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Manejo de frangos de corte em clima quente

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manejo de frangos em clima quente

Os produtores de frangos de corte visam alcançar o melhor desempenho dos seus lotes. Para atingir esse objetivo, eles devem fornecer o ambiente e condições que permitam às aves expressar o seu potencial genético em uma grande variedade de ambientes. Isso envolve prestar muita atenção ao bem-estar das aves, à qualidade dos pintinhos, à nutrição, ao manejo e ao meio ambiente.

Alcançar o potencial genético durante os períodos com temperaturas ambientais extremamente elevadas ou prolongadas cria um conjunto particular de desafios para o produtor de frangos de corte. A chave é ter instalações em que o ambiente possa ser controlado e usar estratégias específicas de manejo que ajudem a minimizar o impacto das altas temperaturas no desempenho das aves.

Este artigo fornece sugestões sobre o melhor manejo dos lotes durante os períodos com temperaturas ambientais elevadas.

Para mais informações sobre o manejo dos lotes da Aviagen®, entre em contato com o representante local da Aviagen.

A IMPORTÂNCIA DO MANEJO

 

A produção de aves segue evoluindo na gestão dos dados zootécnicos como ganho de peso, consumo de ração e mortalidade e a identificação de um problema que afete o desempenho deve ser sempre observada. Muitas vezes, as mudanças de comportamento das aves nos lotes podem ser observadas antes que ocorra uma alteração do indicador técnico e essa identificação precoce pode impedir que ocorra um problema mais sério.

Acompanhar no detalhe o comportamento das aves é fundamental para identificar se o ambiente de criação está adequado para o lote.

ALTAS TEMPERATURAS NO INCUBATÓRIO – PREVENIR A DESIDRATAÇÃO NOS PINTINHOS

O pintinho recém-nascido não tem maturidade para a autorregulação da temperatura corporal. Os pintinhos são afetados pela temperatura ambiental, umidade relativa e velocidade do ar no aviário. Para maximizar o potencial genético e o bem-estar das aves desde o primeiro dia, deve-se garantir o manejo ambiental desde o incubatório para que não ocorra a desidratação dos pintinhos.

Durante os períodos quentes, a condição ambiental pode afetar ainda mais a condição de hidratação dos pintinhos, desde o incubatório, durante o transporte até os aviários e nos primeiros dias de alojamento.

No incubatório, os principais indicadores da condição ambiental são:

Rendimento de pinto (relação do peso das aves com o peso dos ovos);

Condição geral da casca pós eclosão e aspecto do mecônio nas bandejas.

O rendimento de pintos ideal é de 67–68%. Rendimento inferior a 67% resultarão em pintinhos desidratados, com pouca reserva da gema e eles serão muito ativos, piando muito alto.

Três principais motivos para haver um baixo rendimento dos pintinhos:

O grau da coloração de mecônio nas cascas dos ovos durante a retirada é uma boa indicação de que os pintinhos foram ou não mantidos na incubadora por muito tempo e, portanto, correrão risco potencial de desidratação.

As cascas dos ovos mais sujas de cinco bandejas escolhidas aleatoriamente por lote devem ser classificadas de acordo com o grau de coloração de mecônio (Figura 1).

Deve-se buscar os ovos do tipo 1 e 2. 

CONFORTO DOS PINTINHOS NA ÁREA DE ESPERA E DURANTE O TRANSPORTE

Em clima quente, é ainda mais importante garantir que as condições na sala de pintos e transporte sejam alcançadas (Tabela 1) para garantir o desempenho inicial dos pintinhos.

A temperatura, umidade, circulação de ar sem vento direto sobre as caixas de pintos e a uniformidade desses parâmetros em toda a sala e pilhas de bandejas de pintos são fundamentais para a qualidade das aves pré alojamento.

Deve-se monitorar o conforto dos pintinhos através:

Temperatura de cloaca.

Comportamento dos pintinhos.

