A fome é um dos maiores problemas da história da humanidade, e a demanda por comida segue com forte tendência de crescimento. Até 2050 serão dois bilhões a mais de pessoas que precisarão comer na Terra.
No entanto, a grande questão é:
A agricultura está entre as atividades que mais contribuem para os efeitos do aquecimento global e, consequentemente, tem seu impacto nas mudanças climáticas. A pecuária, também é responsável pelo maior uso de recursos hídricos, além de seu crescimento poder acelerar a perda de biodiversidade do planeta.
Diversas entidades mundiais se preocupam com este cenário alarmante, e constantemente buscam alternativas para que se possa entregar alimentos ao consumidor, sem extrapolar os limites dos recursos da natureza, que são cada vez mais escassos e, sem dúvida, finitos.
O Brasil tem executado o plano setorial de adaptação às mudanças climáticas para contribuir com uma economia de baixa emissão de carbono na agricultura.
O Plano ABC busca, em sua primeira fase:
em linha com o Acordo de Paris, cujo principal objetivo é reduzir o aquecimento global.
“De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a cada 1 real investido pelo Plano ABC, os produtores rurais investiram outros 7 reais em recursos próprios, comprovando a importância de uma produção voltada a aproveitar recursos naturais, através da inserção de tecnologias.”
Plano ABC+
Com o encerramento do antigo programa, foi lançado em abril deste ano o Plano ABC+ 2020-2030 com o objetivo de renovar as metas para os próximos anos.
Segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o ABC+ promove a abordagem integrada da paisagem como marco conceitual, estimulando a gestão integrada das propriedades rurais e o uso eficiente dos recursos naturais.
Além das organizações governamentais, o consumidor cada vez mais demanda produtos de qualidade à sua mesa, mais saudáveis e com transparência na maneira como eles foram produzidos, sem contar com a exigência de que haja rastreabilidade, muito embora existam deficiências, ainda, na maneira de se quantificar a emissão de carbono e falta de legislação do setor.
Esta, sem dúvida, é uma tendência incessante, que tange não somente ao mercado de produção animal, mas se tornou um comportamento, um hábito para essa e as futuras gerações.
Nutrição Animal
Segundo Gustavo Cordero, gerente global de serviços técnicos da AB Vista, “a contaminação ambiental da produção de suínos e aves é uma questão que preocupa muito a sociedade e pode ser reduzida através do uso de enzimas”.
Fitase
Um recente estudo sobre suínos para engorda nos EUA (Figura 1), demonstra os benefícios de uma dieta de controle, contendo níveis padrão de fitase em comparação com a superdosagem de fitase, adicionada “a mais” na dieta de controle para dar 2.000 FTU/kg ou MMN com o mesmo desempenho, mas a um custo mais barato, aplicando valores de matriz nutricional mais alta.
Os resultados mostram que a sobredosagem com fitase melhora significativamente o desempenho produtivo dos animais, enquanto o uso de MMN oferece o mesmo desempenho, mas com menor custo de alimentação (5 euros/t).
No mesmo estudo descrito acima, a pegada de carbono de cada tratamento experimental foi determinada e observa-se que as emissões de CO2 são reduzidas pela aplicação da estratégia de superdosagem (numericamente), ou da estratégia de matriz nutricional máxima (P <0,05) na dieta controle (Figura 2).
Com base no ganho adicional alcançado neste teste, a sobredosagem reduz 1,61 kg CO2/porco e MMN reduz 6,19 kg CO2 /porco.
O uso de enzimas favorece a maior sustentabilidade ambiental, na medida em que as emissões de CO2, nitrogênio e fósforo são reduzidas, devido à maior eficiência no uso de matérias-primas.
Estratégias Flexíveis