A carne de frango e os ovos são os produtos pecuários que apresentam a menor intensidade de emissão de CO2. A informação talvez não seja nova para muita gente, porém, é válido que seja lembrada no momento em que as redes de fast food são intimadas a reduzir a emissão de carbono.
Na última terça-feira (29/1), a Fairr (Farm Animal Investment Risk & Return), iniciativa de investidores que trabalha pela adequação da agricultura e pecuária industrial a impactos sustentáveis e éticos, divulgou uma carta de apelo às redes de fast food. A mensagem é para que os restaurantes do setor reduzam a emissão de gases do efeito estufa.
Segundo a ferramenta GLEAM (Global Livestock Environmental Assessment Model), desenvolvida pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), a produção de 1 kg de carne de frango ou 1 kg de ovos gera a emissão de 35 kg e 31 kg de CO2, respectivamente.
Enquanto isso, as outras proteínas animais apresentam os seguintes resultados médios:
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carne de búfalo – 404 kg CO2
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carne bovina – 295 kg CO2
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carne de pequenos ruminantes – 201 kg CO2
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leite de pequenos ruminantes – 148 kg CO2
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leite de búfala – 140 kg CO2
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leite de vaca – 87 kg CO2
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carne suína – 55 kg CO2
Em termos totais, a carne bovina e o leite de vaca são os dois produtos com maior volume de emissões de Co2: 2,9 e 1,4 gigatoneladas de CO2, respectivamente.
Em seguida estão:
- carne suína – 0,7 gigatoneladas de CO2;
- carne e leite de bubalinos – 0,6 gigatoneladas de CO2;
- carne de frango e ovos de galinha – 0,6 gigatoneladas de CO2; e
- carne e leite de pequenos rumiantes – 0,4 gigatoneladas de CO2.
Segundo dados da FAO, as intensidades de emissão variam muito entre os produtores, especialmente quando se trata de produtos de ruminantes. Segundo a entidade, isso se deve a diferentes condições agro-ecológicas, práticas agrícolas e gestão de cadeias de suprimentos.
O GLEAM é uma plataforma GIS (Geographic Information System), desenvolvido pela agência da ONU, que simula as atividades e processos bio-físicos das cadeias de fornecimento da pecuária, seguindo uma metodologia de análise de ciclo de vida.
A plataforma distingue as etapas chave de produção como:
- produção, processamento e transporte de alimento;
- dinâmicas populacionais e de alimentação do efetivo pecuário;
- gestão do esterco;
- processamento e transporte dos produtos como carne e leite.
O modelo captura os impactos específicos de cada etapa, proporcionando uma visão ampla e detalhada da produção, além do uso dos recursos naturais.
Emissões por espécies
Outro dado interessante levantado através do GLEAM é a produção de gases de efeito estufa por cada espécie. Segundo o sistema, o gado bovino é o maior emissor de Gses de Efeito Estufa, chegando a cerca de 5,0 gigatoneladas de CO2.
A quantidade representa 62% do total das emissões de todas as espécies. Suínos, aves de produção, búfalos e pequenos rumiantes apresentam níveis de emissão menores, que representam entre 7% e 11% das emissões totais.
O objetivo do GLEAM é quantificar a produção pecuária e o uso de recursos naturais do setor, assim como identificar os impactos ambientais da pecuária para contribuir à avaliação de cenários de mitigação para o desenvolvimento de um setor pecuário mais sustentável. O levantamento completo pode ser acessado através do site da FAO.
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