Conteúdo disponível em: Español (Espanhol)
Um dos principais desafios para quem trabalha na indústria avícola é melhorar a eficiência da produção. Entre as estratégias para melhorar o desempenho produtivo das aves de postura, o controle da mortalidade é uma prioridade. Cabe ressaltar que as causas da mortalidade das aves apresentam diferenças importantes entre as empresas do setor, inclusive as que compartilham as mesmas condições geográficas, de infraestrutura e linhagens genéticas utilizadas.
Identificar a mortalidade é um método simples e prático, que pode ser utilizado como ponto de partida para determinar os principais fatores que influenciam negativamente na viabilidade dos lotes. Identificadas as causas, o passo seguinte é estabelecer medidas corretivas e/ou preventivas, específicas para cada causa.
DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA
O objetivo é identificar e corrigir os aspectos chave que provocam mortalidades acima do normal. A caracterização pode ser rápida ou demorar um pouco. Vai depender basicamente da disponibilidade de tempo, vontade e interesse nesse trabalho. É importante entender especificamente por que as aves estão morrendo na granja.
Figura 1. Pesagem de 100% da mortalidade em certo período
PASSO 1. PESAR 100% DA MORTALIDADE
Devemos estabelecer que tipo de ave está morrendo mais: as aves muito pesadas ou as mais leves etc. Cada perfil de peso pode indicar diferentes causas, por isso as medidas corretivas e preventivas também devem direcionar a diferentes estratégias. O Gráfico 1 apresenta uma análise do peso da mortalidade.
No Gráfico 1 pode ser observado a média que alcança 72,5% do comprimento referente ao peso esperado para a idade e linhagem genética.
Gráfico 1. Comparação entre a média de peso da mortalidade, lote e padrão.
Nesse caso a condição corporal crítica das aves estava ocasionando aumento da mortalidade e deterioração dos parâmetros produtivos.
PASSO 2. CARACTERIZAÇÃO OU CLASSIFICAÇÃO DOS RESULTADOS
Antes da pesagem, cada ave deve ser marcada e identificada para correlacionar as lesões encontradas durante a necropsia com o respectivo peso corporal.
Tabela 1. Rastreamento da mortalidade no galpão 1, Lote 011, Idade: 17 semanas
Fisicamente é importante verificar a presença de lesões compatíveis com o quadro do prolapso e bicagem. Também deve ser avaliada a condição geral dos ossos: A resistência deles pode ser avaliada pela quebra das pernas. Caso sejam fraturadas com facilidade ou se dobrarem – ossos de borracha –, há problemas de mineralização. O osso da quilha do esterco deve ser reto e ter boa formação.
Figura 2. Alterações na formação da quilha do esterno
Com o resultado da necropsia é obtida uma lista de achados que devem ser guardados em tabelas e gráficos para identificar quais são os com maior frequência e relevância
No Gráfico 3, podemos observar a variabilidade desse tipo de avaliação. No entanto, também mostra claramente os fatores prioritários nas estratégias de controle. É recomendável que a lista de causas ou fatores não seja muito grande. Os resultados similares e os menos relevantes podem ser colocados em uma mesma categoria. Por exemplo: peritonite, coligranuloma e necrose na cavidade abdominal podem ser identificados como contaminação bacteriana.
Lesões relacionadas à deficiência mineral
É comum observar que grande parte da mortalidade está diretamente relacionada com a fragilidade óssea e outras lesões comuns da osteoporose. Na maior parte desses casos, a incidência das aves afetadas supera 50%.
Para solucionar esse problema é preciso verificar aspectos importantes, como a relação cálcio/fósforo, assegurar que as proporções do cálcio fino e do cálcio grosso no alimento sejam adequadas, e avaliar a possibilidade de suplementos com partícula grossa de cálcio – 4 a 6 milímetros – à tarde.
Avaliar a possibilidade de suplemento com partícula de cálcio grossa à tarde favorece a disponibilidade de cálcio no intestino durante as horas de maior intensidade na formação da casca do ovo, processo que acontece principalmente durante a noite.
O prolapso/bicagem ocorre geralmente em lotes cuja estrutura corporal não foi bem formada na fase de desenvolvimento – Gráfico 4.
Além disso, isso também pode ocorrer em lotes com problemas na uniformidade e em casos nos quais os diferenciais de intensidade luminosa entre os galpões de desenvolvimento e os de produção são muito altos.
Outras possíveis causas podem ser: deficiências nutricionais, ovos muito grandes, problemas de manejo etc.
CONDIÇÃO CORPORAL
Para diminuir a incidência de prolapsos deve ser assegurada a obtenção de peso desde as primeiras semanas e durante todo o desenvolvimento.
Também é preciso implementar medidas eficientes para alcançar uniformidade acima de 85% antes do início da produção. No caso da uniformidade, uma estratégia é separar todas as aves leves em cada tarefa que requer manejo individual das aves
Se há lotes muito leves durante as primeiras semanas, sendo forçado em seguida o ganho de peso adicional, principalmente depois das doze semanas, as aves apresentam uma estrutura corporal inadequada: tamanho baixo e níveis de gordura excessivo.
INTENSIDADE LUMINOSA
As linhagens genéticas atuais têm potencial para alcançar altos níveis produtivos, em moderadas condições de intensidade luminosa (IL). Por exemplo, em galpões com ambientes controlados é suficiente trabalhar entre 5 e 7 lux na fase de desenvolvimento e entre 10 e 15 lux na de produção. Deve-se considerar que excessos na intensidade luminosa (IL) não são aconselháveis de maneira alguma nos dois ambientes (galpão de desenvolvimento/ galpão de produção), uma vez que excessos podem acarretar altos níveis de estresse nas aves, comportamentos agressivos e desencadear determinada incidência de prolapso e bicagem.
Quando é caracterizada a mortalidade devido à localização no galpão, encontraremos nas áreas despovoadas as medições mais altas quanto à intensidade luminosa. Isso é observável nas laterais e nos pisos superiores das baterias, tanto nos galpões abertos quanto nos galpões fechados que utilizam cortinas translúcidas.
Uma forma de corrigir a gradação excessiva na IL é utilizar cortinas escuras nos galpões de produção e trabalhar a intensidade luminosa nos sistemas que incluem luz regulada.