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Entrevista com Daniel Pigatto, Presidente da Tectron

Escrito por: Priscila Beck
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nutrición animal

Conteúdo disponível em: Español (Espanhol)

A TECTRON é uma empresa brasileira nascida em 2002, com objetivo de criar soluções inteligentes para o mercado de nutrição e saúde animal. Sua fábrica está localizada no município de Toledo, região oeste do Paraná, onde são desenvolvidas tecnologias focadas no tripé sustentabilidade, evolução e viabilidade econômica.

Tecnologias brasileiras de nutrição animal conquistam EUA

Em 1940, o autor baiano Assis Valente já dizia: “o Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada”. E emendou: “anda dizendo que o molho da baiana melhorou seu prato”, referindo-se ao estrondoso sucesso, nos EUA, da cantora portuguesa, radicada no Brasil, Carmen Miranda. E em 2018 o Brasil continua a encantar os Estados Unidos da América. Só que desta vez não é o molho da baiana melhorando o prato dos norteamericanos, são as tecnologias desenvolvidas pela Tectron, empresa brasileira de nutrição e saúde animal, que entram, de maneira inédita, em solo norte-americano.

A TECTRON é uma empresa brasileira nascida em 2002, com objetivo de criar soluções inteligentes para o mercado de nutrição e saúde animal. Sua fábrica está localizada no município de Toledo, região oeste do Paraná, onde são desenvolvidas tecnologias focadas no tripé sustentabilidade, evolução e viabilidade econômica.

A partir de 2015, a TECTRON deu início a um processo de internacionalização e hoje exporta para nove países com produtos em fase de registro em mais de 35 países. Em janeiro de 2018, a abertura da Tectron USA foi anunciada durante a IPPE (International Production & Processing Expo), em Atlanta (EUA). Na ocasião, a aviNews conversou com Daniel Pigatto Monteiro, presidente da Tectron, que nos contou um pouco sobre a história da empresa até a chegada ao posto de primeira empresa brasileira de nutrição a conseguir registrar um produto a ser comercializado nos Estados Unidos. Confira!

Que caminho foi percorrido até o lançamento da TECTRON USA?

De 2015 para cá, nós começamos o processo de internacionalização da TECTRON. Hoje, exportamos para nove países e estamos com produtos em registro em mais de 35 países. Com base nisso, obtivemos registro de alguns produtos nos Estados Unidos, o que é um fato inédito. Na história da nutrição animal do Brasil, nunca antes uma empresa brasileira conseguiu a aprovação do governo americano para vender um aditivo nos EUA, porque não se trata de um processo fácil. Foi um trabalho de quase três anos.

Com o fato de estarmos iniciando a comercialização de um produto nos EUA, entendemos a necessidade de trazer a empresa para Miami, pois vamos abastecer não só os Estados Unidos, mas também o México e o Canadá. Trata-se de uma estrutura com escritório comercial e depósitos para armazenar os produtos vindos do Brasil. E muito em breve vamos iniciar a fabricação dos produtos “made in USA”. Porém, antes disso, por volta dos meses de maio, junho, está programada a abertura da TECTRON Europa, em Madrid (Espanha), com a finalidade de atender o mercado europeu.

Quais as especificidades das tecnologias desenvolvidas pela Tectron para o mercado norte-americano e para o mercado europeu?

Atualmente estamos atuando muito focados em três tecnologias.

Uma delas a TecMax Pro, que são proteases termoestáveis para uso em ração de todas as espécies animais.

A segunda é uma tecnologia exclusiva de tripla fermentação denominada KeyPro.

E a terceira tecnologia tem a ver com evolução dos adsorventes de micotoxinas, focando a necessidade de proteger fígado, rim, intestino, melhorar a condição imune, já que as micotoxinas são imunossupressores

O anúncio da nova unidade nos Estados Unidos foi durante a IPPE, aqui em Atlanta. Como essa notícia foi recebida pelos clientes que passaram pelo estande da Tectron e que balanço vocês fazem da presença Tectron na IPPE 2018?

