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Machos reprodutores: como obter bons indicadores de fertilidade na fase de recria

Escrito por: Cidimar Trevisan - Supervisor regional de Serviços Técnicos, Aviagen América Latina , Eduardo Kohl - Coordenador de produção da Região Sul, Aviagen América Latina , Marcel Pacheco - Supervisor regional de Serviços Técnicos, Aviagen América Latina
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Machos reprodutores: como obter bons indicadores de fertilidade na fase de recria

A fertilidade é uma característica de grande interesse na avicultura, principalmente por causa de seu efeito na produção de pintinhos (Chambers Jr, 1990). Durante a  fase reprodutiva das aves, apesar da proporção de machos representar cerca de 10% em relação à das fêmeas, os machos contribuem com 50% da carga genética do plantel e são fundamentais para a fertilidade do lote (Borges et al. 2006).

São muitos os fatores que podem impactar na fertilidade dos machos, como os ligados ao metabolismo e qualidade espermática, assim como os comportamentais que incluem a capacidade e efetividade de cópula (Maciel, 2006; Vizcarra et al., 2010).

Nossa principal abordagem será na operação, ou seja, no manejo com os animais.

O principal objetivo na fase de recria é entregar animais aptos a reprodução e com características adequadas para a próxima fase que é a produção, portanto precisamos ter condições estruturais e de mão-de-obra para aplicar as práticas de manejo recomendadas. O local em que serão alojadas as aves, deve ser planejado e preparado previamente para um bom desempenho  do lote.

Condições ambientais recomendadas no alojamento:

Velocidade do ar: máximo de 0,15 metros por segundo.

CO2: < 3000 ppm.

Alimento: Uma quantidade total de ração de aproximadamente 10 g por ave deve ser pesada e servida sobre o papel antes do alojamento dos pintinhos.

Temperatura da água: 18-21 °C.

Densidade: 45-55 pintinhos/m³ (respeitando as relações entre aves e equipamentos).

Bebedouros:

Comedouros:

Papel suplementar: 80% da área de alojamento.

Profundidade da cama: 10 cm.

Intensidade luminosa: Frangos de corte: 30-40 lux ; Matrizes: 80-100 lux.

Forma física do alimento:

Realizar as seleções de peso em 100% das aves em intervalos entre 4 e 5 semanas (1ª, 4ª, 8ª, 12ª, 16ª e 20ª semana) é necessário para obter uma boa uniformidade. Durante as seleções recomenda-se separar do plantel os animais que não tenham apresentado ganho de peso esperado ou que apresentam características indesejadas, sempre respeitando a relação entre o percentual de machos e fêmeas existentes no lote.

Uniformidade e Coeficiente de Variação (CV) são informações importantes a serem monitoradas semanalmente em conjunto com o peso médio. Para John Dudgeon (2007) uniformidade de peso corporal é o componente chave no manejo de machos.

Ações corretivas serão necessárias sempre que houver desvios, tanto no peso, quanto no CV. As causas mais comuns dos desvios estão relacionadas com volume e distribuição de ração, espaçamento de comedouro, mau funcionamento do sistema de distribuição de ração e saldo de aves. Realizar catas entre as seleções, separando as aves que se destacam por menor ou maior peso, melhoram ainda mais os índices de uniformidade e CV do lote.

O espaçamento de comedouros deverá ser gradualmente aumentado conforme a idade e desenvolvimento das aves e ajustado sempre que houver alteração no saldo, respeitando o número de centímetros por ave ou número de aves por prato conforme a indicação do fabricante (Dudgeon, 2007). Acompanhar visualmente a distribuição dos animais no momento do trato (arraçoamento) auxilia na identificação de falhas no processo, evitando sobras, falta de espaço no comedouro ou a má distribuição da ração.

A densidade, que é o número de aves por metro quadrado, possui influência significativa sobre a qualidade dos machos e fertilidade potencial, interferindo no empenamento, desenvolvimento corporal e na uniformidade (Dudgeon, 2007).

Após 11 semanas de idade a densidade deve ser priorizada. Trabalhar com no máximo 3,5 machos/m² possibilita maior mobilidade aos animais e consequentemente o melhor desenvolvimento músculo esquelético, fortalecendo os músculos e tendões das pernas.

Atender o ganho de peso previsto em cada fase é fundamental para que ocorra o desenvolvimento esperado. Monitorar e acompanhar os resultados semanalmente, nos ajuda a entender o que está acontecendo com as aves do lote e nos permite realizar ajustes finos no aporte de ração (GAD), controlando e garantindo assim os ganhos esperados para cada fase de vida da ave.

A preparação final dos machos na recria deve ser realizada entre 18 e 20 semanas, sendo a última seleção por peso nesta fase. Importante que junto a este manejo, os machos passem por avaliação fenotípica individual, separando do plantel os animais que apresentam peso corporal muito abaixo do padrão, defeitos físicos ou características indesejadas. Ao final da recria é esperado índices de CV menor que 6 e uniformidade acima de 90% para a obtenção de galos com boa uniformidade de escore de peito, maturidade sexual e desenvolvimento de crista.

Alimentação à “vontade” até o consumo de 53 gramas ave/dia, após deve ser controlado.

Programa de luz inicial dos machos serve como referência, porém o foco deve ser o ganho de peso semanal, o consumo de ração diário e principalmente atender o peso alvo de 4ª semana.

Intensidade de luz: 80 a 100 lux, nas três primeiras semanas, o mais uniforme possível em toda área de alojamento, evitando pontos sombreados.

Intensificar a recuperação de carcaça das aves leves, traçando novas curvas de peso para estas, objetivando os alvos de peso

Peso alvo nas 4 semanas: STD ou até +6% (800 g). Alvos de conformação nesta idade:

7 dias: Seleção 100% com no mínimo 4 categorias de peso

Seleção parcial (catas): até a 4ª semana

4ª semana: Seleção 100%: 5 Categorias: LL (aves devem ser separadas do plantel) – L – ML – MP – P

Garantir que as aves leves estejam no STD

Conformação ideal nesta idade: Escore de peito “4”

% CV: igual ou abaixo de 8

Seleções 100%:

8ª semana: Seleção 100% – 5 categorias: LL (aves devem ser separadas do plantel) – L – ML – MP – P

12ª semana: Seleção 100%: 5 Categorias: LL (aves devem ser separadas do plantel) – L – ML – MP – P

Aves devem migrar lentamente do escore de peito “3,5 – 4” para escore “2” entre 11 e 14 semanas (enxugar a ave).

Controlar peso, buscando o STD até as 12 semanas. Alvos de conformação nesta idade:

Densidade a partir da 12ª semana não deve ser superior a 3,5 aves/m².

Seleção de 18 – 20 semanas (seleção fenotípica, individual).

Conformação ideal: Escore de peito “2,5”.

Buscar peso STD às 20 semanas.

% CV: igual ou abaixo de 6 às 20 semanas.

Transferência de machos de 5 a 7 dias antes das fêmeas (objetivando adestramento no novo ambiente).

Controlar a curva de ganhos de peso semanal, respeitar e garantir os ganhos previstos no STD.

Início do estímulo de luz aos machos recriados no escuro às 18 semanas, com intensidade mínima de 30 lux, podendo ser antecipada para as 16 semanas, levando em consideração o sincronismo de maturidade entre machos e fêmeas, assim como os alvos de fertilidade iniciais.

O artigo “Machos reprodutores: como obter bons indicadores de fertilidade na fase de produção” será publicado na próxima edição impressa.

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