Frangos alimentados com probiótico apresentaram-se mais calmos em situações estressantes. Esse foi o resultado de um estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP (FMVZ/Unesp – Botucatu), em parceria com a F&S Animal Origin Food Consulting.
A iniciativa foi reconhecida na última edição do Prêmio Lamas, promovido pela FACTA (Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas). Coordenada pela pesquisadora da FMVZ/Unesp, Ianê Correia de Lima Almeida, a iniciativa foi vencedora na categoria pôster, dentro da temática “Outras Áreas”.
Os pesquisadores alojaram 500 pintos de corte com um dia de vida, machos, distribuídos em blocos com 50 aves cada. Um grupo de aves foi tratado sem administração de probiótico e com utilização de antibiótico e outro tratamento, enquanto o segundo grupo recebeu, desde o incubatório, suplementação com probiótico comercial via ração, sem uso de antibiótico.
Aos 35 dias de idade as aves foram submetidas a três testes de bem-estar, sendo eles o Latency to lie (LTL), utilizado para avaliar o tempo gasto pela ave para sentar-se quando exposta a uma situação desconfortável, o teste de aproximação e o teste de apanha.
Para o LTL foram colocados 3 cm de água a temperatura ambiente em uma caixa plástica, onde 6 frangos foram alocados por vez. Um cronômetro digital foi utilizado para registrar tempo em que a ave levou até a primeira tentativa de deitar-se, sendo que o teste era interrompido no caso a ave ainda estar em pé após 370 segundos.
Segundo o estudo, nesse primeiro teste, as aves alimentadas com probiótico comercial conseguiram ficar mais tempo em pé, apresentando-se mais calmas.
Para o teste de aproximação, um avaliador entrou no boxe e aguardou 3 minutos, esticando os braços em seguida e contando quantos animais conseguiu tocar. Já para o teste de apanha, os animais foram levados em grupos de 3 aves para uma região calma, cercada e com diâmetro de 1 metro e após 3 minutos o avaliador tentou segurar as aves, simulando a apanha.
Segundo os pesquisadores, para os testes de aproximação e de apanha, as aves que consumiram dietas contendo antibióticos apresentaram piores resultados. Os dados de Latency to lie e teste de aproximação foram submetidos a teste F (p<0,05) e para os dados do teste de apanha aplicou-se estatística não paramétrica utilizando-se o teste Qui-Quadrado (p<0,05).
A conclusão da pesquisa foi a de que a utilização de probiótico comercial na dieta de frangos de corte proporcionou aves menos estressadas, consequentemente, em melhores condições de bem-estar. “Isso pode reduzir perdas de qualidade do produto final, como arranhões de carcaça ou asas quebradas”, aponta a pesquisa.