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Vamos por partes…
Nos de hoje já estamos longe da famosa marca dos 2 por 1, ou seja, 2 kilos de ração para produzir 1 kilo de carne de frango. Hoje nossos índices de conversão alimentar giram em torno de 1,5 a 1,8 kilos de ração para produzir 1 kilo de frango.
Também observamos uma evolução genética de 0,3 a 0,4% ao ano no percentual de rendimento de abatedouro. Para se ter uma idéia do quanto isso é representativo, estes “pequenos” 0,4% de melhoria em rendimento ao ano, se calculado sobre um abatedouro médio, no Brasil, com abate de 140.000 aves ao dia, representaria uma quantidade extra de carne a ser comercializada de 30 toneladas ao mês.
Importante chamar atenção aos três itens de seleção genética mencionados acima. Podemos assumir que, economicamente, são os principais e que fazem parte de uma gama de mais de 50 itens de seleção para o frango do futuro, trazendo ganhos reais e anuais ao mercado.
Ou seja, estes ganhos em conversão alimentar, ganho de peso e rendimento de abatedouro, são ganhos reais e diretos que se obtém com as mesmas condições e custo do frango do ano anterior.
Podemos assumir, em linhas gerais, que as Casas Genéticas transferem de 5 a 5,5% de ganhos em custos dentro de toda a cadeia, todos os anos, através da evolução genética de suas aves.
Se nosso frango traz, todos os anos, um ganho em melhoria genética em conversão alimentar, podemos esperar que este frango vá comer menos, e, se come menos, vai tomar menos água, e, se come e bebe menos, vai produzir menos resíduo, o “esterco”.
Veja tabela abaixo que demonstra o quanto de água se consome e o quanto de resíduo se produz em cada uma das espécies animais. Fonte: Charles et aI., Science 327, 2010
Por outro lado, se afirmarmos que a cada ano baixamos 1 dia na idade média de abate do frango, podemos, então, assumir que vamos a cada ano produzir mais carne na mesma área ocupada, ou seja, mais carne por metro quadrado.
Também não podemos deixar de lembrar que o rendimento de abatedouro nos trará todos os anos um ganho de produção por metro quadrado, já que a mesma ave nos traz um ganho anual em percentual de carne vendável.
Uma reprodutora que tenha um bom desempenho reprodutivo, com boa performance em produção de pintos de 1 dia, assim como um frango cada vez mais competitivo em conversão alimentar, ganho de peso e rendimento de carnes nobres, além de todas as demais características relacionadas ao bem estar animal, como mortalidade, rusticidade, adaptabilidade e capacidade de resposta às principais enfermidades.
O quadro a seguir demonstra, de forma ilustrativa, o consumo de grãos, água e tempo para produção de 1 kilo de cada carne.
Fonte: UBABEF – 2011
Para um avanço ainda mais rápido, a partir de agora passaremos a contar com uma combinação entre os tradicionais programas de seleção e a engenharia molecular.
Desta forma, a combinação entre os programas de seleção tradicional e a seleção por marcadores genéticos, será um novo passo dado na busca da evolução de nosso frango. Evoluir é uma atribuição dos seres humanos.
Se queremos ser sustentáveis, temos que seguir selecionando intensamente nossas aves, cada vez mais focados em valores econômicos, ambientais e de bem estar animal, na busca da construção do frango do futuro.
A responsabilidade que temos com nossos parceiros e com a qualidade dos nossos produtos, nos leva a lugares mais distantes.
Jairo Arenázio é diretor geral da Cobb-Vantress Brasil, empresa líder mundial no fornecimento de aves reprodutoras para frangos de corte e em especialização técnica no setor avícola.