CEO Global da JBS defende aliança Brasil-EUA para enfrentar fome e emergência climática
O CEO Global da JBS, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, destacou durante o Summit Brazil-USA, nesta quarta-feira (15), que os dois maiores desafios da atualidade – a fome e as mudanças climáticas – devem contar com uma aliança entre duas das maiores potências agrícolas do mundo: Brasil e Estados Unidos. “Hoje 2,3 bilhões de pessoas passam por insegurança alimentar. Os dois países podem se unir para compartilhar um benchmarking de boas práticas”, defendeu Gilberto Tomazoni.
- O executivo mencionou relatório recente do Banco Mundial (“Receita para um Planeta Habitável”) que apresenta justamente a oportunidade dessa transferência tecnológica. Tomazoni foi além, ao sugerir que Brasil e Estados Unidos atuem em conjunto pelo “fair trade”, comércio justo para a abertura de mercados nas áreas de alimentos e biocombustíveis. Nas duas frentes, com o foco em aumentar a produtividade. Sem isso, “a gente não vai ser sustentável”, afirmou.
Brasil e Estados Unidos têm muito a compartilhar e a trocar em atividades como agricultura de precisão e assistência ao produtor rural. O Brasil também se destaca em práticas regenerativas, como plantio direto, rotação de culturas, consorciação de lavouras e integração lavoura, pecuária e floresta (ILPF).
“Há uma oportunidade de desenvolver pesquisas juntos. Quanto há efetivamente de emissão de gases de efeito-estufa nos sistemas de ILPF? Na JBS, fizemos parcerias com instituições de pesquisa no Wisconsin e em Nebraska, mas é possível avançar mais”, disse Tomazoni.
O embaixador Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e sócio da YvY Capital, apoiou a busca de informações sobre o cálculo das emissões nas condições de produção do Brasil. “Precisamos de ciência. Não é possível que a referência de emissões de uma vaca venha da Europa, que vive num ambiente totalmente diferente do Brasil.” Azevêdo apontou ainda os interesses comuns de Brasil e Estados Unidos na área de biocombustíveis.
Tomazoni lembrou ainda a possibilidade de atuação conjunta em estudos para solos mais férteis e saudáveis, portanto mais aptos para propiciar mais produtividade. “Insisto: é preciso produzir mais com menos recursos para que 800 milhões de pessoas não passem fome, como ocorre hoje no mundo.”
- No início do painel, o CEO Global da JBS fez uma descrição da atuação da Companhia nos Estados Unidos, iniciada em 2007. Dos US$ 73 bilhões de receita no ano passado, metade veio da operação norte-americana, espalhada atualmente por 21 estados. Dos 275 mil colaboradores que a empresa tem globalmente, 70 mil estão nos EUA (o Brasil conta com 155 mil, é onde a JBS mais emprega).
Sobre a JBS
A JBS é uma das maiores empresas de alimentos do mundo. Com uma plataforma diversificada por tipos de produtos (aves, suínos, bovinos e ovinos, além de plant-based), a Companhia conta com mais de 270 mil colaboradores, em unidades de produção e escritórios em todos os continentes, em países como Brasil, EUA, Canadá, Reino Unido, Austrália, China, entre outros. No Brasil, a JBS é uma das maiores empregadoras do país, com 152 mil colaboradores. No mundo todo, a JBS oferece um amplo portfólio de marcas reconhecidas pela excelência e inovação: Friboi, Seara, Swift, Pilgrim’s Pride, Moy Park, Primo, Just Bare, entre muitas outras, que chegam todos os dias às mesas de consumidores em 190 países. A empresa investe em negócios correlacionados, como couros, biodiesel, colágeno, higiene pessoal e limpeza, envoltórios naturais, soluções em gestão de resíduos sólidos, reciclagem e transportes, com foco na economia circular. A JBS conduz suas operações priorizando a alta qualidade e a segurança dos alimentos e adota as melhores práticas de sustentabilidade e bem-estar animal em toda sua cadeia de valor, com o propósito de alimentar pessoas ao redor do mundo de maneira cada vez mais sustentável.