A faixa de temperatura cloacal ideal para os pintinhos é de 39,4 a 40,5°C.

A temperatura deve ser medida em uma amostragem dos pintinhos na área de espera (amostrando aves nas pilhas de caixas de pintos em toda sala e nas partes altas, médias e baixas das pilhas), assim como no momento de descarregamento de pintos, coletando pelo menos 5 pintos por caixa na parte frontal, no meio e na parte de trás da carga de pintos dentro do caminhão de transporte.

Observações gerais sobre o comportamento dos pintinhos devem ser permanentes. Os pintinhos na temperatura correta devem vocalizar em baixo volume e devem estar distribuídos uniformemente nas caixas. Se estiver muito calor, os pintinhos ficarão ofegantes o que normalmente ocorre com temperaturas acima de 40,5ºC.

Se forem encontradas temperaturas de ventilação acima das recomendadas e/ou os pintinhos estiverem ofegantes, deve-se verificar:

Se a temperatura da sala de pintos está correta.

Se a temperatura de cloaca está correta.

Se a circulação de ar entre e sobre as pilhas de caixas de pintos está correta.

Se houver algum desvio de parâmetros, deve-se ajustar a temperatura, ventilação e espaçamento entre as pilhas de caixas de pintos.

DENSIDADE NO AVIÁRIO/GRANJA

Durante o verão ou períodos de calor pode ser necessário reduzir a densidade do aviário.

Para decidir sobre a densidade de alojamento deve-se avaliar:

O aviário é devidamente isolado?

O aviário é climatizado, com ventilação túnel?

O aviário tem controle adequado da pressão negativa?

O aviário tem um sistema de resfriamento evaporativo?

O aviário é convencional, com ventilação positiva?

Qual a umidade relativa na área do aviário?

O peso de abate programado é acima de 3 kg? (6,6 lb)?

O aviário tem um histórico de mau desempenho durante o clima quente?

A densidade populacional em clima quente deve ser combinada com o peso vivo e a idade no processamento, o tipo de alojamento e a capacidade de controlar a ambiência do aviário.

Mesmo com baixa densidade, é importante garantir que as aves estejam uniformemente espalhadas no aviário. Se as aves se amontoam em uma área do aviário é porque o ambiente é irregular, correm o risco de ficar com muito calor; o acesso aos alimentos e à água será irregular e o resultado do desempenho será prejudicado.

Isso pode ser um problema em aviário climatizado, com ventilação túnel, pois as aves tendem a migrar para a entrada de ar.

Figura 2. Exemplo de uma cerca de migração

As cercas de migração (Figura 2) instaladas a intervalos de 30 m (100 pés), criando boxes de tamanhos semelhantes, ajudam a manter a densidade uniforme em todo o aviário. As cercas devem ser instaladas desde o alojamento. Cercas de migração sólidas não devem ser usadas, pois restringirão o fluxo de ar.

PERÍODO DE ALOJAMENTO

Durante a estação quente e o clima mais frio, o ambiente do aviário deve ser estabilizado de 24 a 48 horas antes da chegada dos pintinhos na granja. As condições ideais são:

Temperatura do aviário: 30°C (86°F).
Temperatura da cama: 28–30°C (82–86°F).
Umidade relativa do ar (UR): 60–70%.

Velocidade do ar: 0,15 m/s (30 pés/min).

Se no alojamento a temperatura do aviário estiver acima de 30°C (86°F), deve-se buscar:

Alojar os pintinhos no início da manhã, quando a temperatura estiver mais baixa.

Certificar-se de que o aviário esteja totalmente preparado antes do alojamento para que as aves possam ser alojadas o mais rápido possível.

Amplo e imediato acesso à água fresca.

Fornecer aos pintinhos ração nova e em pequenas quantidades.

Garantir um ambiente com temperatura e ventilação mínima correta, sem vento direto sobre as aves.

Em áreas onde a UR é baixa, deve-se buscar o ajuste ao nível recomendado (por exemplo, com o uso de nebulizadores).

