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Importância do controle de cascudinhos nas granjas avícolas

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controle de cascudinhos

A produção de carne de frango está em constante crescimento nos últimos anos e a estimativa, devido ao aumento da população mundial, é que a produção desta proteína continue avançando a passos largos.

Dentre a produção de proteína animal no Brasil, a de frango é a que tem o menor custo, porém, devido à alta nos valores das instalações e dos cereais como milho e soja, para manter a produção viável, precisamos ser cada vez mais eficientes.

Os manejos adequados de biosseguridade são cada vez mais necessários para diminuir os desafios sanitários ocasionados pelo adensamento das aves e intervalos mais curtos entre os lotes (SCHMIDT; SILVA, 2018).

Del Pino (2000) define que biosseguridade são práticas estabelecidas para impedir a disseminação de doenças nos estabelecimentos avícolas, mantendo a circulação mínima de microrganismos patogênicos nas granjas. A biosseguridade é uma prática eficaz para um programa de prevenção de doenças. As ações tomadas durante o intervalo dos lotes ajudam no controle sanitário das aves.

Os Alphitobius diaperinus (cascudinhos) são responsáveis por diversos problemas que afetam direta ou indiretamente a produção avícola. O contato do inseto com a cama do aviário e com a carcaça de aves mortas, pode fazer dos cascudinhos o principal vetor de patógenos na avicultura industrial do Brasil, entre os principais agentes podemos destacar a Salmonella spp. e a Escherichia coli.

Além disso, ele pode servir de alimento alternativo para as aves, afetando diretamente o consumo de ração, desta forma, restringindo a ingestão de nutrientes essenciais, além de aditivos nutricionais e zootécnicos. Ingredientes essenciais para um bom desenvolvimento do frango, resultando em um baixo índice de desempenho do lote (LEFFER et al., 2010).

O cascudinho tem seu ciclo de vida dividido em quatro fases (ovo, larva, pupa e inseto adulto) (Figura 1). A fase de ovo a adulto dura de 40 a 100 dias, dependendo dos fatores ambientais (AVIAGEN, 2020). O ovo é colocado em fissuras do piso próximo a alimentos e as pupas normalmente estão fixadas em galerias de difícil acesso, enquanto a larva e o inseto adulto estão mais expostos na cama em busca de alimento (MARQUES, 2010).

O grupo dos inseticidas piretróides são os mais usados em todo o mundo para controle de insetos, desde seu descobrimento, em 1977 (POZEBON; ARNEMANN, 2021). Os piretróides são altamente eficazes no controle de insetos, sendo absorvidos por contato ou ingestão, importante sempre utilizar as dosagens e os procedimentos de aplicações recomendados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

A classe dos piretróides agem no sistema nervoso central dos insetos (Figura 2), mais especificamente nos canais de sódio distribuídos ao longo do axônio (cauda do neurônio). Normalmente, com os impulsos nervosos os canais de sódio do axônio se abrem e entram as cargas positivas, depois se fecha e as cargas positivas saem, voltando ao seu estado de equilíbrio.

Quando as moléculas dos piretróides entram em contato com o sistema nervoso eles fazem com que esses canais permaneçam abertos deixando os íons de sódio entrarem de forma contínua, causando uma hiperexcitação e, logo após, paralisia e morte, conhecido como efeito “knock down” (MATIAS, 2021).

Os inseticidas do grupo dos piretróides são os mais usados para o controle do cascudinho nas granjas aviárias. Eles possuem uma ação prolongada, auxiliando, no controle das pragas que dividem seu ciclo de vida em fases.
Entre os produtos existentes, a cipermetrina (piretróide) associada ao imidacloprid (neonicotinóide) tem seu efeito potencializado. Os dois princípios ativos agem sinergicamente, sendo mais eficazes no controle dos cascudinhos. A dosagem do produto utilizado e a forma correta de aplicação influenciam diretamente nos resultados dos inseticidas (LEFFER; ALVES, 2019).

Em estudo realizado por Mendes e Povaluk (2017), buscou-se avaliar a eficácia dos diferentes métodos para controle do cascudinho, bem como os danos causados à saúde dos animais. Verificou-se, então, que os métodos químicos são mais eficazes no controle desses insetos, enfatizando que, quanto menor o índice de infestação, melhor a qualidade da carne e menor a possibilidade da ave se contaminar com algum patógeno.

A apresentação dos inseticidas em pó tem ação prolongada no controle dos cascudinhos, pois a liberação dos princípios ativos é gradativa, podendo agir por vários dias, atingindo todas as fases do ciclo de vida do inseto.

A aplicação do método de controle químico é restrita ao período de vazio sanitário, ou seja, no intervalo entre lotes.

A utilização de EPI’s (Figura 3) como:

  1. Máscara com filtro de carbono.
  2. Óculos de segurança.
  3. Roupa, luvas e botas.

Os produtos utilizados no Brasil devem passar pelas inspeções do MAPA, comprovando sua eficácia e segurança, respeitando as indicações dos fabricantes. (MAPA, 2019).

