O estresse térmico ocorre quando o animal está fora de sua zona termoneutra e luta para regular sua temperatura corporal. Consequentemente, a saúde, o bem-estar e o desempenho dos animais são afetados negativamente. |
As raças de aves modernas são mais propensas ao estresse térmico do que as raças antigas devido:
As aves tentam se adaptar ao estresse térmico aumentando sua taxa respiratória, levantando as asas, aumentando a temperatura corporal e reduzindo a atividade.
Para remover o calor do corpo, o fluxo sanguíneo é direcionado para longe do trato gastrointestinal (TGI) em direção à pele, crista e barbela, prejudicando a absorção de nutrientes.
O estresse térmico e a inflamação intestinal andam lado a lado acarretando consequências negativas sobre a função de barreira intestinal, prejudicando a integridade intestinal e aumentando os riscos de translocação bacteriana do lúmen intestinal para a corrente sanguínea.
O impacto do estresse térmico em frangos de corte pode ser mensurado utilizando diferentes fatores, como:
Os aditivos fitogênicos, como os extratos vegetais, se enquadram perfeitamente com esta demanda e são considerados uma alternativa promissora.
O extrato da planta Macleaya cordata é considerado um aditivo fitogênico composto por alcaloides isoquinolínicos (IQs), como a sanguinarina, e possui efeitos positivos sobre o controle da inflamação intestinal e da função de barreira intestinal, refletindo na melhora dos parâmetros de desempenho zootécnico.
- controle negativo (NC),
- IQs60 (60 ppm IQs), e
- IQs100 (100 ppm IQs).
As aves foram mantidas em baias em um galpão aberto durante o verão em uma área de clima tropical. Durante o período de teste de 42 dias, a temperatura variou entre 33,0 e 35,0°C, enquanto a umidade variou entre 70 e 75%. No dia 35, 8 aves por tratamento foram sacrificadas para avaliar o estado inflamatório e de estresse, bem como a integridade intestinal.
Como consequência, a integridade intestinal foi melhorada, conforme indicado pelos níveis mais baixos do FITC-dextran (P<0,05), uma vez que o FITC-dextran só consegue passar do lúmen intestinal para a corrente sanguínea se a integridade intestinal estiver prejudicada (Figura 1).
Além disso, a sanguinarina têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que podem neutralizar o estresse oxidativo, a inflamação e a ruptura da mucosa do TGI prevalentes durante o estresse térmico. O efeito anti-inflamatório dos IQs está na sua capacidade de inibir a ativação do NF-κB e assim interromper as etapas subsequentes da resposta inflamatória. |
Como resultado do controle da inflamação, da melhora da integridade intestinal e da redução do estresse, o consumo de ração e o peso vivo final dos frangos de corte alimentados com IQs foram estatisticamente superiores (P<0,05), resultando em um melhor desempenho (Figura 2).
Logo, podemos afirmar que estresse térmico está associado à inflamação intestinal, integridade intestinal prejudicada e pior desempenho.
Portanto, concluímos que os IQs são capazes de mitigar os impactos negativos do estresse térmico em frangos de corte e são uma alternativa que está alinhada com a demanda global por produtos naturais e livre de antibióticos. |