Ícone do site aviNews Brasil, informações avicultura

DDGS na avicultura: promessa nutricional ou risco escondido? Alex Maiorka responde

Escrito por: Priscila Beck
PDF
DDGS Alex Maiorka

O uso do DDGS (grãos secos de destilaria com solúveis), coproduto do etanol, como ingrediente na alimentação de frangos de corte, ainda divide opiniões no setor avícola.

Embora seja uma alternativa nutricional com potencial para substituir parte do farelo de soja e reduzir custos, o desafio está em garantir qualidade, padronização e segurança zootécnica.

Durante o 25º Simpósio Brasil Sul de Avicultura, o tema foi debatido no estúdio oficial do evento, em uma entrevista conduzida pela AgriNews Brasil em parceria com o Nucleovet. Participaram da conversa o professor Dr. Alex Maiorka (UFPR), especialista em nutrição de aves, e Mariane Possamai, coordenadora de nutrição da Vibra Foods.

Segundo o professor Maiorka, o interesse pelo DDGS cresce à medida que o setor busca opções economicamente viáveis, especialmente em períodos de alta nos preços do farelo de soja.

“A oportunidade é, em primeiro lugar, de custo-benefício. E à medida que a oferta aumenta e o produto ganha consistência, ele pode se consolidar”, destacou.

Mariane, por sua vez, apontou que, apesar do crescimento da produção nacional, o DDGS ainda não se tornou economicamente viável em suas formulações. “Fazemos simulações frequentes, mas ainda não houve redução suficiente nos custos para justificar a adoção prática em larga escala.”

Outro ponto crítico é a variabilidade de composição entre cargas e fornecedores. “Já há uma consciência maior dos produtores de etanol sobre o valor do DDGS como coproduto. Isso tem melhorado a padronização, mas ainda precisamos de parâmetros mais sólidos”, avaliou Maiorka.

Entre os fatores considerados críticos estão:

A discussão também incluiu os impactos potenciais do DDGS no desempenho zootécnico e na qualidade da cama, com destaque para a necessidade de mais estudos locais e controle de qualidade na origem.

“É preciso cautela e uso progressivo, começando com níveis de inclusão baixos, entre 5% e 10%, até entender como ele se comporta nas nossas condições”, aconselhou Mariane.

Por fim, os especialistas refletiram sobre o papel do DDGS em estratégias de sustentabilidade e ESG. Por ser um coproduto, o ingrediente pode reforçar o compromisso ambiental das agroindústrias — desde que venha com rastreabilidade e controle.

📺 Assista à entrevista completa no YouTube:

Ou assista, aqui, sem sair do site da aviNews Brasil:

PDF
Sair da versão mobile