Controle de qualidade em incubatórios: da capacitação a execução

Diante do atual cenário de aumento dos custos de produção e maior competitividade, as empresas devem buscar por eficiência com o objetivo de garantir a sustentabilidade do seu negócio a longo prazo.

Consequentemente, o incubatório precisa otimizar a produção de pintos de um dia visando não só a quantidade, mas a qualidade.

Assim como em qualquer outro processo de produção, a qualidade do produto deve ser verificada e assegurada por uma equipe ou colaborador devidamente capacitado, que irá compor o controle de qualidade daquele estabelecimento.

Durante as visitas realizadas pela equipe técnica da Boehringer no ano de 2020 aos incubatórios ficou constatado que a maior parte das empresas possui carência em disponibilizar um colaborador específico devidamente capacitado a executar esta função. Além disso, muitas vezes os dados são coletados de forma empírica, sem critério e servem apenas para compor o banco de dados, não sendo em grande parte analisados rotineiramente como uma ferramenta gerencial para tomada de decisão e avaliação de riscos e oportunidades.

Portanto, como parte do trabalho diferencial da equipe da Boehringer Ingelheim fornecida aos clientes foi desenvolvido um programa de certificação internacional destinado especificamente aos colaboradores que atuam diretamente no controle de qualidade em incubatórios.

A primeira edição desse projeto inovador teve início em setembro de 2022, com quatro módulos online, seguido do encontro dos participantes no incubatório escola da Boehringer Ingelheim.

Figura 1. Pesagem das bandejas de ovos para realização da perda de umidade.

• Foram discutidos os aspectos que podem interferir na qualidade do pintinho, como identificá-los e monitorá-los, e como interpretar corretamente as informações.

Os participantes elaboraram então um projeto para atender às demandas mais urgentes em cada incubatório, e as ações planejadas por cada participante foram implementadas com acompanhamento e suporte da equipe de especialistas em incubatório da Boehringer Ingelheim para devida certificação.

Na primeira edição do projeto, houve participação de três empresas de localidades geográficas diferentes: duas situadas em Minas Gerais e uma localizada no Rio Grande do Sul.

As oportunidades em cada uma das empresas eram diferentes, o que gerou um alto engajamento no treinamento e especial dedicação na elaboração dos planos de ação a partir dos conhecimentos adquiridos durante o projeto.

Com o mapeamento realizado durante o curso dos principais fatores que poderiam afetar os indicadores de qualidade e produtividade no incubatório foi elaborado um plano de ação complexo que contou com o envolvimento de diferentes setores na planta de produção.

Figura 2. A qualidade do pintinho começa com a qualidade do ovo fértil.

• Para uma das empresas participantes, os resultados após a implementação do plano de ação foram incríveis: o percentual de ovos contaminados reduziu em 79% e o percentual de pintos eliminados teve redução de 23%.

Este resultado impacta diretamente na produtividade e lucratividade do incubatório.

Figura 3. Pintos de qualidade aguardando a expedição.

Outra empresa buscava melhorias em outros índices ligados a refugagem e mortalidade, e por intermédio das pesquisas e discussões realizada durante o curso, identificou-se a necessidade de correção das metodologias de análise de dados no incubatório e de adequação da configuração de incubação respeitando algumas características daquela planta.

Os ajustes iniciais demonstraram bons retornos, que devem se consolidar à medida que demais correções forem sendo ajustadas.

O melhor controle da temperatura do embrião também foi tema de projeto elaborado por uma das empresas participantes, visto que o tipo de incubadora que possuem poderia atuar como fator limitante na melhoria da qualidade dos pintinhos.

Vários são os fatores que podem interferir na temperatura do embrião como:

• Temperatura da incubadora;
• Produção de calor metabólico do embrião;
• Condutividade térmica do ovo;
• Quantidade de perda de calor pelo resfriamento evaporativo.

Dentre os fatores pesquisados e mensurados foram identificados pontos de melhoria no sistema de climatização dos incubatórios, o que pode colaborar com:

• Melhoria do peso residual de gema,
• Número de pintos eliminados e consequentemente,
• Na obtenção de pintos com melhor desempenho no campo.

Esse projeto inovador proporcionou momentos de grande troca de experiências e aprendizados entre todos os participantes além da identificação das oportunidades de melhorias nas unidades de produção, capacitação dos profissionais e melhora da qualidade do pintinho.

A próxima edição do Projeto de Controle de Qualidade em Incubatórios da Boehringer Ingelheim ocorrerá em 2024 e estamos ansiosos pelos novos desafios e resultados que poderão ser alcançados.