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Frente livre de gaiolas avança na América Latina

Escrito por: Fernanda Vieira
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livre de gaiolas

O segundo trimestre de 2017 teve um enorme progresso na frente ‘ livre de gaiolas ’ na América Latina – particularmente no Brasil, que é responsável pela 4a maior população de galinhas do mundo -, além de um foco mais acentuado sobre o bem-estar dos animais criados para consumo na Ásia.

Bunge e Hemmer, dois dos maiores produtores de maionese do Brasil, anunciaram uma política livre de gaiolas, como fez a Casa do Pão de Queijo (CPQ), a principal cadeia de cafeteria no Brasil e proprietária das marcas de restaurantes ‘Casa do Pão de Queijo’ e ‘O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo’. Os compromissos livres de gaiolas também foram feitos pelos provedores brasileiros de serviços de alimentação Apetit Serviços de Alimentação e LC Restaurantes.

A Starbucks confirmou que a política livre de gaiolas abrange o Brasil e a gigante do agronegócio, Brasil Foods (BRF), também anunciou um compromisso 100% livre de gaiolas até 2025.

Como resultado, o governo brasileiro lançou uma nova iniciativa sobre padrões de bem-estar animal na indústria de ovos, com foco em sistemas livres de gaiolas.

O México também viu uma série de anúncios sobre políticas livres de gaiolas neste trimestre: a empresa de serviços de alimentos Pacific Star e as cadeias de restaurantes Pollo Pepe e Les Croissants, todos comprometeram-se com uma cadeia de fornecimento 100% livre de gaiolas para ovos até 2025. Essa questão tornou-se tão importante que a CEMEFI, a principal organização de responsabilidade social
corporativa do México, incluiu um painel sobre o tema – liderado pela HSI, Nestlé e Toks – em sua Conferência anual latino-americana para empresas socialmente responsáveis, realizada em maio na Cidade do México.

O movimento ‘livre de gaiolas’ está se espalhando em toda a região. A Colômbia anunciou seu primeiro compromisso corporativo neste trimestre: International Meal Company (IMC) Colômbia, que opera as marcas J&C Delicias, Black Coffee e R.A. Catering (uma grande empresa de serviços de alimentação para companhias aéreas), anunciou que suas cadeias de fornecimento serão livres de gaiolas até 2018.

Devido à crescente demanda de ovos livres de gaiolas na Argentina, a HSI organizou uma visita da Ovobrand, uma das maiores produtoras de ovos da Argentina, na Hickman’s Family Farms, líder no movimento livre de gaiolas nos Estados Unidos. Durante a visita, que ocorreu na fazenda Hickman no Arizona, os produtores discutiram as novas práticas e tecnologias de gestão necessárias para uma transição para sistemas livres de gaiolas, os benefícios de tais sistemas para o bem-estar da galinha e a vantagem competitiva desses produtores em um mercado que valoriza cada vez mais o bem-estar dos animais.

O progresso em relação aos ovos livres de gaiolas não se limitou à América Latina. A Mondelēz International, uma das maiores companhias de snacks do mundo, anunciou uma política global livre de gaiolas para ovos neste trimestre, e Six Senses Ninh Van Bay tornou-se o primeiro resort no Vietnã a desenvolver sua própria fazenda de ovos caipiras como alternativa ao sistema em bateria.

Na Coréia do Sul, a atenção da mídia e a indignação pública em relação ao bem-estar das galinhas em gaiolas tem crescido em resposta aos artigos de notícias recentes sobre a importação de ovos de gaiolas da Dinamarca. O mercado de ovos de gaiolas está se fechando na Dinamarca, onde todos os supermercados principais se comprometeram com políticas livres de gaiolas.

Dessa forma, o país está planejando vender esses ovos para a Coréia do Sul, no entanto, os consumidores sul-coreanos estão rejeitando – desejando ver sua própria indústria doméstica de ovos se modernizar e produzir ovos livres de gaiolas ao invés de ser usado como um terreno de despejo para produtos atrasados em relação ao de bem-estar animal.

E há mais boas notícias para os produtores da Ásia e de outros países que desejam aproveitar a demanda por ovos livres de gaiolas. Estudos confirmam que os custos da produção desse tipo de ovo estão caindo, na medida em que os produtores em larga escala estão ganhando experiência em manejar sistemas com melhores padrões de bem-estar animal.

Por último, enquanto a tendência livre de gaiolas continuou a crescer na Europa e nos Estados Unidos, a grande notícia que afeta os animais criados para consumo nessas regiões diz respeito ao bem-estar dos frangos de corte (quase uma dúzia de grandes empresas de alimentos nos Estados Unidos e no Canadá adotou políticas de bem-estar de frangos neste trimestre).

 

 

Fernanda Vieira – Gerente de Programas e Políticas Corporativas HSI Brasil, Animais de Produção.

A Humane Society International (HSI) e suas organizações parceiras formam uma das maiores organizações globais de proteção animal. Por 25 anos, a HSI vem trabalhando com a proteção de todos os animais por meio do uso da ciência, desenvolvimento de políticas e programas educacionais e práticos.
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