A Ceva Saúde Animal foi responsável por abrir a manhã do segundo dia do II Seminário Hy-Line White para América Latina, com um painel voltado à visão estratégica sobre os principais desafios sanitários da avicultura de postura — com ênfase na coccidiose.
A empresa é uma das patrocinadoras do evento e trouxe à programação Luiz Sesti, Ph.D, Diretor Sênior de Serviços Veterinários Latam, e Roberto Soares, Gerente Corporativo da Marca de Vacina contra Coccidiose, dois de seus principais especialistas.
Em sua apresentação, Sesti abordou o impacto da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, que continua avançando no continente americano. No Brasil, lembrou o especialista, o surto de março de 2025 no Rio Grande do Sul resultou em perdas estimadas de 100 mil toneladas de carne e um prejuízo de US$ 500 milhões até o início de julho, com impacto direto nas cadeias produtivas e comerciais.
Sesti reforçou a importância de se adotar políticas sanitárias de longo prazo, com base em plataformas vacinais modernas.
“As vacinas vetorizadas e inativadas já são realidade em diversos países, com eficácia comprovada contra diferentes subtipos de H5″, ressaltou Sesti. “A América Latina precisa estar pronta para adotar essas ferramentas com agilidade e decisão”, completou.
Coccidiose
Na sequência, Roberto Soares concentrou sua fala no desafio representado pela coccidiose nas granjas de postura. Segundo ele, embora mais conhecida na avicultura de corte, a doença é igualmente devastadora nas poedeiras, sobretudo no período de recria, entre a 3ª e a 18ª semana de vida.
É nesse intervalo, segundo Soares, que a infecção por Eimeria pode comprometer o desenvolvimento intestinal, afetando o desempenho produtivo de forma irreversível.
“Dados experimentais indicam que um lote infectado pode deixar de produzir até 400 mil ovos ao longo do ciclo”, apontou. “E o problema é silencioso, muitas vezes não há manifestação clínica visível, mas os prejuízos se acumulam”, completou o especialista.
Soares apresentou ainda os pilares para o sucesso da vacinação contra coccidiose, destacando que o protocolo spray, aplicado logo nos primeiros dias de vida, só será efetivo se vier acompanhado de um bom preparo de cama e condições de ambiente controladas. “O papel deve ser mantido até pelo menos o 21º dia e a cama precisa ter umidade e uniformidade adequadas para permitir a reciclagem do oocisto, que é fundamental para o estímulo imunológico gradual”, explicou.
Ele reforçou que as plataformas vacinais são eficazes, mas dependem de uma execução precisa no campo. “Coccidiose não é um problema exclusivo de frangos. Nas poedeiras, ela rouba produtividade de forma silenciosa e contínua. Quem subestima o impacto, compromete o desempenho”, finalizou.
O II Seminário Hy-Line White para América Latina ocorre pela primeira vez no Brasil, reunindo mais de 300 participantes do Brasil e América Latina, com foco técnico em genética, nutrição, manejo, sanidade e inteligência de mercado.