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Carne de frango expõe polêmica nas discussões econômicas entre Reino Unido e UE

Escrito por: Priscila Beck
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Esta semana a carne de frango assumiu papel de destaque nas negociações entre Reino Unido e UE (União Europeia). Foi o que demonstrou uma prévia “vazada” do acordo, publicada pelo The Guardian.

O esboço final da posição de negociação da UE, pronto para a aprovação ministerial, estabelece os padrões ambientais, sociais e dos trabalhadores em desenvolvimento no bloco como base para um acordo comercial.

Por recomendação da França, a UE inseriu uma cláusula em sua posição para negociação do Acordo Comercial pós-Brexit, reforçando que ambos os lados mantenham “a qualidade sanitária da saúde e dos produtos no setor de alimentos e agricultura”.

A referida cláusula mira a possibilidade de abertura do mercado do Reino Unido para a carne de frango produzida nos EUA. A posição oficial do Reino Unido deverá ser fechada até o final desta semana, porém o governo manifestou que rejeitará qualquer acordo que envolva alinhamento de políticas, ou que mantenha a Grã-Bretanha sob a jurisdição do tribunal de justiça europeu.

O Reino Unido está insistindo em um acordo comercial ao estilo do Canadá, com disposições mais flexíveis para garantir condições competitivas de concorrência.

Segundo o negociador da UE, Michel Barnier, durante a negociação do Brexit, um tratado internacional estabeleceu a aplicação do código aduaneiro da UE ao comércio entre a Irlanda do Norte e a Grã-Bretanha (que juntos compõem o Reino Unido).

A saída do Reino Unido da União Europeia foi apelidada de Brexit originada na língua inglesa resultante da junção das palavras British e exit.

A UE defende o direito de aplicar tarifas, ou outras sanções, se alguma divergência entre os dois lados levar ao que classifica como “rupturas” nas condições iguais de concorrência.

Tratamento Químico

O país norte-americano permite que a indústria de carne de frango lave as carcaças das aves com cloro, ou outras soluções ácidas desinfetantes. As leis europeias exigem a produção de carne de frango sem a utilização de antibióticos promotores de crescimento, com bem-estar animal e proibição do tratamento químico no processo de abate.

O fato é que os preços da carne de frango produzida na Europa, pelas exigências legais, são mais elevados que o da proteína avícola produzida nos EUA.

O tratamento químico aplicado às carcaças de frango nos EUA é realizado com o objetivo de eliminar microorganismos contaminantes. Não existem estudos que comprovem a prática como prejudicial à saúde, no entanto, as autoridades europeias defendem precaução até que o referido método seja comprovado como seguro.

Tanto os EUA, como os conservadores defensores do Brexit, vêem as objeções da UE como fundamentalmente protecionistas. Os Brexiters conservadores argumentam que, uma vez livres das pesadas regulamentações da UE, os consumidores britânicos se beneficiarão de alimentos muito mais baratos.

Segundo informações divulgadas pelo The Guardian, a indústria avícola britânica (Inglaterra + Escócia + Irlanda do Norte) vale 7,2 bilhões de libras (US$ 9,3 bilhões) por ano. Enquanto a indústria dos EUA sofre por problemas persistentes de contaminação por E. coli, o problema enfrentado pelo setor no Reino Unido é a campylobacter.

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