Em áreas onde a UR for alta, a capacidade das aves para perder calor é menor e a sensação térmica será maior que a marcada no termômetro. Para compensar isso, a temperatura estabelecida no aviário pode precisar ser reduzida.

A Tabela 2 fornece um exemplo de como as temperaturas dos bulbos secos podem precisar ser alteradas em função do aumento da UR. Qualquer mudança no ambiente deve levar em conta o comportamento das aves.

Quando a cama for reutilizada, mesmo durante o clima quente, não é aconselhável reduzir a altura inicial da cama para níveis abaixo do recomendado (pelo menos 5 cm/2). Se as granjas não possuírem uma boa ambiência e em altas temperaturas ambientais, ocorre o aumento de consumo de água e a quantidade de cama será importante para manter a umidade dentro do esperado.

Mesmo em altas temperaturas, deve-se fazer o alojamento progressivo dentro do aviário. O alojamento deve ser de no máximo 50% da área total. Dessa forma haverá um estímulo natural para o melhor consumo de água e ração, além de facilitar o manejo inicial na área de alojamento.

Durante o clima quente, é essencial estimular e incentivar o consumo de água. Deve-se fornecer o número correto de bebedouros e de bebedouros infantis na área de alojamento, para facilitar o acesso à água fresca (Tabela 3).

Se forem utilizados bebedouros Nipple (Figura 3), a altura e a pressão devem ser ajustadas para o crescimento das aves e de acordo com a sua idade. Antes da chegada dos pintinhos, as linhas nipple devem ser sacudidas até que uma gota de água fique em cada bico do bebedouro.

Também é aconselhável ajustar a vazão dos nipples durante o período de crescimento para garantir o consumo correto de água. Dependendo da temperatura ambiental, a vazão deve garantir que as aves bebam uma relação de 1,8–2,2:1 de água e alimentos.

Os bebedouros pendulares devem ser verificados regularmente para garantir que eles sempre mantenham água em um nível de fácil acesso para os pintinhos.

A temperatura ideal da água para os pintinhos é de 18–21°C / 64–70°F (Tabela 4).

Durante o clima quente é importante que a água seja mantida o mais fria possível e que as aves recebam água limpa e fresca o tempo todo. Os métodos de resfriamento da água incluem:

Fazer flushing nos bebedouros.

Isolar ou proteger com sombra os canos de água.

Posicionar as caixas de água e os canos subterrâneos.

Evitar o uso de caixas de água pretas ou escuras.

A ingestão de água deve ser registrada e verificada diariamente. A relação água-alimentos entre 1,7:1 e 1,8:1 é normal, mas dependendo da temperatura e da umidade ela pode atingir 2,2:1. As exigências aumentam aproximadamente 6,5% por 1°C (1,8°F) acima de 21°C (69,8°F) e em áreas tropicais, a alta temperatura ambiente pode dobrar o consumo de água.

Durante a fase inicial de alojamento, o comportamento dos pintinhos deve ser monitorado constantemente, pois é o principal indicador de que as aves estão confortáveis (Figura 4).

Como regra geral, se os pintinhos estiverem uniformemente espalhados pela área do pinteiro, o ambiente está correto. Se as aves estiverem agrupadas perto das paredes do aviário ou ao redor do pinteiro e/ou estiverem ofegantes, o ambiente estará muito quente. Por outro lado, se os pintinhos estiverem agrupados em áreas específicas do aviário ou no pinteiro, é sinal de frio ou que tem vento sobre as aves. Se houver qualquer alteração no comportamento das aves a temperatura e ventilação devem ser ajustados.

É necessário verificar o papo dos pintinhos para garantir que as condições do pinteiro estão corretas e que houve o estímulo para o consumo de ração e água (Tabela 5).

Na próxima edição traremos mais sugestões sobre como manejar melhor os lotes durante os períodos com temperaturas ambientais elevadas.

 

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