A fibra representa fração da dieta não digerida pelas enzimas intestinais dos monogástricos; portanto, ela não contribui diretamente para o aporte de nutrientes ao animal.
Porém, uma dieta sem fibras alimentares, não suporta o desenvolvimento e as funcionalidades normais do intestino destes animais e de seu microbioma, cuja falha apresenta consequências substanciais para a nutrição e metabolismo do animal hospedeiro.
A fibra dietética (FD) é a soma de polissacarídeos não amiláceos (NSP, do inglês), amido resistente, oligossacarídeos e lignina.
A análise química da FD é baseada na decomposição enzimática do NSP em seus açúcares constituintes, que são então medidos quantitativamente.
Foi reconhecido que atributos como:
Servem como preditores mais precisos do destino da FD no intestino do animal.
É o entendimento das características fisiológicas da FD que ajuda a classificar se uma determinada fibra seria um anti-nutriente, pró- nutriente ou meramente um diluente inerte. |
DIGESTÃO DAS FIBRAS EM AVES
A digestibilidade da FD depende em grande parte das propriedades físico-químicas desta fibra e da composição e atividade da microbiota intestinal.
A degradação do FD solúvel, por exemplo, alfa-galactoides de soja, beta-glucanos da cevada ou aveia, e pectina da soja é mais completa com uma parte considerável desta degradação ocorrendo no íleo distal.
Pelo contrário, a fermentação da FD insolúvel está longe de ser completa, com a maior degradação ocorrendo no ceco e em grandes compartimentos intestinais.
Estas estimativas são consistentes com a sugestão de que a fermentação de NSP contribui pouco para a gênese energética do frango, talvez cerca de 3-4% da EMA em frangos adultos; estas estimativas são significativamente mais baixas do que as projetadas para suínos que, em virtude de estarem mais bem equipados para a fermentação de NSP da dieta, podem derivar até 25% de sua necessidade de energia de manutenção pelo aproveitamento de ácidos graxos de cadeia curta (SCFA) absorvidos.
FIBRA E SAÚDE INTESTINAL
A FD pode ajudar a promover uma melhor saúde intestinal de duas maneiras possíveis:
Um breve relato sobre estes é apresentado a seguir.
Desenvolvimento e funcionamento de fibras e intestino delgado
A FD mede o desenvolvimento e o funcionamento do intestino das aves através de seu efeito sobre o desenvolvimento da moela e a taxa de passagem da digesta.
Em resumo, este efeito foi pensado para se relacionar:
Dietas típicas para frangos de corte baseadas em milho e farelo de soja podem ser limitadas na FD efetiva e podem ser beneficiadas por uma fonte suplementar de fibras insolúveis à taxa de 2-3% da dieta. |
Fibras e o Microbioma no Intestino Grosso
Algumas das estratégias comuns que poderiam ajudar a melhorar a utilização das fibras incluem o uso de enzimas NSP e a incorporação de fibras fermentáveis.
Estudos recentes na AB Vista apoiam o efeito sinérgico da endo-xilanase e do XOS na promoção da fermentação da fibra dietética, levando a melhorias no desempenho do crescimento, na habitabilidade e nos índices mais comuns da saúde intestinal (Figura 1).
O efeito benéfico dessas intervenções pode não estar necessariamente relacionado a aumentos perceptíveis na “digestibilidade” da fibra dietética, já que apenas pequenas mudanças
Estes estudos trazem uma nova visão da nutrição fibrosa que vai além das noções clássicas de “digestão das fibras” e dos efeitos “localizados” do SCFA.