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EFEITO DA VACINAÇÃO CONTRA A COCCIDIOSE

Escrito por: Hannah Menges , Robert L. Owen
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Conteúdo disponível em: Español (Espanhol)

Geralmente as vacinas contra a coccidiose são pulverizadas na incubadora, e a multiplicação de oocistos vai depender da eficiência dos coccídios para se multiplicarem no intestino das aves e da esporulação no meio ambiente já que os coccídios são excretados na cama do aviário. O processo em que os oocistos se multiplicam no intestino leva aproximadamente sete dias tanto nos frangos como em perus, e depende da obtenção de uma dose adequada de oocistos no início, assim como das condições físicas dos galpões para que a esporulação dos coccídios seja favorecida.

A vacinação dupla na incubadora e no ambiente foi proposta pelo doutor John McCarty, quando sugere que ao colocar oocistos esporulados no ambiente desde o primeiro dia de vida faz todo o processo de reciclagem dos coccídios e a resposta imunitária começar o mais cedo possível.

Os resultados dos experimentos mostrados ao longo deste artigo revelaram pico de multiplicação de oocistos mais cedo, o que confirma a hipótese do doutor John McCarty. Ainda é necessário demonstrar se essa estratégia terá como resultado a diminuição de doenças intestinais clínicas (incluindo a enterite necrótica) em situações de campo.

Conforme são retirados cada vez mais medicamentos do mercado para controlar a coccidiose e a enterite, torna-se necessário aprimorar a capacidade de vacinação efetiva contra a coccidiose. O doutor McCarty está revolucionando a aplicação das vacinas em seus conceitos originais de aplicação de programas de iluminação no perído perivacinal.

O tratamento da cama de aviário pode ser um grande passo para otimizar o controle de coccídios e doenças intestinais secundárias como as clostridioses.

Este texto apresenta um resumo de experiências de campo e de experimentos na vacinação de aves comerciais contra a coccidiose com uma primeira vacinação por pulverização na incubadora e uma segunda vacinação por pulverização no ambiente durante o alojamento das aves por idade.

O principal objetivo é reduzir a prevalência de enterite necrótica em frangos de corte e em perus. Além disso, trata-se de determinar se essa prática pode causar alteração no padrão de multiplicação dos coccídios nas aves imunizadas. Para isso foram realizados estudos no Centro de Ciência e Tecnologia da Best Veterinary Solutions, Inc. (BVS) utilizando frangos de corte e perus.

Perus

Dois experimentos foram realizados separadamente com a finalidade de estudar o efeito de um aditivo para o alimento que continha orégano na multiplicação da coccidiose em perus imunizados com uma vacina comercial contra a coccidiose.

Ambos os experimentos foram idênticos; incluíram 160 aves de uma incubadora comercial local. Na chegada ao Centro de Ciência e Tecnologia da BVS cada ave foi imunizada com uma dose individual via oral equivalente a cinco vezes (5x) à dose comercial. As aves imunizadas foram colocadas em grupos de 10 aves em boxes experimentais que continham forração com lascas de madeira.

O ambiente foi pulverizado com vacina contra coccidiose.

Foi realizada uma contagem de oocistos com uma câmera de McMaster, fornecendo-se água e alimento à vontade durante os estudos

Dado que não houve diferenças significativas na contagem de oocistos entre grupos, os dados de todos os grupos em cada experimento foram inseridos para representar os boxes experimentais pulverizados vs. não pulverizados.

Figura 1. Contagem de oocistos em todos os grupos

A contagem diária foi agrupada de maneira que pudesse ser representada nas contagens semanais.

Com isso, demonstra-se que a pulverização de oocistos sobre a cama do aviário, somada à vacinação oral, foi capaz de minimizar a alta multiplicação de oocistos uma semana antes. A pulverização de oocistos na cama de aviário também pode desencadear uma resposta imunológica mais rápida. Além disso, foi reduzida a eliminação de oocistos por meio do intestino nas 4ª e 5ª semanas.

Figura 2. Contagem semanal de oocistos

Frangos de corte

Foram obtidos pintos de um dia de vida de uma incubadora comercial local. Os frangos foram imunizados via pulverização na incubadora com uma dose comercial de uma vacina contra coccidiose.

No Centro de Ciência e Tecnologia foram colocados boxes experimentais divididos em quatro grupos.

Foram realizadas contagens de oocistos da mesma forma que os estudos anteriores realizados com perus. Foram fornecidos água e alimento à vontade durante os estudos.

Figura 3. Contagem semanal de oocistos no grupo controle e nos demais grupos experimentais com várias doses (1x, 5x, 10x) da vacina contra coccidiose

Figura 4. Contagem semanal de oocistos nos frangos de corte alojados na cama de aviário pulverizada ou não pulverizada com a vacina contra a coccidiose

Dado que não houve resultados significativos relacionados à dose sobre a contagem de oocistos na cama de aviário, foram combinados dados da mesma forma como os realizados nos experimentos com perus cuja finalidade é representar boxes experimentais imunizados vs. não imunizados. Os resultados desse experimento são iguais aos observados no experimento em perus no que se refere à multiplicação dos coccídios nas aves imunizadas nas quais a quantidade de oocistos atingiu o pico uma semana mais rápido e o número de oocistos estava diminuindo ao final do experimento.

Um resultado inesperado dos experimentos com frangos de corte é que somente uma dose de vacina pulverizada na cama de aviário foi eficaz ao alcançar o pico máximo de multiplicação mais rápido que a utilização de múltiplas doses de vacina (5x ou 10x). A importância disso é que caso essa prática se transforme em um manejo frequente na indústria desse setor, o custo de aplicação da vacina continuará sendo razoável, especialmente se os tratamentos terapêuticos puderem ser reduzidos para lotes com problemas intestinais.

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