações de estresse calórico é a de diminuir sua própria produção de calor corporal, o que é conseguido de duas maneiras: diminuindo sua atividade, ficando mais inativas; e diminuindo o consumo de alimento para evitar o calor metabólico.
Essa situação ocasiona uma diminuição dos parâmetros zootécnicos, diminuição do crescimento, aumento da mortalidade, piores índices de conversão.
No caso de galinhas, podemos observar uma queda no peso do ovo, na altura da albumina, menor qualidade de casca, assim como uma redução na própria produção.
Também pode gerar uma redução na fertilidade dos galos e, por consequência, uma redução nos nascimentos. Tudo isso pressupõe consideráveis prejuízos aos rendimentos econômicos de nossas explorações avícolas.
Essa redução não é linear, mas o problema se agrava à medida que aumentam as temperaturas. Considera-se que por cada grau acima de 32-38ºC, a ave reduz a ingestão em 5%.
Os efeitos do estresse calórico serão mais acusados dependendo de:
1º – A temperatura máxima à qual o lote foi exposto
2º – Duração dos períodos de temperaturas altas
3º – Umidade relativa do ar
Balanço térmico das aves
As aves são endotérmicas, o que quer dizer que devem manter a temperatura corporal constante. Para compensar as oscilações de temperatura e manter o equilíbrio térmico, as aves dispõem de uma série de mecanismos de adaptação, mediante modificações de seu comportamento e fisiologia.
Durante os primeiros 5 dias, os pintinhos não têm a capacidade de regular sua temperatura corporal. A capacidade para uma termorregulação eficiente não é alcançada até os 14 dias de idade.
No caso dos frangos, quando já estão totalmente emplumados (sobre as cinco semanas de vida) é quando são mais sensíveis ao estresse térmico por calor.
As aves dispõem de diferentes mecanismos para eliminar o calor 1º- CONVECÇÃO: 2º RADIAÇÃO , 3 CONDUÇÃO 4- EVAPORAÇÃO.:
Sob condições termo-neutras compreendidas entre 18 e 25oC , as aves podem dissipar calor mediante os 3 primeiros mecanismos e. com isso, conseguem se manter em temperaturas normais de 41ºC.
No entanto, quando se encontram em situações térmicas superiores à termoneutralidade (superiores a 25ºC) já não se valem com esses mecanismos, necessitando o quarto mecanismo que é a evaporação.
Mediante a evaporação, por cada grama de água evaporada, são consumidos 540 calorias de calor corporal, ou seja, a ave está gastando sua própria energia para dissipar calor em vez de dedicá-la a crescer ou produzir ovo. Esse menor aproveitamento energético supõe uma perda produtiva importante.
Ações para mitigar o estresse calórico
Existem medidas de tipo de manejo e medidas nutricionais.
Dentre as medidas nutricionais podemos destacar as seguintes:
1º ESTIMULAR O CONSUMO DE RAÇÃO
- Medidas como colocar em funcionamento os comedouros automáticos com maior frequência, ou a agitação manual dos comedouros, caminhar lentamente entre as aves, ou a granulação do alimento, podem ajudar a estimular o consumo. Porém, sempre é preciso considerar que a tendência natural da ave é a de reduzir o consumo para diminuir sua produção calórica. Além disso, os esforços físicos da ave podem ser contraproducentes porque podemos gerar uma carga calórica extra, sem obter o resultado de que comam, o que tornaria o resultado contraproducente.
- É preciso extremo cuidado com isso, já que o consumo excessivo de alimento em situações de estresse calórico pode elevar a mortalidade em frangos de corte, razão pela qual essa estimulação do consumo deve ser feita nas condições mais favoráveis do dia.
2º AÇÕES SOBRE O ALIMENTO
- As gorduras como fonte de energia produzem menos calor que os carboidratos durante o metabolismo. Isso deve ser considerado na hora de ajustar os níveis de energia da ração.
- Em regiões quentes é recomendado o uso de rações de alta energia para poedeiras, sobretudo no período inicial de produção, já que o consumo de alimento é bastante baixo e poderiam cair em déficit energético.
- Em regiões quentes, no caso do frango de corte, surge o dilema sobre a conveniência de retirar o alimento durante as horas mais quentes do dia, já que reduzem significativamente a mortalidade, porém, às custas de um menor aumento de peso por parte das aves.
- Nível proteico na ração: A proteína é o nutriente cuja digestão gera maior quantidade de calor, razão pela qual sua inclusão na dieta deve ser reduzida, porém sem que os requerimentos de aminoácidos sejam prejudicados. Isso aliado ao fato de que as aves reduzem a ingestão, poderia causar redução no crescimento das aves se não for previsto com antecedência e se houver medidas corretoras, como o tratamento com suplementos proteicos na água
3º Realizar tratamentos na água de bebida PARA EVITAR O ESTRESSE CALÓRICO
- Os tratamentos na água de bebida são efetivos no sentido de que nos asseguramos de que a ave o consome, já que em situações de altas temperaturas a ave não diminui o consumo de água como o faz com o alimento. Considera-se que a ave aumenta 4% seu consumo de água por cada 0,5ºC acima dos 21 ºC
Suplementação com aminoácidos levógiros na água
Considerando a premissa anterior, os tratamentos com aminoácidos na água de bebida supõem uma solução eficaz contra os efeitos do estresse calórico.
No mercado há muitos suplementos a base de aminoácidos, porém de muito diferentes composições, razão pela qual a eficácia é muito variada, dependendo muito, tanto da composição, como da qualidade do produto.
Os Laboratórios Calier dispõem de um suplemento composto por aminoácidos levógiros e vitaminas, PROMOTOR-L (também chamado Promotor-L-47), idôneo para lutar diante dos efeitos do estresse calórico, já que fornece 19 aminoácidos, essenciais e não essenciais, sendo todos eles aminoácidos levógiros e, por isso, altamente digestíveis.
Para o aproveitamento proteico dos aminoácidos, eles devem estar em forma levógira (L), que se refere à posição do grupo amino na molécula do aminoácido. Se suplementamos às aves com aminoácidos não levógiros (dextrógiros – D) a ave necessitará converter-los à forma L (levógira) para que sejam aproveitados. Esta reação resulta na produção de calor metabólico, o que agrava mais a situação de estresse calórico.
Quando fornecemos à ave aminoácidos levógiros estamos lhe dando uma fonte proteica altamente digestível e que não gera calor metabólico, razão pela qual se trata de uma solução eficaz para diminuir os efeitos do estresse calórico.
Além disso, há eficiência na reação de conversão do aminoácido da forma D para a forma L, que se estabelece em 70%, o que quer dizer que apenas uma parte dos aminoácidos em forma D suplementados ao animal são aproveitados pelo mesmo
- O conteúdo de vitaminas do PROMOTOR-L também ajuda a frear os efeitos do estresse calórico no sentido de que estas atuam como cofatores em diferentes vias metabólicas.
Protocolo de tratamento do Promotor-L47 em frango de corte e galinha