Influenza Aviária: “Sistema sanitário brasileiro funcionou e foco está contido”, diz Fávaro
Em audiência pública realizada na terça-feira (27/5) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que o foco de IAAP (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade) registrado no município de Montenegro (RS) está oficialmente contido. Segundo o ministro, a ausência de novos casos de mortalidade em aves após 15 dias da identificação do foco comprova a eficácia das ações adotadas conforme o Plano Nacional de Contingência.
“Estamos no quinto dia útil após a desinfecção e já se passaram 15 dias desde a identificação do foco. Se houvesse disseminação, já teríamos registrado novas mortalidades. O fato de isso não ter ocorrido comprova que o sistema sanitário brasileiro funcionou”, declarou Fávaro durante a audiência.
De acordo com o Ministério, a propriedade afetada passou por processo completo de limpeza e desinfecção. Com isso, teve início, no dia 22 de maio, o período de 28 dias de vazio sanitário, previsto em normas internacionais. Caso nenhum novo foco seja identificado até o fim desse período, o país poderá se autodeclarar livre da doença na região, como explicou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, em nota divulgada pelo Mapa em 22/05.
Monitoramento reforçado
Segundo informações da Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul), divulgadas em 28/05, não há novos focos confirmados no estado. Um caso suspeito em Anta Gorda está sob investigação, assim como outras notificações monitoradas em todo o país, conforme os protocolos nacionais de vigilância.
Informações divulgadas pelo Mapa e pela Seapi apontam que no raio de 10 km da granja afetada em Montenegro foram identificadas 540 propriedades rurais. De acordo com nota publicada pelo Mapa em 22/05, todas já foram inspecionadas, sendo apenas duas com criação comercial de aves, além da propriedade foco. A operação envolveu 25 equipes técnicas formadas por profissionais do Mapa, da Seapi, da Prefeitura de Montenegro, Brigada Militar e Corpo de Bombeiros.
Também foram implantadas sete barreiras sanitárias nos acessos à região, sendo uma de bloqueio total e outras seis para desinfecção de veículos, conforme relatado pelo ministro Fávaro durante a audiência no Senado.
A Seapi informa que o sistema sanitário estadual está operando em condição de hipersensibilidade, o que significa que todas as suspeitas fundamentadas estão sendo rigorosamente investigadas, com coleta de material biológico para análise pelo laboratório oficial do Mapa.
A mesma lógica se aplica a Minas Gerais, que declarou emergência sanitária em 26/05 após a confirmação de IAAP em aves ornamentais de um criatório de subsistência. Conforme comunicado oficial da Seapa (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais) e do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária), não há qualquer comprometimento da produção avícola comercial no estado.
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Reconhecimento internacional
Durante a audiência pública no Senado, o ministro ressaltou que, dos 160 países que importam carne de aves do Brasil, apenas 24 impuseram restrições temporárias, seguindo protocolos internacionais. Ainda segundo ele, mais de 120 mercados seguem abertos, o que, na avaliação do Mapa, demonstra a confiança internacional na estrutura sanitária brasileira.
“O vírus da gripe aviária circula há mais de 30 anos. Em quase duas décadas de registros em granjas comerciais no mundo, o Brasil segue como o único grande produtor global sem o vírus nos seus plantéis comerciais. Isso não é coincidência”, afirmou Fávaro.
Conforme detalhado pelo ministro na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, o Mapa publicou o Edital nº 2/2025 para alocação de 440 novos servidores aprovados no Concurso Público Nacional Unificado, sendo 200 auditores fiscais e 240 agentes e técnicos. A medida, segundo ele, reforça a estrutura do Sistema Nacional de Segurança Sanitária.
Fávaro também destacou que não há risco à população no consumo de carne de aves ou ovos, desde que os alimentos sejam bem cozidos. “A restrição para exportação não é pelo consumo, é pela prevenção da proliferação da doença nas granjas comerciais”, explicou.
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