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Frango do Futuro: o que devemos esperar? O que vem por ai?

Escrito por: Jairo Arenázio
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Conteúdo disponível em: Español (Espanhol)

Fruto de um trabalho intenso e constante em seleção genética de mais de 90 anos, o frango de hoje é um produto totalmente adaptado às necessidades globais de mercado. É uma das mais eficientes fontes produtoras de proteína de alta qualidade, dada sua eficiência alimentar, taxa de crescimento diário e índice de rendimento de carcaça no abatedouro.

Vamos por partes…

Quanto à eficiência alimentar medida através do índice de conversão alimentar, as Casas Genéticas garantem um ganho genético, mínimo, de 2 a 3 pontos a cada ano. Isso significa dizer que cada frango consome 20 a 30 gramas a menos de alimento para produzir 1 kilo de carne a cada ano que evolui.

Nos de hoje já estamos longe da famosa marca dos 2 por 1, ou seja, 2 kilos de ração para produzir 1 kilo de carne de frango. Hoje nossos índices de conversão alimentar giram em torno de 1,5 a 1,8 kilos de ração para produzir 1 kilo de frango.

 A taxa de crescimento diário, medida pelo índice chamado de GPD (ganho de peso diário) a cada ano evolui 45 a 50 gramas por frango à mesma idade. Isso se trocarmos em miúdos, seria o mesmo em dizer que a cada ano ganhamos 1 dia à idade de abate, ou seja, se processa o frango ao mesmo peso que no ano anterior, mas com 1 dia a menos.

 Índice de rendimento de carcaça, significa calcular o percentual de carne de primeira, vendável, ao final do abate, em relação ao peso de chegada do frango ao abatedouro, ou seja, sem sangue, penas e vísceras.

Também observamos uma evolução genética de 0,3 a 0,4% ao ano no percentual de rendimento de abatedouro. Para se ter uma idéia do quanto isso é representativo, estes “pequenos” 0,4% de melhoria em rendimento ao ano, se calculado sobre um abatedouro médio, no Brasil, com abate de 140.000 aves ao dia, representaria uma quantidade extra de carne a ser comercializada de 30 toneladas ao mês.

Importante chamar atenção aos três itens de seleção genética mencionados acima. Podemos assumir que, economicamente, são os principais e que fazem parte de uma gama de mais de 50 itens de seleção para o frango do futuro, trazendo ganhos reais e anuais ao mercado.

Ou seja, estes ganhos em conversão alimentar, ganho de peso e rendimento de abatedouro, são ganhos reais e diretos que se obtém com as mesmas condições e custo do frango do ano anterior.

Podemos assumir, em linhas gerais, que as Casas Genéticas transferem de 5 a 5,5% de ganhos em custos dentro de toda a cadeia, todos os anos, através da evolução genética de suas aves.

Pensando em sustentabilidade do planeta, podemos ver que a avicultura de corte está totalmente inserida neste processo, isso porque, o mundo vai sempre brigar por terra, água e alimento.

Se nosso frango traz, todos os anos, um ganho em melhoria genética em conversão alimentar, podemos esperar que este frango vá comer menos, e, se come menos, vai tomar menos água, e, se come e bebe menos, vai produzir menos resíduo, o “esterco”.

Veja tabela abaixo que demonstra o quanto de água se consome e o quanto de resíduo se produz em cada uma das espécies animais. Fonte: Charles et aI., Science 327, 2010

 

Por outro lado, se afirmarmos que a cada ano baixamos 1 dia na idade média de abate do frango, podemos, então, assumir que vamos a cada ano produzir mais carne na mesma área ocupada, ou seja, mais carne por metro quadrado.

Também não podemos deixar de lembrar que o rendimento de abatedouro nos trará todos os anos um ganho de produção por metro quadrado, já que a mesma ave nos traz um ganho anual em percentual de carne vendável.

O frango do futuro vai seguir sua evolução através de ganhos genéticos mediante os programas de seleção e aprimoramento das linhagens cada vez mais intenso. Logicamente, o que se busca a partir de agora é um equilíbrio da ave.

Uma reprodutora que tenha um bom desempenho reprodutivo, com boa performance em produção de pintos de 1 dia, assim como um frango cada vez mais competitivo em conversão alimentar, ganho de peso e rendimento de carnes nobres, além de todas as demais características relacionadas ao bem estar animal, como mortalidade, rusticidade, adaptabilidade e capacidade de resposta às principais enfermidades.

O quadro a seguir demonstra, de forma ilustrativa, o consumo de grãos, água e tempo para produção de 1 kilo de cada carne.

Fonte: UBABEF – 2011

Para um avanço ainda mais rápido, a partir de agora passaremos a contar com uma combinação entre os tradicionais programas de seleção e a engenharia molecular.

As Casas Genéticas vem investindo intensamente, nos últimos 10 anos, para conhecer os marcadores genéticos de suas aves e a partir do momento que se tiver conhecimento profundo do genoma (código genético) destas aves, a seleção por marcadores passará a fazer parte do programa de seleção das linhagens.

 

Desta forma, a combinação entre os programas de seleção tradicional e a seleção por marcadores genéticos, será um novo passo dado na busca da evolução de nosso frango. Evoluir é uma atribuição dos seres humanos.

Desde que viemos à terra, passamos por uma evolução constante e nunca vamos parar de evoluir. O que as Casas Genéticas buscam é uma evolução constante e equilibrada de suas aves, de maneira a dar sustentabilidade a toda a cadeia do frango.

Se queremos ser sustentáveis, temos que seguir selecionando intensamente nossas aves, cada vez mais focados em valores econômicos, ambientais e de bem estar animal, na busca da construção do frango do futuro.

 

A responsabilidade que temos com nossos parceiros e com a qualidade dos nossos produtos, nos leva a lugares mais distantes.

Jairo Arenázio é diretor geral da Cobb-Vantress Brasil, empresa líder mundial no fornecimento de aves reprodutoras para frangos de corte e em especialização técnica no setor avícola.

 

 

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