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Estratégias de manejo e biosseguridade no intervalo entre lotes

Escrito por: Fabrizio Matté - Consultor Técnico de aves – Vetanco Brasil
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O intervalo entre lotes dentro da produção de frangos de corte é de extrema importância para a cadeia produtiva.

Juntamente com as estratégias de manejo dos produtores e suporte técnico dos profissionais capacitados de cada integradora, vai ser determinado o sucesso da produção, com uma esperada rentabilidade e a devida sanidade dos lotes.

Estima-se que 60 a 70% do resultado do lote seguinte está vinculado aos procedimentos de intervalo do lote anterior.

 

O intervalo entre lotes é o momento para se fazer o manejo organizacional da propriedade. Dessa forma:

É necessário organizar o ambiente de trabalho, seguindo todos os procedimentos de biosseguridade propostos pela integradora para evitar, ou diminuir os fatores de riscos de contaminação, ou entrada de doenças.

Nesse intervalo entre lotes, buscamos ter um vazio sanitário, que segundo JAENISCH et al. (2004) é o período compreendido:


Entre a limpeza e desinfecção dos aviários e os alojamentos dos lotes seguintes.


ANDREATTI FILHO & PATRÍCIO (2004) relatam que este período deve ser disponibilizado para reduzir a carga de microrganismos patogênicos e consequentemente, o desafio microbiológico que é imposto aos frangos de corte.

Além disso, a preservação do período de vazio sanitário adequado entre os lotes aumenta a eficácia do programa de sanitização (COBB-VANTRESS, 2008).
Em relação ao período de vazio sanitário, a maioria das integrações avícolas tem adotado entre sete e dez dias com relativo sucesso.

A redução deste período pode acarretar em problemas sanitários nos lotes seguintes, aumentando a pressão de infecção, visto que, o vazio sanitário é diretamente proporcional à saúde dos lotes (ANDREATTI FILHO & PATRÍCIO, 2004).


A nossa avicultura entrou em uma nova era, com obstáculos que precisamos driblar e vencer para manter nossa produção ainda como uma das melhores a nível mundial:

desafios sanitários,

tendências comerciais,

preferências dos consumidores,

bem-estar animal,

redução do uso de antimicrobianos,

exigências regulatórias.

No intervalo entre lotes podemos:

organizar e aprimorar nossa biosseguridade,

determinar as possíveis fontes de contaminação e

fazer ações corretivas para evitar problemas quando as aves já estiverem alojadas.

 

O maior risco que podemos ter na produção avícola é:


Não ter um programa de biosseguridade!


Porque ela é parte fundamental de qualquer empresa avícola para reduzir a entrada de enfermidades em sua produção de aves.

Algumas empresas com alta prevalência de enteropatógenos como a Salmonella spp. em suas integrações, já estão fazendo investigações epidemiológicas nas propriedades:

analisando os ambientes internos dos aviários,

ambientes externos e

áreas de barreiras sanitárias,

 

Em buscas de fontes de contaminações desconhecidas que possam estar interferindo e dificultando o controle e eliminação dos patógenos.

As fontes de contaminações que precisamos dar atenção no período de intervalos entre lotes, e também durante toda a produção das aves, são:

as próprias pessoas em circulação e em visitas nas propriedades,

veículos,

equipamentos,

pintos de um dia,

roedores,

aves silvestres,

insetos como os cascudinhos,

ração,

a água e seus reservatórios e tubulações,

cama e muitos outros pontos que necessitam ser monitorados e avaliados.

 

O maior desafio atualmente nos programas de biosseguridade em granjas produtoras de frangos de corte ainda é:


A conscientização das pessoas em fazer o simples e básico, além de estarem dispostos a implementar as novas tecnologias oferecidas e comprovadas, como:

o reaproveitamento de camas,

lavagem, ou limpeza de aviários sem o uso de água,

redução do uso de antimicrobianos,

entre outros trabalhos que auxiliam nas melhorias produtivas e na redução da entrada de contaminações em nossas propriedades produtoras de frangos de corte.


A biosseguridade no intervalo entre lotes e em todos os períodos da produção de frangos, deve fazer parte da cultura da empresa.

Assim como a educação continuada de produtores e demais profissionais da avicultura, todos devem estar dispostos a aprender novas tecnologias e contribuir com seus conhecimentos para o sucesso da produção.

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