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Operação Carne Fraca da PF apura adulteração de alimentos

Escrito por: Priscila Beck
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Entrevista do secretário-executivo do Mapa,Eumar Novacki sobre a Operação Carne Fraca da Polícia Federal. Foto:Carlos Silva /MAPA

Conforme divulgado pela Assessoria de Imprensa da Polícia Federal (PF), foi deflagrada, na manhã de 17/3, a Operação Carne Fraca, com o objetivo de desarticular um esquema de adulteração de alimentos. Aproximadamente 1.100 policiais federais foram designados para cumprir 309 mandados judiciais nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal.

A operação detectou, em quase dois anos de investigação, que as Superintendências Regionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente, segundo a Assessoria de Imprensa da PF, para proteger grupos empresariais, em detrimento do interesse público.

Em entrevista coletiva concedida na manhã de 17/3 no auditório da Superintendência da Polícia Federal em Curituba (PR), foi informado que os frigoríficos envolvidos no esquema “maquiavam” carnes vencidas com ácido ascórbico e as reembalavam para vendas. As empresas, então, subornavam fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que autorizassem a comercialização do produto sem a devida fiscalização. A carne imprópria para consumo era destinada tanto ao mercado interno quanto para exportação.

Ministro da Agricultura

Em Nota Oficial emitida na própria sexta-feira (17/3), o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Blairo Maggi, informou que “o que as apurações da Polícia Federal indicam é um crime contra a população brasileira, que merece ser punido com todo o rigor”. Segundo o Ministro, “muitas ações já foram implementadas para corrigir distorções e combater a corrupção e os desvios de conduta e novas medidas serão tomadas”.

Blairo Maggi informou ainda que está coordenando as ações e já determinou o afastamento imediato de todos os envolvidos e a instauração de procedimentos administrativos. Em entrevista coletiva concedida na tarde de sexta-feira, o secretário executivo do MAPA, Eumar Novacki, afirmou que um sistema não pode ser penalizado pelos desvios de alguns.

“Temos 33 servidores que supostamente agiram de forma incorreta, em detrimento de um universo de 11 mil servidores”, afirmou Eumar. Ainda segundo ele, a operação teve início a partir de denúncias de servidores “sérios” do MAPA, que levaram à abertura de processos administrativos.

Empresas Frigoríficas

A operação da Polícia Federal envolve algumas das maiores empresas do ramo alimentício do país, como a BRF, que detém as marcas Sadia, Perdigão, Batavo e Elegê, e a JBS, que opera com Seara, Swift, Friboi e Vigor. A Justiça Federal no Paraná (JFPR) determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão das empresas investigadas, que também são alvo de parte dos mandados de prisão preventiva, condução coercitiva e busca e apreensão expedidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba.

Em nota encaminhada à imprensa, a JBS afirma que não há nenhuma medida judicial contra os seus executivos e que sua sede não foi alvo da operação Carne Fraca. “A JBS e suas subsidiárias atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e a comercialização de alimentos no país e no exterior e apoia as ações que visam punir o descumprimento de tais normas”, diz a nota.

Ainda segundo a nota, a JBS no Brasil e no mundo adota rigorosos padrões de qualidade, com sistemas, processos e controles que garantem a segurança alimentar e a qualidade de seus produtos. “A companhia destaca ainda que possui diversas certificações emitidas por reconhecidas entidades em todo o mundo que comprovam as boas práticas adotadas na fabricação de seus produtos”, conclui a nota.

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