Inovação e tecnologia normalmente caminham juntas, mas não são o mesmo. É possível inovar na forma de produzir, por exemplo, fazendo adaptações que vão além dos aparatos tecnológicos. Porém, tem sido cada vez mais evidente que unir inovação e tecnologia no campo é receita de sucesso para o agronegócio. Além dos ganhos produtivos, temos visto que o produtor rural também usa inovação e tecnologia para alcançar novos índices de sustentabilidade, o que tem permitido ao agro ampliar uma transformação sem precedentes conectada com ESG (sigla para Meio Ambiente, Social e Governança).
Entendo sustentabilidade como uma soma de fatores que contribuem para a longevidade do negócio, criando um modelo de produção capaz de entregar resultados melhores no presente sem comprometer a possibilidade de seguir produzindo no futuro. Inovação e tecnologia já estão presentes no campo e se tornaram grandes aliados da sustentabilidade, permitindo o uso mais eficiente de recursos, melhores práticas de gestão e maiores cuidados com bem-estar animal.
Nesse contexto, a Inteligência Artificial (AI) tem ocupado um papel central, permitindo avanços muito rápidos. Para se ter uma ideia, de acordo com dados recentes da empresa Analytics Insights, o mercado de inteligência artificial no agro foi avaliado em mais de US$ 540 milhões em 2017 e, para 2024, a previsão é de que esse número alcance US$ 2 bilhões. Sem dúvida, temos na produção animal uma jornada incrível pela frente, potencializada por essas tecnologias.
No caso da pecuária, há pouco tempo esse avanço seria digno de roteiros de ficção cientifica, mas já é realidade. O campo já conta com soluções que combinam técnicas de visão computacional, uso de drones, inteligência artificial e computação em cloud, que estão transformando práticas até então feitas de forma bastante subjetiva. Essas tecnologias combinadas permitem uma forma disruptiva de realizar a contagem de animais, leitura e manejo de cocho, avaliação do comportamento e bem-estar animal, avaliação de carcaça, fornecimento de água e determinação do ponto ótimo de abate. O que antes dependia apenas da experiência do produtor/tratador e sua disciplina em visitar todos os currais, hoje pode ser feito com o uso de tecnologia, permitindo que o produtor dedique seu tempo a outras atividades críticas.
- A inteligência artificial é uma ferramenta de suporte à tomada de decisão, e contribui para melhorar os indicadores da propriedade, inclusive a qualidade de vida do trabalhador rural.
E o que tudo isso significa? Novas possibilidades para o pecuarista, que agora tem à disposição tecnologias de manejo capazes de proporcionar ganho de peso para o rebanho, maior eficiência biológica e também otimizar o trabalho da equipe. Com processos mais objetivos, a tomada de decisão é mais assertiva e potencializa o negócio como um todo.
Na avicultura, também temos histórias para celebrar. Alcançar o crescimento ideal das aves demanda esforço intensivo e dedicação no manejo e na gestão da granja. Além disso, entender essa curva de crescimento de forma a realizar um excelente planejamento de abate é uma atividade crítica para a rentabilidade da agroindústria. Agora esse segmento também conta com soluções baseadas em inteligência artificial, imagens 3D e análises preditivas. A estimativa de peso através do uso de imagens 3D de alta precisão facilita o manejo na granja permite analisar a performance em tempo real, identificar problemas até então ocultos, e incrementar o planejamento e a eficiência de abate.
Diante de exemplos tão positivos e resultados ainda mais promissores, acredito verdadeiramente na inovação e tecnologia como elementos integrados ao agro. Com maior controle, eficiência e sustentabilidade na produção animal, todos saem ganhando: o produtor, o meio ambiente e o consumidor.
Autor: Marcelo Dalmagro é Diretor de Marketing Estratégico e Tecnologia na Cargill Nutrição Animal.
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