Desbloqueando o potencial da proteína: gerenciando inibidores de tripsina na produção de frangos no Brasil
Na produção avícola brasileira, maximizar a eficiência alimentar é essencial para a lucratividade e o crescimento. Um desafio frequentemente negligenciado que compromete esses objetivos é a presença de inibidores de tripsina nos ingredientes da ração, especialmente no farelo de soja. Entender e mitigar o impacto dessa condição natural é fundamental para garantir o alto desempenho em um mercado competitivo e sensível ao custo.
O QUE SÃO OS INIBIDORES DE TRIPSINA?
Inibidores de tripsina são proteínas naturais encontradas principalmente na soja e em outras leguminosas. Eles se ligam à tripsina, uma enzima digestiva essencial responsável pela quebra de proteínas alimentares em aminoácidos disponíveis. Quando a atividade da tripsina é bloqueada, a utilização da proteína diminui, levando a menores taxas de crescimento e piores índices de conversão alimentar.
Além de reduzir a digestão dos nutrientes, os inibidores de tripsina estimulam o pâncreas a superproduzir enzimas, o que pode resultar em hipertrofia pancreática (Figura 1). Com o tempo, esse estresse fisiológico compromete a saúde geral das aves e a absorção de nutrientes.
Figura 1. Hipertrofia pancreática devido ao inibidor de tripsina (Pacheco et al., 2014)
Nas operações brasileiras, onde a dependência do farelo de soja é elevada e a variabilidade na qualidade dos ingredientes pode ser significativa, o controle dos níveis de inibidores de tripsina é fundamental.
Aves Jovens: As Mais Vulneráveis
Pintinhos, especialmente nas duas primeiras semanas de vida, são os mais suscetíveis aos efeitos negativos dos inibidores de tripsina. Antes dos 14 dias de idade, a produção natural de enzimas proteolíticas, como a tripsina, é baixa. A exposição a altos níveis de inibidores durante essa fase crítica de crescimento pode prejudicar o desenvolvimento inicial, comprometendo a uniformidade do lote e os pesos finais.
OTIMIZANDO O POTENCIAL NUTRICIONAL DA SOJA COM ENZIMAS
A suplementação com enzimas é uma estratégia chave para enfrentar o desafio dos inibidores de tripsina. Enzimas proteases contidas no aditivo enzimático CIBENZA® EP150 ajudam a quebrar proteínas complexas, hidrolisando os inibidores de tripsina, auxiliando na digestão das proteínas e na liberação de aminoácidos.
O aditivo enzimático CIBENZA® EP150 oferece várias vantagens:
- Melhora na Digestão de Proteínas: Ao degradar proteínas afetadas por inibidores de tripsina, essa protease aumenta a disponibilidade de aminoácidos (Figura 2), apoiando o desenvolvimento muscular e a conversão alimentar.
- Saúde Intestinal Aprimorada: Menos proteína não digerida no intestino significa menos substrato para bactérias patogênicas como Clostridium perfringens, Salmonella e E. coli, ajudando a reduzir desafios entéricos.
- Absorção Otimizada de Nutrientes: A suplementação com protease aumenta a absorção de nutrientes, suportando ganhos diários mais elevados e melhor desempenho do lote.
Figura 2. Impacto do inibidor de tripsina na digestibilidade dos aminoácidos (Wedekind et al., 2020)
Para os produtores brasileiros que buscam equilibrar os custos dos insumos com o desempenho do lote, o uso de soluções enzimáticas direcionadas pode ser uma ferramenta crucial para o sucesso.
Implicações Econômicas e Operacionais
Reduzir o impacto negativo dos inibidores de tripsina contribui para diversos KPIs críticos na avicultura brasileira:
- Melhor Conversão Alimentar (CA): Com a ração representando mais de 66% dos custos de produção de frangos no Brasil, mesmo pequenas melhorias na CA têm impacto direto na rentabilidade.
- Melhor Ganho de Peso Vivo: O crescimento inicial estabelece a base para os pesos de mercado, afetando diretamente o retorno econômico por ave.
- Maior Uniformidade: Gerenciar desafios digestivos precoces o crescimento inicial influencia o peso de abate, afetando facilitando o processamento e melhorando os rendimentos.
CONSIDERAÇÕES LOCAIS: VARIABILIDADE NO FARELO DE SOJA
O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo. Embora a oferta seja abundante, a variabilidade nas condições de processamento significa que a atividade dos inibidores de tripsina pode variar consideravelmente entre os lotes. Segundo relatórios, o preço da soja aumentou 73% no último ano no Brasil. Essa combinação de preços elevados e variabilidade leva produtores e nutricionistas a buscar soluções que maximizem o aproveitamento desse ingrediente essencial.
As enzimas podem ajudar, mas é fundamental que os produtores monitorem a qualidade dos ingredientes recebidos e apliquem estratégias de mitigação adequadas, como:
- Testes regulares do farelo de soja para determinar os níveis de inibidores de tripsina (um representante da Equipe Técnica da NOVUS pode auxiliar).
- Aquisição, sempre que possível, de farelo de soja de alta qualidade e adequadamente processado.
- Uso estratégico de soluções enzimáticas com protease como o aditivo enzimátic CIBENZA® EP150 para proteger contra inconsistências entre lotes de ração.
Conclusão
Como segundo maior produtor mundial de carne de frango, a indústria avícola brasileira, voltada para alto volume e eficiência, precisa gerenciar fatores antinutricionais como os inibidores de tripsina. O aditivo enzimático CIBENZA® EP150 é uma solução de nutrição inteligente baseada em ciência, que promove o crescimento ideal dos frangos, a saúde das aves e a lucratividade dos produtores.
Ao adotar estratégias proativas contra os inibidores de tripsina, os produtores brasileiros de frangos podem liberar maior desempenho de seus lotes e proteger suas margens em um ambiente cada vez mais competitivo.