A notícia foi recebida, de maneira geral, com bastante alegria por quem já acompanha a trajetória da TECTRON nesses 15 anos. Nós só estamos aqui porque as nossas tecnologias foram aprovadas para estar nos EUA. É um motivo de muito orgulho para nós como representantes do setor brasileiro de nutrição animal, que é um dos mais competentes do mundo. É também motivo de orgulho para quem é brasileiro, para quem trabalha na TECTRON e para quem vive e sobrevive do setor de proteína animal no Brasil como um todo.

O balanço que fazemos da IPPE é muito bom. Nós debutamos na feira esse ano, com um estande bonito e moderno. Fomos muito bem recebidos, bem aceitos pelos clientes que aqui vieram. Claro que nós somos uma empresa que está iniciando sua trajetória no caminho mundial. Então, muita gente não nos conhecia, mas quem entrou no estande entendeu a nossa tecnologia e o nosso propósito, e arrisco dizer que se surpreendeu. Saímos daqui com muitos negócios engatilhados em várias partes do mundo, que é o mais importante do ponto de vista dos negócios.

Aproveitando, vocês também promoveram um encontro técnico que debateu essas tecnologias comentadas aqui. Quais foram as participações e qual sua avaliação desse encontro?

No dia anterior ao início da IPPE fizemos o nosso primeiro encontro global para discutir, difundir e posicionar nossos parceiros globalmente estratégicos sobre as tecnologias que nós produzimos. Nos reunimos em um hotel durante uma manhã inteira e realizamos uma apresentação muito proveitosa. Além do pessoal do Brasil, tivemos técnicos e dirigentes de empresas da Argentina, Chile, Colômbia, México, Estados Unidos, Canadá, Paquistão, China, Índia e Turquia. Foi uma excelente oportunidade de desmistificar, orientar e informar tecnicamente sobre o uso de proteases. E ainda pudemos compartilhar toda a evolução tecnológica utilizada para criar o Tecmax Pro, ProTec e KeyPro.

Grande parte do sucesso da TECTRON se deve ao fato de que nossas tecnologias foram aprovadas para estar nos EUA.

Considerando a filosofia da Tectron, de que “não há linha de chegada para a corrida da qualidade”. Certamente, já há novas pesquisas sendo desenvolvidas. Você pode comentar um pouco sobre isso?

Trabalhamos no passo a passo. Então, dessas tecnologias que nós estamos desenvolvendo, o carro-chefe delas é a protease termoestável TecMax Pro. Para ser divulgada para o mercado, envolveu mais de seis anos de trabalho, de investimento, investigação e pesquisa. Então, hoje ela está consolidada para ser apresentada ao mercado mundial. O passo seguinte, que é a linha Keypro, esses metabólitos de fermentação, já estamos há bastante tempo trabalhando e está quase pronto para concluirmos todas as pesquisas desenvolvidas. A linha ProTec tem pouco mais de dois anos e está em processo de maturação final, necessitando um tempinho mais para as últimas pesquisas e assim ser apresentada no mercado de uma forma tecnicamente robusta. E, com isso, temos bastante serviço para os próximos dois anos. As próximas tecnologias deverão surgir por volta de 2020.

Durante a feira, nas várias vezes em que passamos pelo estande da Tectron, observamos você e o diretor internacional de vendas da empresa, Jorge Benitez Belon, constantemente presentes, atendendo pessoalmente ao público. Essa dedicação direta tem a ver com a filosofia da empresa?

Eu acho que uma empresa, que como todas, nasce pequena, se torna média e tem o sonho de ser uma empresa grande, vê nas pessoas fator primordial para fazer a diferença. O jeito que a gente está atendendo ao mercado é diferente. Somos uma equipe motivada. São as pessoas que movem o mundo. E ter uma equipe motivada, que pensa positivo, tem tudo a ver com a filosofia da Tectron

O que quer dizer Tectron?

Tecnologia, Nutrição e o On quer dizer que somos uma empresa ligada, que não desliga nunca.

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