Figura 4. Atomizador

O cascudinho pode infestar toda dimensão do galpão, principalmente na cama. O produto a ser utilizado para controle dos insetos deve atingir toda essa área, para isso a apresentação do produto em pó, aplicado com atomizadores (Figura 4), pode ser mais eficaz.

O inseticida pó deve ser aplicado em todo o aviário, com todos os equipamentos levantados e cortinas fechadas. Desta forma, o produto vai atingir toda superfície da cama e demais estruturas do aviário.

O produto inseticida pó, após aplicação vai ter uma grande dispersão no ambiente dos aviários, favorecendo o contato com os cascudinhos.

A tecnologia para monitorar o nível de infestação de cascudinhos nas granjas aviárias já está disponível com o aplicativo App Vetancid®, sendo importante para as empresas observarem qual a distribuição espacial das infestações, quais os produtos utilizados e quais estão sendo mais eficazes, além da análise da época do ano onde existe uma maior proliferação dos insetos e possíveis falhas nas aplicações de inseticidas, tornando possível a tomada de ações imediatas na causa dos problemas, minimizando os impactos negativos no desempenho dos lotes.

REFERÊNCIAS

AVIAGEN. Melhores práticas nas granjas: controle dos cascudinhos. 2020. 0518-AVN-070. Disponível em: https://agroceresmultimix.com.br/blog/cascudinho-uma-revisao-da-sua-importancia/. Acesso em: 14 de setembro de 2021.

DEL PINO. Biosseguridade de granjas de aves matrizes de corte. Biosseguridade na avicultura. 2000. disponível em:< https://blog.nutron.com.br/aves/biosseguridade-de-granjas-de-avesmatrizes-de-corte/>. Acesso em: 14 de setembro de 2021.

LEFFER, A. M. Competência vetorial de larvas e adultos de Alphitobius diaperinus na transmissão de Salmonella enteritidis em aves. Doenças transmitidas por vetores e zoonoses, 2010. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/ pubmed / 19929223>. Acesso em: 14 de setembro de 2021.

LEFFER, A. M. C.; ALVES, L. F. A. AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DOS INSETICIDAS IVERMECTINA E CIROMAZINA SOBRE LARVAS E ADULTOS DO CASCUDINHO Alphitobius diaperinus (Panzer) (Coleoptera: Tenebrionidae). Vetanco Brasil. Cascavel, PR. Março 2019.

MARQUES, C. R. G. Mortalidade de Alphitobius diaperinus (Panzer) (Coleoptera: Tenebrionidae) por óleo de neem e citronela. Universidade Estadual de Londrina. Londrina, p. 35. 2010. (CDU 632.937). Disponível em: https://agroceresmultimix.com.br/blog/cascudinho-uma-revisao-da-suaimportancia/. Acesso em: 14 de setembro de 2021.

MATIAS, R. S. Como agem os Inseticidas nos Insetos?. Saúde Ambiental. 2021. Disponível em: < https://www.pragaseeventos.com.br/como-agem-os-inseticidas-nos-insetos/>. Acesso em: 27 de setembro de 2021.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Análise da Legislação dos Sistemas do SUASA. p.100 a p.101. ed 1. 2019. Disponível em: < https://www.gov.br/agricultura/pt br/assuntos/suasa/arquivos/copy3_of_AnlisedaLegislaodosSistemasdoSUASA.pdf>. Acesso em: 28 de setembro de 2021.

MONTANHA, F. P.; PIMPÃO, C. T. Efeitos toxicológicos de piretróides (cipermetrina e deltametrina) em peixes. Revista científica eletrônica de medicina veterinária. Ano IX. Número 18. Jan 2012. Disponível em: http://www.faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/esxzix4eu8euO8S_2013-6-28-18-9-28.pdf. Acesso em: 14 de setembro de 2021.

POVALUK, M.; MENDES, L. R. Ciclo e controle do Alphitobius diaperinus (Coleoptera, Tenebrionidae) no município de Quitandinha, PR. Saúde & Meio Ambiente: Revista Interdisciplinar, v. 6, n. 1, p. 107-122, Jan. a Jun. 2017. ISSN 2316-347X. Disponível em: https://agroceresmultimix.com.br/blog/ cascudinho-uma-revisao-da-sua-importancia/.Acesso em: 14 de setembro de 2021.

POZEBON, H.; ARNEMANN, J. A. Como funcionam os inseticidas piretroides e DDTs?. Portal Mais Soja. 2021. Disponível em: < https://maissoja.com.br/como-funcionam-os-inseticidas-piretroides-eddts/>. Acesso em: 27 de setembro de 2021.

Schmidt, N. S., & Silva, C. L. Pesquisa e desenvolvimento na cadeia produtiva de frangos de corte no Brasil. Revista de Economia e Sociologia Rural, 56(3), 467-482. 2018. Disponível em: https://www. scielo.br/j/resr/a/8rxzVgDsW9sRW6bSCPt73hv/abstract/ lang=pt#:~:text=Nos%20%C3%BAltimos%20 anos%2C%20a%20produ%C3%A7%C3%A3o,diversas%20empresas%20beneficiadoras%20e%20 exportadoras. Acesso em: 14 de setembro de 2021.

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