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Eficácia da cipermetrina e imidacloprid para o controle de cascudinhos em aviários

Escrito por: Carolini Prigol - M.V. Carolini Prigol – Assistente Técnica Vetanco Brasil. Médica Veterinária pela UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina. Atualmente atuando na Vetanco como Assistente Técnica do Departamento Técnico - Aves e Suínos. , Fabrizio Matté - Consultor Técnico de aves – Vetanco Brasil
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Vetanco Galpões

De acordo com projeções do agronegócio brasileiro da Federação da Indústria do Estado de São Paulo, a produção de carne de frango deve crescer 23% em 2028, em relação ao ano de 2017.

Correlacionando a este crescimento, surgem numerosos desafios para produtores de frangos e integradores, como:

gerenciamento e descarte de resíduos,
bem-estar das aves e
cuidados com questões de sanidade, o que envolve além do uso de vacinas e aditivos, o controle de artrópodes vetores.

Sabe-se que o principal e mais desafiador vetor presente em granjas avícolas é o cascudinho (Alphitobius diaperinus), inseto implicado na transmissão de Salmonela que encontrou condições ideais em aviários de frangos de corte para sua reprodução.

Os problemas causados por este inseto podem culminar em grandes perdas econômicas para os produtores, pois:

além da transmissão de patógenos,

causam estresse e desuniformização dos lotes (1).

Material e Métodos

O trabalho foi realizado em seis aviários de frangos de corte, na região Oeste do Estado do Paraná.

Os aviários possuíam semelhantes condições de manejo e a cama estava sendo reutilizada pela terceira criada.

Em cada aviário, foram selecionados, por toda a extensão do galpão, 18 pontos de coleta, localizados abaixo dos comedouros, que foram devidamente identificados.

Amostras de cama foram coletadas em potes plásticos de 350 mL e acondicionadas em sacos plásticos para posterior contagem de larvas e adultos.

O protocolo consistiu em três coletas:

antes do tratamento com inseticidas (dois dias antes da apanha dos frangos para abate);
aos 10 dias após o alojamento das aves;
aos 25 dias após o alojamento das aves;

 

O delineamento da eficácia constituiu de três tratamentos e as doses utilizadas foram:

2,5 L/1200 m2 para a Cipermetrina Líquida (15%),
4 Kg/1200 m2 para a Cipermetrina Pó (5%) e
4 Kg/1200m2 para a Cipermetrina (5%) + Imidacloprid (3%) Pó.

A análise dos resultados foi realizada considerando o percentual de redução de infestação, mediante o cálculo do:

Número Total de Insetos Coletados antes da aplicação dos inseticidas X
Número Total de Insetos Coletados após a aplicação dos inseticidas.

Resultados e Discussão

A apresentação comercial Cipermetrina (5%) + Imidacloprid (3%) Pó apresentou os melhores resultados, principalmente devido à redução do número de larvas do cascudinho (eficácia de 99,2%).

Além disso, foi o único produto eficaz para controle das larvas mesmo 25 dias após o alojamento (eficácia de 78,9%).

Se considerarmos a população de cascudinhos presente nas camas dos aviários, o número de larvas é sempre superior ao número de adultos, somado ao fato de que as larvas são mais eficientes em transmitir Salmonella às aves que os insetos adultos (2), este produto torna-se realmente promissor para um melhor controle dos cascudinhos.

Com relação ao total de insetos coletados (larvas + adultos), a maior eficácia também foi atribuída ao uso da Cipermetrina (5%) + Imidacloprid (3%) Pó, sendo esta de 75,3% aos 10 dias e 53,9% aos 25 dias após o alojamento (Tabela 1).

Tabela 1: Porcentagem de redução de Larvas e do total de Larvas + Adultos de A. diaperinus, após aplicação dos inseticidas.

NÃO= não observado porcentagem de redução no número de insetos.

Este produto possui em sua formulação, além da Cipermetrina (piretróide), o Imidacloprid, que é um neonicotinoide.

 

Os resultados obtidos podem ser explicados devido à comprovada alta eficácia dos neonicotinoides, que apresentam maior capacidade de penetração na cutícula dos insetos, acumulando-se nos tecidos gordurosos e afetando o organismo destes, comprometendo, inclusive, gerações subsequentes (3).

 

Bibliografia

1. Axtell, R.C. 1999. Poultry integrated pest management: status and future. Integrated Pest Management Reviews. 4: 43-73.

2. Leffer, A.M.C; J. Kuttel; L.M. Martins; A.C. Pedroso; C.S. Astolfi-Ferreira; F. Ferreira; A.J.P. Ferreira. 2010. Vectorial Competence of Larvae and Adults of Alphitobius diaperinus in the Transmission of Salmonella Enteritidis in Poultry. Vector-Borne and Zoonotic Diseases, 10: 481-487.

3. Tomizawa, M., Casida, J.E., 2005. Neonicotinoid insecticide toxicology: mechanisms of selective action. Annu. Rev.Pharmacol. Toxicol. 45: 247–268.

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