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Doença de Newcastle: Brasil suspende exportações avícolas para UE e Argentina

Escrito por: Priscila Beck
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doença de newcastle

Após a confirmação de um foco da doença de Newcastle em uma granja comercial de frangos de corte no Rio Grande do Sul, o Brasil suspendeu as exportações de carnes frescas de aves e seus derivados para a União Europeia e Argentina.

A informação consta de ofício circular do MAPA (Ministério da Agricultura da Agricultura e Pecuária), enviado no final da tarde de quinta-feira (18/7) aos coordenadores de SIPOA (Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal) e chefes das Divisões de Defesa Agropecuária.

O referente ofício também menciona a proibição de exportações, de todo o território brasileiro, de carne mecanicamente separada de aves para alimentação animal e matéria prima de aves para fins opterápicos para a Argentina. Produtos à base de carne de aves e produtos não tratados derivados de sangue, também estão proibidos de serem exportados para a União Europeia.

Para se ter uma ideia, em 2023, segundo dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), o Brasil enviou mais de 216 mil toneladas de carne de frango para a União Europeia, correspondendo a cerca de 18 mil toneladas mensais. Os principais produtos enviados para a União Europeia, que foi o sétimo maior importador de produtos avícolas brasileiros em 2023, foram peito, filezinho e filé de peito.

Em termos de Argentina, foi o 16o maior importador de ovos do Brasil (153 toneladas) no ano de 2023, o 21o em importações de carne de peru (348 toneladas) e 15o em material genético (35 toneladas).

Rio Grande do Sul

O mesmo documento emitido pelo MAPA proíbe as exportações avícolas do Rio Grande do Sul para 32 destinos. A determinação afeta as exportações gaúchas de ovos e ovoprodutos, carne de aves, farinha de aves, produtos processados e embutidos entre outros, conforme a lista a seguir.

Plano de Contingência

Em entrevista coletiva à imprensa na tarde de quinta-feira (18/7), a Secretaria Estadual do Rio Grande do Sul informou que está colocando em prática o plano de ação para contenção do foco de doença de Newcastle. O planejamento, segundo a Secretaria, foi validado junto ao Mapa no mesmo dia.

“A Secretaria já vem promovendo ações de vigilância ativa antes mesmo da confirmação”, destacou o diretor adjunto de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, Francisco Lopes. “Vistoriamos as três granjas comerciais que estão atualmente alojando animais, dentro do raio de três quilômetros do foco”, completou.

No raio de três quilômetros, são 75 propriedades no total. “Considerando o raio de dez quilômetros, somam-se a elas mais 801 propriedades a visitar”, contabilizou Francisco. Além das vistorias nas propriedades, a Secretaria deve colocar barreiras de desinfecção e bloqueio e barreiras de desvio no raio de 3 km.

“Para evitar tanto a entrada quanto a saída de aves, camas de aviário, esterco e outros produtos que possam carrear o vírus”, explicou o diretor adjunto. As barreiras, que vão funcionar ininterruptamente, terão o apoio de segurança da Brigada Militar.

A operação mobilizará um grande contingente de servidores da Seapi. “Em função das barreiras, vamos precisar fazer troca de escalas, teremos quatro equipes por barreira. Calculamos mais de 70 servidores envolvidos na ação”, conta Francisco.

Se não houver novos casos, a previsão é que a operação de contenção do foco se encerre em duas semanas. Até a noite desta quinta-feira (18/7), o foco de doença de Newcastle em Anta Gorda (RS) ainda não aparecia no sistema de notificações da OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal).

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