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De 130 surtos à retomada do status em 6 meses: casos reais mostram como conter a IAAP

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De 130 surtos à retomada do status em 6 meses: casos reais mostram como conter a IAAP

No painel “Real-world solutions for HPAI outbreak control”, moderado por Charles Bebay (FAO), especialistas de cinco países descreveram o que funcionou (e o que falhou)  no controle de surtos recentes de IAAP (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade). Participaram Oriana Beemer (USDA/VS, EUA), Sothyra Tum (Ministério da Agricultura, Camboja), Gary Flory (Global Outbreak Solutions), Clement Meseko (NVRI, Nigéria) e Daniel Caria (CVO, Argentina).

O foco foi transformar lições de campo em rotas práticas que interessam diretamente ao setor produtivo brasileiro. A experiência argentina deu o tom do pragmatismo.

Dos Estados Unidos, Oriana Beemer reforçou que a espinha dorsal da resposta é ter “canais claros de comunicação” e uma “estrutura de operação” definida antes do surto, com comando unificado e um elo formal com a indústria, capaz de devolver ao sistema sinais precoces vindos das granjas. Ela também destacou treinamentos prévios e reuniões regulares entre setores para manter todos alinhados, além de um ponto central público com planos e dados de casos.

Do Sudeste Asiático, Sothyra Tum descreveu a realidade de um país sem política de compensação financeira. No Camboja, a alternativa foi “abate seletivo”, negociação direta com produtores e mobilização comunitária, treinando agentes locais para alimentar um sistema de vigilância que integra saúde animal, ambiental e humana.

De 130 surtos à retomada do status em 6 meses: casos reais mostram como conter a IAAP

Reconhecido por respostas a emergências, Gary Flory foi direto e afirmou que descarte de carcaças e abate em larga escala “só funcionam” se a capacidade estiver construída antes da crise. Ele defendeu investir agora em treinamento, equipamentos e procedimentos que garantam operações “humanas, biosseguras, seguras para as equipes e ambientalmente responsáveis”.

Da África Ocidental, Clement Meseko reforçou que dado parado não salva rebanhos. Ele defendeu sistemas “bottom-up” de vigilância, com dados padronizados e compartilhados do local do surto ao nível global, capazes de guiar preparo, “matching” vacinal e alertas regionais. Para isso, segundo ele, é preciso compromisso político e reconhecimento de autoria aos cientistas que compartilham material biológico e sequências.

No conjunto, as falas convergem em quatro pontos de implementação imediata: preparar a governança antes do surto (com comando unificado e papel claro da indústria), treinar e equipar equipes para abate e descarte com menor impacto, ativar e integrar vigilâncias que realmente alimentem decisões – inclusive entre países – e, onde compensação não é viável, aplicar abate seletivo orientado por risco com forte mediação comunitária.

A aviNews Brasil é o único veículo de comunicação a realizar a cobertura presencial do Fórum Internacional, trazendo informações sobe os discursos e debates diretamente de Foz do Iguaçu. A cobertura, viabilizada a partir do apoio da MSD Saúde Animal, pode ser acompanhada no site, redes sociais e no Canal agriNews Play Brasil no youtube.

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